Palavra do leitor
- 24 de outubro de 2015
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Uma utopia compulsória
Tempos atrás, realizaram uma conferência para jovens de uma dessas igrejas das elites cristãs sob o tema Utopia. Não sei se fui convidado, geralmente deleto qualquer E-mail contendo a palavra “convite” sem ler. Tenho medo de ser vírus. Faz tanto tempo que ninguém me convida para nada que desconfio logo. Além disso, lucro o benefício da dúvida, pois é a certeza que enlouquece, como ensinou o finado Nietzsche. Inclusive, seria estranho, para não dizer bizarro, eu entrar em lugar desses. Soaria como Lázaro comendo à mesa do rico, se não me engano. Mas tomei conhecimento do fato através do bom blog do sempre competente jornalista/teólogo Alex Fajardo, que faz parte do grupo citado. Para você ver como não sou nada confiável.
Sabidamente sou meio lunático e tenho umas manias estranhas, confesso. Embora, dificilmente abandone a segurança proverbial de minha Gruta sagrada, costumo me exercitar para manter a forma. Nunca se sabe quando serei obrigado a me corromper aceitando participar de algo assim. Então construo mentalmente minha participação nesses programas, como se deles houvesse participado. O negócio é tão sofisticado que chego ao nível de imaginar até as piadas que teria contado, em meio à minha palestra sobre o tema principal. Por exemplo, nesse caso, pensei em interromper minha fala naquele palco construído em madeira de lei, enfrente ao púlpito de acrílico, virar para o pastor da igreja e pedir para ele mandar algum diácono verificar se ninguém estava mexendo em minha Harley, no estacionamento.
Enfim, quanto ao tema principal, a Utopia, lembrei logo do John Stott. Quando ele esteve entre nós, pela primeira vez, lá pelos idos de 1979, estive presente à série de palestras que ele fez na Faculdade Batista, onde eu estava aluno, miseravelmente. Elas duraram uma semana. De tarde ele falava sobre um tema e à noite outro, a saber, Evangelização e Pregação Expositiva. Como todo mundo sabe, ele é o homem da “Missão Cristã Hoje” e de “Between Two Words”, dois livros que não podem faltar na biblioteca de um pastor que se preze, como diria o Pastor Prof. Irland Pereira de Azevedo.
Naquela ocasião, Stott afirmou que nós, homens da igreja cristã, deveríamos parar de tentar trazer as multidões para dentro de nossas Igrejas e tratar de virar nossas cadeiras para fora, expulsando as pessoas para saírem e ganhar o mundo, onde estão aqueles que não conhecem o amor de Jesus Cristo. Encerrou, inclusive, gritando o grito em latin que todos nós deveríamos gritar, especialmente aos nossos jovens igrejeiros: ” Et missa est!”
O evangelho torna-se na grande utopia compulsória sob essa insistência insana de inverter o grande mandamento do Senhor Jesus. Ele nos enviou para ir e fazer discípulos, FORA DA IGREJA. Nunca disse para nos entrincheirarmos em nossas masmorras de concreto e crenças paralisantes, ricas ou pobres e guardar o segredo de seu amor entre nós. Essa é a grande utopia que faz de nós e de nossos jovens seres utópicos. O resto é conversa fiada para boi dormir.
Sabidamente sou meio lunático e tenho umas manias estranhas, confesso. Embora, dificilmente abandone a segurança proverbial de minha Gruta sagrada, costumo me exercitar para manter a forma. Nunca se sabe quando serei obrigado a me corromper aceitando participar de algo assim. Então construo mentalmente minha participação nesses programas, como se deles houvesse participado. O negócio é tão sofisticado que chego ao nível de imaginar até as piadas que teria contado, em meio à minha palestra sobre o tema principal. Por exemplo, nesse caso, pensei em interromper minha fala naquele palco construído em madeira de lei, enfrente ao púlpito de acrílico, virar para o pastor da igreja e pedir para ele mandar algum diácono verificar se ninguém estava mexendo em minha Harley, no estacionamento.
Enfim, quanto ao tema principal, a Utopia, lembrei logo do John Stott. Quando ele esteve entre nós, pela primeira vez, lá pelos idos de 1979, estive presente à série de palestras que ele fez na Faculdade Batista, onde eu estava aluno, miseravelmente. Elas duraram uma semana. De tarde ele falava sobre um tema e à noite outro, a saber, Evangelização e Pregação Expositiva. Como todo mundo sabe, ele é o homem da “Missão Cristã Hoje” e de “Between Two Words”, dois livros que não podem faltar na biblioteca de um pastor que se preze, como diria o Pastor Prof. Irland Pereira de Azevedo.
Naquela ocasião, Stott afirmou que nós, homens da igreja cristã, deveríamos parar de tentar trazer as multidões para dentro de nossas Igrejas e tratar de virar nossas cadeiras para fora, expulsando as pessoas para saírem e ganhar o mundo, onde estão aqueles que não conhecem o amor de Jesus Cristo. Encerrou, inclusive, gritando o grito em latin que todos nós deveríamos gritar, especialmente aos nossos jovens igrejeiros: ” Et missa est!”
O evangelho torna-se na grande utopia compulsória sob essa insistência insana de inverter o grande mandamento do Senhor Jesus. Ele nos enviou para ir e fazer discípulos, FORA DA IGREJA. Nunca disse para nos entrincheirarmos em nossas masmorras de concreto e crenças paralisantes, ricas ou pobres e guardar o segredo de seu amor entre nós. Essa é a grande utopia que faz de nós e de nossos jovens seres utópicos. O resto é conversa fiada para boi dormir.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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