Palavra do leitor
- 13 de junho de 2011
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Uma só carne, duas vidas
É necessário descontruir mitos pra alcançar o êxito e alegria reais num relacionamento; não preciso ficar repetindo pedantemente: “Oh, como a minha vida é uma extensão da lua de mel!”, primeiro porque é falácia, segundo porque maravilhoso pra mim é chegar em casa, e mesmo cansado conversar sobre tudo com a mulher que amo, achando graça até da pia "a la Elê".
Passar a vida falando de alegrias passadas é um crime contra a evolução dos sentimentos, é perder preciosa oportunidade de construir algo novo, cotidianamente. É imaturo perseguir um relacionamento perfeito; agora nós somos imperfeitos em dobro.
O amparo e o acolhimento diário de Deus é que nos faz continuar (como diz pastor Cacaio, estamos “casados em Deus”), sua intervenção no meu e no coração da Elenice; conseguir discordar sem afrontar, um gesto continuado de generosidade no trato.
A reciprocidade da assertividade aliada a um pensamento dócil e caráter adulto; uma liberdade de raciocínio e expressão casada com um ardente desejo de sentir prazer na mais banal das conversas.
Tem sempre um monte de coisas que gostaríamos de dizer às pessoas que amamos, mas nunca dizemos; sobram coisas a dizer, falto é o jeito, o tato e ocasião adequada. Não criamos ocasiões e elas não caem do teto.
Recém-casados se arriscam muito quando não levam pra dentro de casa a experiência auferida no namoro e noivado; o péssimo hábito de acreditar que ser “uma só carne” é mais ou menos como um “upgrade”, pra iniciar um programa novo tem que apagar o anterior e todos os seus arquivos, formatar.
Entrar numa corrida de tanque quase seco; o problema do “upgrade” é que volta e meia preciso fuçar o HD atrás do “back-up” pra descobrir como isso ou aquilo funcionava antes da “configuração”.
Quando me vejo numa situação difícil no casamento (nada alarmante, calma, não precisa ligar pras nossas mães) procuro lembrar como reagia antes da “configuração do sim” frente a assuntos agora comuns a nós. Percebo que nossas experiências somadas nos fornecem subsídios pra decisões e reações adultas.
Eu devo continuar implicando com o tubo de creme dental apertado no meio, e aberto (irch!), ela vai continuar discursando sobre perseverança todas as vezes que descobrir outro livro que li pela metade e larguei na cozinha ou um trabalho de seminário protelado.
Ela ainda vai segurar muitas explosões de humor quando eu me esquecer do quanto é importante dar importância às coisas importantes (pra ela), da mesma forma que eu não vou me deprimir toda vez que ela não der a mínima pro artigo novo do Robinson Cavalcanti que eu julgo de leitura imprescindível.
Desarmados e cientes, desta forma vamos caminhar; implicando menos e relevando mais.
Não vamos nos anular, uma carga de experiências e expectativas é a nossa caixa de ferramentas pra construir nosso casamento todos os dias, perto ou distante, com bons ou maus dias, em paz ou atribulados, construir o relacionamento diário tendo Deus como arquiteto, apaziguador e guia.
As coisas que nos mantém atentos um ao outro e unidos, são maioria absoluta; nossas diferenças nos preparam, novas etapas nos aproximam, sem crise.
Aprendemos nos livros e com outros casais, mas o enredo de nosso casamento deve ser de nossa autoria. Todas as alegrias e riscos são de nossa inteira competência e responsabilidade.
A propósito, ela pode não saber muito de culinária, mas faz o melhor suco de carambola desse lado do país. Feliz casamento pra vocês também.
Passar a vida falando de alegrias passadas é um crime contra a evolução dos sentimentos, é perder preciosa oportunidade de construir algo novo, cotidianamente. É imaturo perseguir um relacionamento perfeito; agora nós somos imperfeitos em dobro.
O amparo e o acolhimento diário de Deus é que nos faz continuar (como diz pastor Cacaio, estamos “casados em Deus”), sua intervenção no meu e no coração da Elenice; conseguir discordar sem afrontar, um gesto continuado de generosidade no trato.
A reciprocidade da assertividade aliada a um pensamento dócil e caráter adulto; uma liberdade de raciocínio e expressão casada com um ardente desejo de sentir prazer na mais banal das conversas.
Tem sempre um monte de coisas que gostaríamos de dizer às pessoas que amamos, mas nunca dizemos; sobram coisas a dizer, falto é o jeito, o tato e ocasião adequada. Não criamos ocasiões e elas não caem do teto.
Recém-casados se arriscam muito quando não levam pra dentro de casa a experiência auferida no namoro e noivado; o péssimo hábito de acreditar que ser “uma só carne” é mais ou menos como um “upgrade”, pra iniciar um programa novo tem que apagar o anterior e todos os seus arquivos, formatar.
Entrar numa corrida de tanque quase seco; o problema do “upgrade” é que volta e meia preciso fuçar o HD atrás do “back-up” pra descobrir como isso ou aquilo funcionava antes da “configuração”.
Quando me vejo numa situação difícil no casamento (nada alarmante, calma, não precisa ligar pras nossas mães) procuro lembrar como reagia antes da “configuração do sim” frente a assuntos agora comuns a nós. Percebo que nossas experiências somadas nos fornecem subsídios pra decisões e reações adultas.
Eu devo continuar implicando com o tubo de creme dental apertado no meio, e aberto (irch!), ela vai continuar discursando sobre perseverança todas as vezes que descobrir outro livro que li pela metade e larguei na cozinha ou um trabalho de seminário protelado.
Ela ainda vai segurar muitas explosões de humor quando eu me esquecer do quanto é importante dar importância às coisas importantes (pra ela), da mesma forma que eu não vou me deprimir toda vez que ela não der a mínima pro artigo novo do Robinson Cavalcanti que eu julgo de leitura imprescindível.
Desarmados e cientes, desta forma vamos caminhar; implicando menos e relevando mais.
Não vamos nos anular, uma carga de experiências e expectativas é a nossa caixa de ferramentas pra construir nosso casamento todos os dias, perto ou distante, com bons ou maus dias, em paz ou atribulados, construir o relacionamento diário tendo Deus como arquiteto, apaziguador e guia.
As coisas que nos mantém atentos um ao outro e unidos, são maioria absoluta; nossas diferenças nos preparam, novas etapas nos aproximam, sem crise.
Aprendemos nos livros e com outros casais, mas o enredo de nosso casamento deve ser de nossa autoria. Todas as alegrias e riscos são de nossa inteira competência e responsabilidade.
A propósito, ela pode não saber muito de culinária, mas faz o melhor suco de carambola desse lado do país. Feliz casamento pra vocês também.
Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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