Palavra do leitor
- 03 de fevereiro de 2011
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Artigo publicado em resposta a Integração fé-ciência: opção pessoal, impacto global
Uma resposta ao debate "Integração fé-ciência"...
Olá! Em relação ao artigo "Integração fé-ciência", de Karl Kienitz, postado aqui na Ultimato, tenho que enviar este comentário na modalidade "artigo em resposta", uma vez que meu comentário não coube na modalidade "responder".
Não sei qual é a formação do comentarista do texto (Eduardo N/RN). Mas em apenas três inclusões a conversa infelizmente assumiu tons ofensivos. Em princípio, ao contrário do que foi dito ("a área dele não é a minha"), não importa a "formação" do comentarista, desde que suas opiniões revelem bom senso. O laureado sociólogo português Boaventura de Souza Santos já dizia que os argumentos "duros" da ciência (viciada pela ótica das exatas) muitas vezes contrariam o bom senso ("A crítica da razão indolente", v.1,2001, Editora Cortez). Um exemplo típico desse fenômeno ocorre hoje na área da economia. Além disso, a compartimentação das áreas de conhecimento segundo fatias de uma pizza, onde cada fatia corresponderia a uma área (física, biologia, etc.) segundo o modelo tradicional da ciência, caducou há muito. O modelo deveria, antes, ser representado por uma pizza com fatias circulares, sendo que essas, sim, representariam as áreas, agora transdisciplinares. Nesse caso, veja-se o Nobel de química Ilya Prigogine, por ex., “O fim das incertezas: Tempo, Caos e as leis da natureza”, UNESP, 1996.
Assim, dada a devida relativização não só dos argumentos da “ciência”, mas dela própria, dos seus paradigmas chamados “científicos”, acho que a discussão é mais profunda. Segundo vários autores, a ciência tornou-se um fim em si mesma e, portanto, metodologicamente, não é mais confiável, não é mais imparcial. A ciência renegou seus princípios fundantes dos séculos 18 e 19. Ela necessita urgentemente de uma revolução epistemológica. Assim, de minha parte, considero “anti-científicas” quaisquer dessas bobagens que os cientistas ateus ou gnósticos publicam acerca da fé. Vide o best-seller de Richard Dawkins, “Deus - um delírio”, 2006, e veja-se também a ótima resposta do cientista cristão Francis S. Collins em “A linguagem de Deus”, 2007, onde este demonstra a falta de método daquele.
Enfim, em relação ao artigo do Karl aqui postado, sabe-se que “ciência” e fé discutem desde o Iluminismo. Karl, talvez os cientistas cristãos citados por você não “convençam” muito o leitor não-cristão porque a maioria deles pertence aos séculos 19 e 20, onde ainda havia uma certa “cultura religiosa”. Digamos que atualmente o secularismo é predominante. Mais que isso, segundo alguns autores, já habitamos o pós-secularismo, onde o narcisismo puro e simples é predominante. Não há mais utopias (religiosas ou sociais), não há mais debate entre ciência e fé, há apenas narcisismo. Em outras palavras, a sociedade pós-moderna (as pessoas) não se importam com mais nada, muito menos com apologética e metodologia nas suas discussões. Parece-me que o capitalismo venceu mesmo, não pelo utópico “Fim da história” de Fukuyama, mas pela sujeição rasa ao consumismo. Usando uma expressão dos franceses, para mim a “barbárie” já chegou. Mas a barbárie não é revolta, não é vitória de algo sobre outro algo, é simplesmente a capitulação ante o consumismo. Poderia o ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, chegar a ponto tão raso? (continuamos a conversa posteriormente... Ao Karl, parabéns pelo seu site. Estou lendo os artigos gradativamente).
Não sei qual é a formação do comentarista do texto (Eduardo N/RN). Mas em apenas três inclusões a conversa infelizmente assumiu tons ofensivos. Em princípio, ao contrário do que foi dito ("a área dele não é a minha"), não importa a "formação" do comentarista, desde que suas opiniões revelem bom senso. O laureado sociólogo português Boaventura de Souza Santos já dizia que os argumentos "duros" da ciência (viciada pela ótica das exatas) muitas vezes contrariam o bom senso ("A crítica da razão indolente", v.1,2001, Editora Cortez). Um exemplo típico desse fenômeno ocorre hoje na área da economia. Além disso, a compartimentação das áreas de conhecimento segundo fatias de uma pizza, onde cada fatia corresponderia a uma área (física, biologia, etc.) segundo o modelo tradicional da ciência, caducou há muito. O modelo deveria, antes, ser representado por uma pizza com fatias circulares, sendo que essas, sim, representariam as áreas, agora transdisciplinares. Nesse caso, veja-se o Nobel de química Ilya Prigogine, por ex., “O fim das incertezas: Tempo, Caos e as leis da natureza”, UNESP, 1996.
Assim, dada a devida relativização não só dos argumentos da “ciência”, mas dela própria, dos seus paradigmas chamados “científicos”, acho que a discussão é mais profunda. Segundo vários autores, a ciência tornou-se um fim em si mesma e, portanto, metodologicamente, não é mais confiável, não é mais imparcial. A ciência renegou seus princípios fundantes dos séculos 18 e 19. Ela necessita urgentemente de uma revolução epistemológica. Assim, de minha parte, considero “anti-científicas” quaisquer dessas bobagens que os cientistas ateus ou gnósticos publicam acerca da fé. Vide o best-seller de Richard Dawkins, “Deus - um delírio”, 2006, e veja-se também a ótima resposta do cientista cristão Francis S. Collins em “A linguagem de Deus”, 2007, onde este demonstra a falta de método daquele.
Enfim, em relação ao artigo do Karl aqui postado, sabe-se que “ciência” e fé discutem desde o Iluminismo. Karl, talvez os cientistas cristãos citados por você não “convençam” muito o leitor não-cristão porque a maioria deles pertence aos séculos 19 e 20, onde ainda havia uma certa “cultura religiosa”. Digamos que atualmente o secularismo é predominante. Mais que isso, segundo alguns autores, já habitamos o pós-secularismo, onde o narcisismo puro e simples é predominante. Não há mais utopias (religiosas ou sociais), não há mais debate entre ciência e fé, há apenas narcisismo. Em outras palavras, a sociedade pós-moderna (as pessoas) não se importam com mais nada, muito menos com apologética e metodologia nas suas discussões. Parece-me que o capitalismo venceu mesmo, não pelo utópico “Fim da história” de Fukuyama, mas pela sujeição rasa ao consumismo. Usando uma expressão dos franceses, para mim a “barbárie” já chegou. Mas a barbárie não é revolta, não é vitória de algo sobre outro algo, é simplesmente a capitulação ante o consumismo. Poderia o ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, chegar a ponto tão raso? (continuamos a conversa posteriormente... Ao Karl, parabéns pelo seu site. Estou lendo os artigos gradativamente).
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