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Palavra do leitor

Uma pitada de perdão

''Senhor, ajuda-me a trilhar pelo possível e não me martirizar com relação ao impossível.''

''Possamos ir ao diálogo da comunhão, não com as palavras surdas.''

''O perdão não se dirige a Cruz de Cristo, mas sim parte Dela e alcança seu sentido na relação mútua de uns com os outros.''

''A idéia fundamental do evangelho está e é o amor, porque abre possibilidades para a vida.''

''Não basta, somente, discursos sobre unidade; devemos ir além e desaguá - la em decisões simples e práticas de serviço para que tenha vivacidade.''

Poderia me valer das mais diversas desculpas, mas prefiro ficar com a singela e específica – ‘’me perdoe’’ e me ajude a recomeçar. 

É bem verdade, muitos irão pontuar a subjetividade efetuada na presente frase; agora, mesmo assim, por que não pararmos um pouco, deixarmos as lágrimas escoarem ladeira abaixo, o sorriso aflorescedor irreverente, os gestos de um abraço, de um aperto de mão, de um silêncio (em meio as rupturas do próximo), de um simplesmente ouvir (diante dos nãos de uma derrocada no casamento, de um filho submerso nas drogas, de uma gestação na adolescência, de uma sequidão da fé, de uma vontade chutar tudo para o alto e sei lá mais o que).

A cada dia, corremos tresloucados atrás das coqueluches de uma cultura digital, do imediatismo, do faça e cumpra.

Isto sem falar de como somos subjugados por uma felicidade de aparências, de máscaras, de interpretações para sermos aceitos e reconhecidos.

Não permita nenhum pulsar de humanidade, de trilhar pelas contingências, pelas contradições, pelas oposições e pelas situações não esperadas, conforme o texto de Eclesiastes 03 tece os mosaicos da vida como ela é, com seus dissabores, com suas colisões, com suas partidas e com suas interrupções.

Devo admitir, as palavras soadas podem exprimir um conteúdo melancólico e nostálgico; no entanto, em meio ao progresso exponencial do conhecimento humano, dos avanços estabelecidos pela tecnologia, das alterações na expectativa de vida e longevidade, infelizmente, prosseguimos como miniaturas psicológicas e espirituais, somos implacáveis diante dos erros e equívocos do próximo, não aceitamos lançar as pedras no chão e disparamos impetuosamente e extraímos um êxtase pelo sangue esparramado e compondo poças de intolerância, de desdém, de uma perigosa justiça cega e leviana.

Tornamo-nos, então, defensores de uma fé orquestrada pelos ídolos do mercado, de líderes personalistas e apregoadores de uma satisfação imediatista, indiferentes com os convalidados, bem ao nosso lado?

Ora, estufamos o peito e declaramos participar de um contexto pós-moderno e, lá no fundo, fugimos do olhar sério e sincero, de reconhecer nossas fragilidade e vulnerabilidades, sem fazer disso nenhum estardalhaço. Para piorar a situação, vomitamos toda e qualquer via de princípios e pontos de orientação; aplaudimos um patético relativismo; de uma ética de que cada um vive como quer; de um dogma hedonista e utilitarista; de conceber os fios da interdependência, como algo abstrato.

Não por menos, embora toda a abundância de instrumentos facilitadores de interação, entre as pessoas, a malha do diálogo se desfaz e preferimos a linguagem excessiva, desmedida, confusa e insólita das imagens.

Eis o facebook, ao qual não nos deixa enganar!

Para que ir aos enredos de um Mario Quintana, ser adoçado com a inocência de uma Cora Coralina, de ser dissecado com as narrativas de Drummond, de compreender que as pessoas são peças fundamentais no exercício da nossa liberdade – participativa.

Sem sombra de dúvida, necessitamos não de uma revolução espiritual fundamentalista, ou do soerguer de um sistema democrático evangélico, ou de um esparramar de igrejas, ou de um avivamento pós – moderno, ou de uma adesão a uma ideologia aversiva a Deus ou favor, ou de usar a ciência como justificativa para nossas frustrações pessoais.

Em direção oposta, descer do barco das nossas convicções, reduzir a velocidade de fazer e fazer, abrir as portas do ouvir, dizer o amor livre da paranóia de possuir o corpo do outro, de trilhar por uma sexualidade que se desperta no pulsar do olhar, do verbalizar, do materializar e do ponderar, de navegar por uma espiritualidade sensível e aberta a acolher os achatados pelas imposições de messias megalomaníaco, de perceber o quanto brincar com os filhos, levar um bombom para a esposa, de curtir a praia e tantas outras bondades, aqui neste mundo e não o ver como um reduto das falanges demoníacas. Por fim, o Senhor me ajude a praticar e viver o possível de servir o próximo e me auxilie ao impossível de ir aos diferentes e até discordantes.
São Paulo - SP
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