Palavra do leitor
- 25 de fevereiro de 2014
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Uma Pessoa em Fé
''o olho se quebra,
ao lado da angústia,
e uma subita amante
que se veste com o nada,
enquanto suas digitais,
marcam as páginas solitárias
numa carta anônima,
sobre uma mesa de bilhar.''
A cada dia, ao ouvir o despertador, sinto mais um dia, mais uma incursão na tresloucada realidade metropolitana. A correria por atender as agendas do faça isso, aquilo e acolá. Ah, como aspiramos participar do sucesso, de ser reconhecido, de ser incluído num mundo de bem-estar, de civilidade, de cartões de crédito, de consumir e descartar, num ciclo vicioso, de ser parte de uma engrenagem regida pela ética do custo e benefício. Não restrito a isso, de interpretar tudo ao nosso redor, por meio dos gurus da auto-ajuda, das lideranças personalistas e do imediatismo da internet. Em meio a esse redemoinho de inovações e novidades, debruço-me sobre uma pessoa em fé.
Aliás, não digo de fé ou com fé, mas sim em fé e isto nos remete ao submergir em uma revolução do silêncio para, então, ouvir a inversão proporcionada pelas boas novas. Digo e faço tais abordagens, em função de, desde quando me via como gente, concebia as pessoas com e de fé, como predestinados, escolhidos e enquanto os demais permaneciam com as sobras de um favor divino. Assim, de um lado, encontramos os defensores do sobrenatural , ao qual aplaudem a via dos arroubos místicos e, de certo, se valem para firmar suas justificativas.
Afinal de contas, não sou feliz, porque falanges demoníacas militam se engajam em face da minha vida. Neste ponto, aqui vem todo um pacote de maldições hereditárias, de mandingas, de crendices, de esquizofrenias coletivas, de atribuir ao tinhoso, ao coisa ruim, ao chifrudo e tudo mais autoria por tamanhos infortúnios.
Noutro lado do rio, os militantes, quiçá, um parcela, malogrados com as irresponsabilidades de pessoas que fizeram e fazem dos púlpitos plataformas voltadas a manipular, engodar, insuflar definições e descrições adultera da Graça Jesus, pelo qual pessoas são lançadas em expectativas absurdas e irreais.
Por conseqüência, elegem os ditames da razão, da avaliação empírica, como os únicos elementos adequados para determinar o certo e o errado. Para estes, falar em línguas estranhas, os relatos de milagres, de sinais e de prodígios não passa de válvulas de escape para pessoas frágeis, vulneráveis e desprovidas de uma visão de progresso. Então, o que vem a ser uma pessoa em fé?
O texto de Marcos 09.24 traz a narrativa de um pessoa aberta para reconhecer suas limitações, abre o jogo de sua incredulidade, não esconde a descrença com relação as apologias messiânicas (tão abundantes, em sua época). Quão triste se percebe um modelo de fé utilitária e ao qual contempla meus interesses e ponto final. É bem verdade, juntamo-nos, em torno de um idealismo ou somos invadidos pela alegria de viver, de andar, de olhar, de subir em uma escada, de nadar numa piscina, num lago, no mar; de andar descompromissado; de enfrentar os desafios; de não conceber o próximo, como um gladiador; de reconhecer que os erros ocorrerão.
Ora, de maneira alguma anulo as potestades e suas articulações, mas será que nossos cultos se resumem sessões exorcismos coletivos para afastar os malefícios, muitos, causados por nossas mancadas? Infelizmente, chegamos a igreja e nos esquecemos de que fomos chamados para ressurreição dos encontros. Nessa relação de vazio e insatisfação, tudo se resume um fardo. O casamento, os filhos, as conquistas, as pessoas, a Graça, a eternidade, nós e, assim a lista se desdobra, tudo não passa de um fardo, de cansaço, de tolice.
Agora, uma pessoa em fé não tampa o sol com a peneira, enfrenta e não esta imune aos reveses da vida e mesmo assim aceita o risco de não ser mais um na multidão e, opostamente, participar e partilhar da fé cristã que não desencadeia nenhuma dicotomia no ser humano. Ademais, uma pessoa em fé baixa a guarda, da uma pausa para respirar e aceita as mãos estendidas.
ao lado da angústia,
e uma subita amante
que se veste com o nada,
enquanto suas digitais,
marcam as páginas solitárias
numa carta anônima,
sobre uma mesa de bilhar.''
A cada dia, ao ouvir o despertador, sinto mais um dia, mais uma incursão na tresloucada realidade metropolitana. A correria por atender as agendas do faça isso, aquilo e acolá. Ah, como aspiramos participar do sucesso, de ser reconhecido, de ser incluído num mundo de bem-estar, de civilidade, de cartões de crédito, de consumir e descartar, num ciclo vicioso, de ser parte de uma engrenagem regida pela ética do custo e benefício. Não restrito a isso, de interpretar tudo ao nosso redor, por meio dos gurus da auto-ajuda, das lideranças personalistas e do imediatismo da internet. Em meio a esse redemoinho de inovações e novidades, debruço-me sobre uma pessoa em fé.
Aliás, não digo de fé ou com fé, mas sim em fé e isto nos remete ao submergir em uma revolução do silêncio para, então, ouvir a inversão proporcionada pelas boas novas. Digo e faço tais abordagens, em função de, desde quando me via como gente, concebia as pessoas com e de fé, como predestinados, escolhidos e enquanto os demais permaneciam com as sobras de um favor divino. Assim, de um lado, encontramos os defensores do sobrenatural , ao qual aplaudem a via dos arroubos místicos e, de certo, se valem para firmar suas justificativas.
Afinal de contas, não sou feliz, porque falanges demoníacas militam se engajam em face da minha vida. Neste ponto, aqui vem todo um pacote de maldições hereditárias, de mandingas, de crendices, de esquizofrenias coletivas, de atribuir ao tinhoso, ao coisa ruim, ao chifrudo e tudo mais autoria por tamanhos infortúnios.
Noutro lado do rio, os militantes, quiçá, um parcela, malogrados com as irresponsabilidades de pessoas que fizeram e fazem dos púlpitos plataformas voltadas a manipular, engodar, insuflar definições e descrições adultera da Graça Jesus, pelo qual pessoas são lançadas em expectativas absurdas e irreais.
Por conseqüência, elegem os ditames da razão, da avaliação empírica, como os únicos elementos adequados para determinar o certo e o errado. Para estes, falar em línguas estranhas, os relatos de milagres, de sinais e de prodígios não passa de válvulas de escape para pessoas frágeis, vulneráveis e desprovidas de uma visão de progresso. Então, o que vem a ser uma pessoa em fé?
O texto de Marcos 09.24 traz a narrativa de um pessoa aberta para reconhecer suas limitações, abre o jogo de sua incredulidade, não esconde a descrença com relação as apologias messiânicas (tão abundantes, em sua época). Quão triste se percebe um modelo de fé utilitária e ao qual contempla meus interesses e ponto final. É bem verdade, juntamo-nos, em torno de um idealismo ou somos invadidos pela alegria de viver, de andar, de olhar, de subir em uma escada, de nadar numa piscina, num lago, no mar; de andar descompromissado; de enfrentar os desafios; de não conceber o próximo, como um gladiador; de reconhecer que os erros ocorrerão.
Ora, de maneira alguma anulo as potestades e suas articulações, mas será que nossos cultos se resumem sessões exorcismos coletivos para afastar os malefícios, muitos, causados por nossas mancadas? Infelizmente, chegamos a igreja e nos esquecemos de que fomos chamados para ressurreição dos encontros. Nessa relação de vazio e insatisfação, tudo se resume um fardo. O casamento, os filhos, as conquistas, as pessoas, a Graça, a eternidade, nós e, assim a lista se desdobra, tudo não passa de um fardo, de cansaço, de tolice.
Agora, uma pessoa em fé não tampa o sol com a peneira, enfrenta e não esta imune aos reveses da vida e mesmo assim aceita o risco de não ser mais um na multidão e, opostamente, participar e partilhar da fé cristã que não desencadeia nenhuma dicotomia no ser humano. Ademais, uma pessoa em fé baixa a guarda, da uma pausa para respirar e aceita as mãos estendidas.
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