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Palavra do leitor

Uma faca diante do não!

‘’Ensine o ser humano a não se frustrar e terás um tiranocida do sim’’.

Os eventos ocorridos, mais recentemente, aqui, no Brasil, em duas escolas públicas, com atos vituperáveis de jovens ao arruinarem a vida de pessoas indefesas e inocentes, movidos por suas consciências entorpecidas, leva-nos a sérias e honestas ponderações. Decerto, o discurso de uma geração voltado para si mesma, sem a capacidade de lidar com as vicissitudes e as oposições das inter-relações humanas, com suas leituras da realidade soerguidas a partir das dimensões virtuais, como se pudesse ser resolvido pelos antídotos dos cliques virtuais, em parte, demonstra o estado de mais completo sarcasmo a vida humana.

Ora, nesse redemoinho de espanto e perplexidades, somos impelidos a considerar até que ponto o viver pelo viver, o fazer o que quero, os discursos vociferadores de que o não pode traumatizar, lesar, prejudicar, oprimir e por aí vai. Sem sombra de dúvida, com o retoque do individualismo narcisista relativista aliado a um perfil de crianças, de adolescentes e de jovens como se fossem os detentores da verdade e, quem os contesta, colocados como caricaturas retrógradas e arbitrárias. Não por menos, as redes digitais esparraram os espaços para o culto ao banal, ao baixo e ao boçal, tidos como verídicos bezerros de ouro da pós modernidade digital. Semelhantemente, a irradiação de um cenário midiático a qual acaba por fomentar e motivar tudo isso, também.

É bem verdade, as discussões adotadas por militantes ideológicos de que isso aconteceu, em função ou por causa dos defensores do porte de armas, do capitalismo, dos defensores da liberdade de expressão, da cultura ocidental, como procurou discorrer o Ministro da Educação, em seu mais recente discurso sobre o assunto. Independentemente de ser progressista ou conservador, de ser liberal ou revolucionário, de ser deste ou daquele lado, não podemos fechar os olhos para uma certeza inabalável, ou seja, referente ao legado de ideias e de idealismos de que ninguém pode se frustrar, de que ninguém pode escutar o não, de que ninguém terá tudo. A partir dessas pontuações, debruço-me no texto de Gênesis 4. 1-9, quando Caim dilacera tanto o respeito quanto a responsabilidade no tocante ao seu irmão Abel e as consequências se entrelaçam num homicídio. Deveras, ironicamente, o século 21 deveria nos disponibilizar uma capacidade acentuada de humanidade, de compaixão, de misericórdia, de integridade, entretanto, observa-se uma realidade de pessoas vazias e vagas, reduzidas ao seu próprio eu sem o outro, embriagadas pelo cinismo de Nietzsche e pelo pessimismo de Schopenhauer, na mais estampada desconsideração por quem está, ao nosso lado. Saliento, ainda mais, tornamo-nos cínicos ao aceitar como parte da vida toda uma pletora de mazelas sociais e morais, a qual procedemos no nosso pessimismo de que nada posso fazer. Para piorar a situação, aqueles autores de atos tão e quanto infames são o retrato de uma sociedade adoecida, de pessoas desprovidas da capacidade de escutar o não, de se frustrar, até porque isso forma a nossa maturidade e a nossa resiliência. Evidentemente, como em Caim, como nesses jovens, chego à conclusão insofismável de que o eldorado de uma vida sem um certo teor de frustração, expressamente, pode nos lançar ao ostracismo do respeito em prol do outro.
São Paulo - SP
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