Palavra do leitor
- 15 de abril de 2013
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Uma ceia diferente
Na passagem de 2012 para 2013 fui convidado para participar de uma ceia oferecida pela "Associação Espírita Vinha de Jesus" aos moradores de rua. A princípio fiquei surpreso, refleti um pouco e pensei seriamente em não ir. Afinal, pensei: não fica bem eu me enfiar num lugar destes. Mas depois entendi que aquele convite era uma oportunidade para eu conhecer melhor um trabalho assistencial que existe aqui há 50 anos.
O convite partiu do Diretor da referida Associação, via e-mail, pelo fato de eu ter publicado um artigo no Portal de nossa cidade: "A triste situação dos moradores de rua", sobre a vida e as dificuldades dos moradores de rua, inspirado numa reportagem da TV Record. O referido Diretor dessa Associação é um leitor incondicional de meus escritos e um admirador, considerando que eu escrevo na imprensa local há quase três décadas. Eu pensei em não ir, mas tudo estava bem armado para que eu fosse àquela ceia. Então pensei: não vou ter como escapar.
Noite chuvosa, eu sem carro, tive algumas dificuldades para chegar até aquele local. Cheguei pesaroso explorando primeiro o terreno... Parei de longe para ver e sentir o movimento, passei em fente, depois voltei, olhei... Já estava pensando em desistir de entrar quando encontrei uma pessoa e começamos a conversar, e então eu lhe falei do meu dilema. Esta pessoa me convenceu a entrar naquele recinto onde já se aglomeravam pessoas diferentes, que iam participar daquela ceia, pessoas estranhas, mas, sobretudo, ali estavam seres humanos.
Cheguei, criei coragem e entrei. Confesso que me assustei a principio com a aparência e os gstos das pessoas ali presentes. Fiquei olhando meio de longe, ainda pensando em desistir. Aos poucos, porém, fui me senbilizando e de certa forma me apegando àquelas pessoas tão carentes e aparentemente inofensivas. Vi mães com crianças nos braços, vi jovens, senhores e senhoras, homens barbudos, doentes, mal vestidos os quais me pareciam estar sob o efeito de alguma droga. Isto tudo me sensibilizou e fez o meu coração doer.
Enquanto olhava aquelas pessoas e me sensibilizava com elas, vi chegar o Diretor daquela associação. Todos fizeram silêncio quando ele chegou e a seguir anunciou que antes da ceia ia fazer uma prece de agradecimento. Fiquei atento a cada palavra e a cada gesto seu. Quando ele terminou e as pesoas começaram a comer percebi que ele estava saindo, então me apressei para lhe falar. Fui reconhecido por ele que me cumprimentou num misto de algria e surpresa e me apresentou a uma parte de sua equipe de trabalho, e logo depois me convidou para conhecer o local.
Para mim, tudo aquilo foi algo inédito, foi uma lição de vida a qual jamais vou esquecer. Conheci o dormitório, a cozinha e me certifiquei de como é o dia a dia num albergue e a sua importância no contexto social de uma cidade. Pensei em Jesus e imaginei que muitas vezes na sua missão Ele esteve em lugares semelhantes a este, e o senti ali, por mais contraditório que isto possa parecer. Enquanto a chuva caia "lavando as almas e as consciências", eu me despedia daquele local, mas posso dizer sem hipocrisia e com toda convicção que um pedacinho do meu coração ficou lá. Entendi que ainda tenho muito que aprender. Jesus disse: "Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração..." (Mateus 11. 29).
O convite partiu do Diretor da referida Associação, via e-mail, pelo fato de eu ter publicado um artigo no Portal de nossa cidade: "A triste situação dos moradores de rua", sobre a vida e as dificuldades dos moradores de rua, inspirado numa reportagem da TV Record. O referido Diretor dessa Associação é um leitor incondicional de meus escritos e um admirador, considerando que eu escrevo na imprensa local há quase três décadas. Eu pensei em não ir, mas tudo estava bem armado para que eu fosse àquela ceia. Então pensei: não vou ter como escapar.
Noite chuvosa, eu sem carro, tive algumas dificuldades para chegar até aquele local. Cheguei pesaroso explorando primeiro o terreno... Parei de longe para ver e sentir o movimento, passei em fente, depois voltei, olhei... Já estava pensando em desistir de entrar quando encontrei uma pessoa e começamos a conversar, e então eu lhe falei do meu dilema. Esta pessoa me convenceu a entrar naquele recinto onde já se aglomeravam pessoas diferentes, que iam participar daquela ceia, pessoas estranhas, mas, sobretudo, ali estavam seres humanos.
Cheguei, criei coragem e entrei. Confesso que me assustei a principio com a aparência e os gstos das pessoas ali presentes. Fiquei olhando meio de longe, ainda pensando em desistir. Aos poucos, porém, fui me senbilizando e de certa forma me apegando àquelas pessoas tão carentes e aparentemente inofensivas. Vi mães com crianças nos braços, vi jovens, senhores e senhoras, homens barbudos, doentes, mal vestidos os quais me pareciam estar sob o efeito de alguma droga. Isto tudo me sensibilizou e fez o meu coração doer.
Enquanto olhava aquelas pessoas e me sensibilizava com elas, vi chegar o Diretor daquela associação. Todos fizeram silêncio quando ele chegou e a seguir anunciou que antes da ceia ia fazer uma prece de agradecimento. Fiquei atento a cada palavra e a cada gesto seu. Quando ele terminou e as pesoas começaram a comer percebi que ele estava saindo, então me apressei para lhe falar. Fui reconhecido por ele que me cumprimentou num misto de algria e surpresa e me apresentou a uma parte de sua equipe de trabalho, e logo depois me convidou para conhecer o local.
Para mim, tudo aquilo foi algo inédito, foi uma lição de vida a qual jamais vou esquecer. Conheci o dormitório, a cozinha e me certifiquei de como é o dia a dia num albergue e a sua importância no contexto social de uma cidade. Pensei em Jesus e imaginei que muitas vezes na sua missão Ele esteve em lugares semelhantes a este, e o senti ali, por mais contraditório que isto possa parecer. Enquanto a chuva caia "lavando as almas e as consciências", eu me despedia daquele local, mas posso dizer sem hipocrisia e com toda convicção que um pedacinho do meu coração ficou lá. Entendi que ainda tenho muito que aprender. Jesus disse: "Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração..." (Mateus 11. 29).
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