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Palavra do leitor

Um típico mineiro

Nunca me ative muito aos assuntos do momento. Gostava de explorar minhas memórias e materializar fatos antigos. Nunca fui de pegar um cavalo no pasto, montar e sair todo garboso como quem ganhou um beijo. Eu mexia mais com os cabritos e as cabras, além de levar lavagem pros porcos e olhar no ninho pra ver se a galinha tinha botado aquele ovo para o meu almoço. Nunca fui de nadar em rio profundo, mergulhar e sumir por alguns segundos. Nunca fui de muitas peripécias e aventuras. Meu mundo era mais de meditação, desenhar alguma coisa, fazer algum verso, depois andar pelo pasto, sentar num cupim e ficar olhando a distância que se perdia. Eu era e sou um típico mineiro, muitas vezes sem eira nem beira. Gostava de observar o tempo, as nuvens, o pôr do sol e o revoar das aves em busca do seu ninho. A partir daí eu li poesias de vários autores até que me aventurei pelos caminhos do verso. E hoje é esse o meu universo. Este é um universo de muitos contos e algumas criações, sempre voltado para o palpável e também para o inexplicável.

As pessoas sempre voltam ao passado assim como o ladrão sempre volta ao local do crime. De vez em quando revisitamos o passado na ânsia de encontrar algo que nos ajude e nos ensine alguma coisa. Queremos saber, compreender os porquês e os talvez e buscamos no passado essas respostas. Quem nunca fez isto? Muitas músicas e peças exploram esse passado em busca de respostas para o presente. As músicas mais lindas que já ouvi se reportam a isto. Uma das mais lindas, sem dúvida, é "Meu pequeno Cachoeiro" uma adaptação de Roberto Carlos a uma letra nos anos 70 que até hoje é cantada em seus shows. O ser humano precisa disto, precisa revisitar a sua infância, as peladas no campinho, andar a cavalo, caçar passarinho e depois solta-lo. Brincadeiras inocentes, outras nem tanto, sorrir, correr, cair, se machucar, se apaixonar e depois derramar o planto, eis o ser humano vivendo seu mais puro encanto. Vivemos disto, precisamos disto para viver, reviver e aprender com a vida em seus múltiplos momentos. E quem não se lembra da igrejinha? Do coral em que cantou, da poesia que recitou quando a gente acreditava em Papai Noel e no Natal. Tempo de inocência, sem experiência de vida, sem maldade e sem malícia. Os tempos na escola primária, as professoras e os colegas, os namoricos muitas vezes escondido. Há uns três anos eu estive no lugar onde fui criado no interior de Minas, fui à escola e pedi alguém para procurar alguma lembrança minha, talvez alguma foto, algum documento ou uma lista dos alunos da minha classe na quarta série que eu fiz em 1965. Felizmente eu consegui uma lista dos colegas que se formaram comigo, alguns eram amigos e foi bom recordar aquele tempo. Sou um típico mineiro, tenho lembranças, recordo e escrevo minhas memórias, minhas histórias que eu recordo sem nenhum esforço. Isto faz parte da minha vida, do meu acervo, da minha biblioteca imaginária, das brincadeiras que hoje vivem apenas na lembrança. Tempo passado que ficou amassado, mas que pode ser revisitado, lembrado e também amado. Isto faz parte da nossa vida, da nossa história.

Gosto de falar dessas coisas sempre que encontro alguém que também gosta e às vezes até me emociono. Hoje está difícil visitar esses lugares, há muito protocolo, muita exigência, muito exagero por parte de algumas autoridades extremistas, geralmente da esquerda onde há muita hipocrisia e muita falsidade. Mas um dia pretendo voltar no interior de Minas, mais precisamente no município de Manhuaçu onde tudo começou. Espero que Deus me dê essa oportunidade para eu poder matar a saudade. Mineiro que esquece o seu torrão não tem sentimento, amor, nem coração.
Mogi Guaçu - SP
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