Palavra do leitor
- 11 de maio de 2010
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Um ponto de vista cínico
"Uma proposta de salvação, sem alcançar o ethos, culmina num evangelho titubeante e alienado."
Solilóquio
na travessia niilista,
caricaturas se despem
em lágrimas petrificadas,
laceram paixões
refletidas nos labirintos
de um espelho chamado ontem,
dessoterram emoçõe
e as diluem em águas truvas
e inocentes traições,
na barca dos mortos,
uma sonoridade lúgubre
verbera o ressoar
de uma clarineta,
aplauso de sombras
engolfadas pelo soturno
na orfandade do ser
nos escaninhos
da catedral gótica.
Chamar alguém de cínico, ressoa como algo ácido, pejorativo e medonho. De repente, os ânimos de quem se torna no palco dessa palavra, fica literalmente em sanhas.
Muitos, por repudiarem o adágio de não ter sangue de barata, acionam as instâncias jurídicas para instaurar um processo de injúria. Outros relevam, dão a outra face e desconsideram concernidas negatividades.
Por ora, convido-lhes a irmos ao conceito de cínico, segundo os ditames da cultura grega.
Diametralmente oposto aos versos citados no início desses comentários, um cínico era visto como dotado de firmar e expor pontos de vistas do contexto do qual fazia parte.
Vale dizer, capaz de acarretar manifestações revolucionárias!
Atentemo-nos para os discípulos de Sócrates, enquadrados nessa afirmativa.
Então, você pode interpelar, a saber:
- Afinal de contas, qual a minha intenção, em tudo isso, e, lá no fundo, onde quero chegar?
Ultimamente, observo uma série concomitante de rotulados cínicos da pós-modernidade.
De maneira lúgubre, muitos estão incrustados nos arraiais evangélicos. Não aceitam e execram toda e qualquer feitura de valores, de deveres e responsabilidades.
Sem dó nem piedade, atacam, abruptamente, os axiomas da revelação-viva, procuram a adoção de um evangelho relativista.
São apologistas de um estilo de vida individualista, restringem a práxis cristã a uma superficial participação ministerial.
Nessa linha de raciocínio, preferem uma vida cristã solitária e, mesmo assim, se fazem presentes a fim de serem notados por todos.
Eis aqui os ícones-pastorais, os cantores insuflados por um narcisismo gospel e os profetas-gurus, além de outros, que trilham por um evangelho adaptado e amalgamado as suas crenças, as suas volições e as suas desculpas.
Por consequência, se alguém traz ênfase em prol da comunhão espiritual 'do servir, ouvir e tolera' será inexoravelmente rechaçado.
Por causa disso, representam os espelhos de pessoas num estado de vazio existencial, de um fundamentalismo neurótico e de atribuir, as falanges demoníacas, as calamidades suscitadas pelo egoísmo humano.
Então, no vaivém dessas anomalias, esse cínico se torna presa de uma compulsiva auto-afirmação triunfalista e alienada das tensões, das vicissitudes e ambiguidades da vida.
Alías, em hipótese nenhuma consideram Eclesiastes 03 e as etapas da vida. Não bastasse, há os cínicos chafurdados num estado de auto-rendição e, tão somente, esperão a volta de Cristo.
Destarte, percorrem pelo cotidiano anestesiados, resignados e na mais letal indiferença com relação a todo um desdobrar de situações e retratos de degradação humana.
Na mais infame expressão, valem-se desse jargão:
- São os últimos tempos!
No entanto, ao vasculhar a trajetória de Jesus, aqui, neste oikos, vislumbramos uma coargem-criadora e inspiradora, uma decisão por acolher os inaceitáveis, uma escolha deliberada por perdoar, uma inclinação perene e indélevel por resgatar a justiça e a misericórdia.
Faz-se notar, suas palavras exalam crenças, idéias e valores direcionados a levar todos a fim de ponderarem no destino de ser, a na coragem de ser imago dei e uma parte.
Por fim, mormente a palavra cínico tenha adquirido uma conotação pejorativa e dantesca, talvez seja necessário abrirmos uma exceção e aceitarmos incorremos pelos enredos desse cínico chamado 'Cristo'.
Solilóquio
na travessia niilista,
caricaturas se despem
em lágrimas petrificadas,
laceram paixões
refletidas nos labirintos
de um espelho chamado ontem,
dessoterram emoçõe
e as diluem em águas truvas
e inocentes traições,
na barca dos mortos,
uma sonoridade lúgubre
verbera o ressoar
de uma clarineta,
aplauso de sombras
engolfadas pelo soturno
na orfandade do ser
nos escaninhos
da catedral gótica.
Chamar alguém de cínico, ressoa como algo ácido, pejorativo e medonho. De repente, os ânimos de quem se torna no palco dessa palavra, fica literalmente em sanhas.
Muitos, por repudiarem o adágio de não ter sangue de barata, acionam as instâncias jurídicas para instaurar um processo de injúria. Outros relevam, dão a outra face e desconsideram concernidas negatividades.
Por ora, convido-lhes a irmos ao conceito de cínico, segundo os ditames da cultura grega.
Diametralmente oposto aos versos citados no início desses comentários, um cínico era visto como dotado de firmar e expor pontos de vistas do contexto do qual fazia parte.
Vale dizer, capaz de acarretar manifestações revolucionárias!
Atentemo-nos para os discípulos de Sócrates, enquadrados nessa afirmativa.
Então, você pode interpelar, a saber:
- Afinal de contas, qual a minha intenção, em tudo isso, e, lá no fundo, onde quero chegar?
Ultimamente, observo uma série concomitante de rotulados cínicos da pós-modernidade.
De maneira lúgubre, muitos estão incrustados nos arraiais evangélicos. Não aceitam e execram toda e qualquer feitura de valores, de deveres e responsabilidades.
Sem dó nem piedade, atacam, abruptamente, os axiomas da revelação-viva, procuram a adoção de um evangelho relativista.
São apologistas de um estilo de vida individualista, restringem a práxis cristã a uma superficial participação ministerial.
Nessa linha de raciocínio, preferem uma vida cristã solitária e, mesmo assim, se fazem presentes a fim de serem notados por todos.
Eis aqui os ícones-pastorais, os cantores insuflados por um narcisismo gospel e os profetas-gurus, além de outros, que trilham por um evangelho adaptado e amalgamado as suas crenças, as suas volições e as suas desculpas.
Por consequência, se alguém traz ênfase em prol da comunhão espiritual 'do servir, ouvir e tolera' será inexoravelmente rechaçado.
Por causa disso, representam os espelhos de pessoas num estado de vazio existencial, de um fundamentalismo neurótico e de atribuir, as falanges demoníacas, as calamidades suscitadas pelo egoísmo humano.
Então, no vaivém dessas anomalias, esse cínico se torna presa de uma compulsiva auto-afirmação triunfalista e alienada das tensões, das vicissitudes e ambiguidades da vida.
Alías, em hipótese nenhuma consideram Eclesiastes 03 e as etapas da vida. Não bastasse, há os cínicos chafurdados num estado de auto-rendição e, tão somente, esperão a volta de Cristo.
Destarte, percorrem pelo cotidiano anestesiados, resignados e na mais letal indiferença com relação a todo um desdobrar de situações e retratos de degradação humana.
Na mais infame expressão, valem-se desse jargão:
- São os últimos tempos!
No entanto, ao vasculhar a trajetória de Jesus, aqui, neste oikos, vislumbramos uma coargem-criadora e inspiradora, uma decisão por acolher os inaceitáveis, uma escolha deliberada por perdoar, uma inclinação perene e indélevel por resgatar a justiça e a misericórdia.
Faz-se notar, suas palavras exalam crenças, idéias e valores direcionados a levar todos a fim de ponderarem no destino de ser, a na coragem de ser imago dei e uma parte.
Por fim, mormente a palavra cínico tenha adquirido uma conotação pejorativa e dantesca, talvez seja necessário abrirmos uma exceção e aceitarmos incorremos pelos enredos desse cínico chamado 'Cristo'.
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