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Palavra do leitor

Um café da manhã especial

Eram 5 horas da manhã. Os primeiros raios de sol tocavam levemente as areias da praia aquecendo-as depois da fria madrugada. Os montes ao redor pareciam aguardar as cenas que presenciariam naquele crepúsculo matutino. O mar de Tiberíades, com suas águas adocicadas, era um velho conhecido daqueles pescadores experientes.

Na noite anterior a tristeza fora a companheira daqueles galileus. Um sentimento de decepção estava estampado em seus olhos. Simão, o líder do grupo, numa atitude de desânimo decide voltar a pescar depois de um bom tempo afastado do seu ofício caminhando e aprendendo com seu Mestre. Imaginava, como os demais, que faria parte de um grande império humano no qual seria reconhecido e aplaudido. Pensava em seu coração: foi bom enquanto durou, mas preciso voltar à vida normal, afinal, "navegar é preciso, viver não é preciso". Seu ato seria imitado pelos outros seis companheiros carentes de alguém que os liderassem.

Ao retornarem da fatídica e fracassada pesca, um estranho na praia pergunta-lhes o que tinham para comer. Parecia faminto como alguém que havia atravessado um árido e longo deserto. Ao responderem que nada haviam pescado, o solitário homem ordena-lhes que joguem a rede novamente, no que fora atendido. Quase uma tonelada de peixes é puxada das águas outrora estéreis. Atônitos, reconhecem quem era aquele caminhante: Jesus havia retornado à cena, tão vivo quanto andava em meio às multidões pregando e curando-as. Já na praia, os discípulos são recebidos com um sorriso e brindados com um delicioso café da manhã. Pães e peixes assados, quentinhos e cheirosos os aguardavam. Certamente aquela seria a refeição matinal mais incrível de suas vidas.

Jesus passa a tratar com cada membro daquele grupo com a mesma paciência e doçura que havia lhes treinado ao longo dos três últimos anos. O medo e a dúvida dão lugar à esperança, perdida após a aparente derrota na cruz, o que aqueceria novamente seus corações aflitos. Porém, o Mestre se dirige especialmente a um deles: Simão Pedro. De maneira pedagógica, o interroga três vezes se o amava, como que lembrando da ocasião quando este o negara antes do cantar do galo. Diante da insistência do Senhor, o irmão de André entende a mensagem: seu amor ainda era o "phileo" e não o "agapao", portanto não era o suficiente para alguém dar da própria vida; ainda não estava à altura dos mistérios do reino de Deus. Seu amor não era do tipo sacrificial, incondicional. Era um sentimento, sim, fraternal, porém, egoísta, utilitarista e superficial.

Assim como eu e você, o precipitado Pedro falava demais, se achava forte e independente demais. Ainda era-lhe necessário morrer para si mesmo. Somente assim tornar-se-ia capaz de encher suas redes com vidas outrora perdidas, transformando-se num exímio pescador de homens, num profundo médico de almas, o que ocorreria depois que fosse visitado pelo outro Consolador (João 14). Como Pedro também negamos a Jesus toda vez que "trocamos nossa primogenitura por um prato de lentilhas", sempre que "preferimos comer das iguarias dos reinos humanos ao nosso redor" ou que "honramos e servimos mais a criatura do que o Criador" (Rm 1.25). Mas como Pedro, podemos ser transformados em pedras vivas capazes de serem usadas na construção de um novo reino.

O vento soprava forte e, da mesma forma que havia surgido por entre as palmeiras, o Nazareno se vai. Suas palavras doces e encorajadoras durante a refeição ecoariam pelos anos vindouros e fariam daqueles meros pescadores testemunhas da maior notícia já apregoada por toda a Terra. A história acima contada pelo apóstolo do amor, João, nos fala de um Deus que não apenas acalma tempestades e ventos bravios, mas também ajusta o coração daqueles que já desistiram da caminhada, e os encoraja e os envia por novos caminhos, por novos mares.

Naquela manhã, às margens do lago Genesaré, aprendemos com aqueles homens comuns a conhecer um Deus incomum que cuida dos detalhes, um Deus que apascenta e aquieta corações turbulentos e fadigados, um Deus que após noites escuras e em meio a sombras tenebrosas nos acolhe e até nos prepara um banquete, mesmo que seja um singelo e inesquecível café da manhã numa praia distante.

Tony
faos.ead@gmail.com
Brasília - DF
Textos publicados: 80 [ver]
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