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Palavra do leitor

Tudo me é lícito, mas...

Veio ao meu coração, nesta manhã, o título acima e seu contexto. Nem tudo o que é lícito é justo; será que tudo o que é justo é lícito? Estamos vivendo tempos em que a licitude é abandonada, e a justiça é esquecida – é o cada um por si: quanto mais vantagens amealhar, melhor!

Prevalece a pseudo "lei de Gerson", de "levar vantagem em tudo", cada um por si e todos por ninguém. O tempo urge, as [más] ações precisam ser rápidas para ninguém deixar de levar o seu "pedaço do bolo", bolo cada vez menor para a insuficiência dos menos preparados para tirar o seu quinhão.

O conceito entre o que é público e o que é privado se apequena, se mistura, se confunde; perde-se a noção do que é meu e o que é do próximo! O que é do próximo deveria ser intocável, mas não é!

O que, em tese, é permissível muitas vezes não é conveniente, deve ser evitado, mas a atração pelo que é alheio é enorme, incontrolável até, mas há [deve haver], uma consequência!

Há anos, nossa igreja, aqui de São Paulo, foi a uma cidade do Rio Grande do Sul para confraternização; ficamos hospedados em uma casa de família, família essa que estava de viagem marcada e o dono da casa nos entregou tudo: a chave da casa, a chave do carro, etc., dizendo que poderíamos usar o que quiséssemos, à vontade.

Se, na ausência dessa família, vendo-nos não fiscalizados, furtássemos o seu bem mais caro, mais precioso, mais bonito, de maior valor afetivo, não seria justo e nem lícito; mas se alguém assaltar uma confeitaria, levar todos os pães, doces, etc. para pessoas abaixo da linha da pobreza?

Tanto a causa [pessoas famintas] como o efeito [pessoas alimentadas] seriam justos, mas o ato, em si, punível criminalmente; é ilícito!

Remetendo-me à Palavra de Deus, leio um texto que começa a tratar de pecados [a igreja para a qual se dirigia estava em pecados graves, principalmente com imoralidades sexuais], depois fala de alimento e conclui exortando quanto ao uso do corpo que deve ser puro, imaculado e, por isso, "templo do Espírito Santo".

"Vocês não sabem que os perversos não herdarão o reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus" (I Coríntios 6. 9-10 NVI)

Continua Paulo: "’Tudo me é permitido, mas nem tudo convém’. ‘Tudo me é permitido’, mas eu não deixarei que nada me domine. ‘Os alimentos foram feitos para o estômago e o estômago para os alimentos’, mas Deus destruirá ambos".

Depois diz ele: "Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. O corpo, porém, não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo.

Por seu poder, Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará. Vocês não sabem que os seus corpos são membros de Cristo? Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma prostituta? De modo nenhum!

Vocês não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela? Pois, como está escrito: "Os dois serão uma só carne". Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo.

Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês" (1 Coríntios 6. 12-20).

Creio que, falando de alimentos, é útil ilustrar com um exemplo: - se alguém me oferecer alimento
"sacrificado a ídolos" e eu comer nada de mal me acontece pois "não sou julgado de acordo com a consciência de outros"; mas se eu participei na prática do sacrifício, ou fui informado do mesmo, e comer dele, aí sim sofrerei consequências.

"Se algum dentre os incrédulos vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que for posto diante de vós, sem nada perguntardes por motivo de consciência. Porém se alguém vos disser: isto é cousa sacrificada a ídolo, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; consciência, digo, não a tua propriamente, mas a do outro. Pois por que há de ser julgada a minha liberdade pela consciência alheia? Se eu participo com ação de graças, por que hei de ser vituperado por causa daquilo por que dou graças?" (I Coríntios 10. 27-30).

Com relação ao pecado contra o próprio corpo [fornicação, prostituição, adultério, etc.] a Palavra de Deus sinaliza como pecado contra o Templo do Espírito Santo, único pecado não perdoável:

"Por esse motivo eu lhes digo: Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada. Todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na que há de vir" (Mateus 12. 31-32).

Pense nisto!
São Paulo - SP
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