Palavra do leitor
- 15 de março de 2008
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Tua vontade
"Muitas das minhas lutas na vida cristã giram em torno de duas questões semelhantes: Porque é que Deus não age segundo a nossa vontade e porque é que eu não tenho agido segundo a Sua vontade" (Philip Yancey).
Acho que a coisa mais difícil de fazer como cristão é aceitar a vontade de Deus para a nossa vida! É fácil aceitar a vontade de Deus nas questões gerais ou na vida do nosso próximo, mas quando se trata especificamente da nossa vida, nos questionamos e tendemos a resistir. Jesus sabia deste dilema e nos ensinou a orar pedindo para que a vontade de Deus seja feita. Ele mesmo lidou com esta luta, chegando ao ponto de orar no jardim de Getsemani dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo não se faça a minha vontade, e sim a Tua. Para o nosso caso, pelo menos três razões podem estar por detrás desta guerra de vontades.
1) Desconfiamos da vontade de Deus, não crendo que os seus planos são verdadeiramente bons. Alguém, disse-me que é porque a vontade de Deus vai contra as nossas ambições e realizações. Ora, se isto for verdade, então a questão é mais profunda ainda, porque envolve a velha grande mentira do diabo que diz "Deus quer que seja miserável e triste, eu quero que seja alegre, feliz e realizado". A propaganda do diabo continua a mesma desde o inicio, no jardim de Éden: "é assim que Deus disse para não comer daquela árvore do jardim? Deus é invejoso. Experimente o que te dá vontade". O facto é que, quando esta velha mentira ganha corpo na nossa mente, então começamos a desconfiar dos propósitos de Deus e dos seus planos (que a Bíblia bem diz que, são bons perfeitos e agradáveis). Note que até pode se dar o caso de alcançar seus objectivos pessoais, tornando-se um sucesso pelos padrões do mundo, mas mesmo assim, falhar em alcançar os propósitos para os quais Deus o criou! Deus sabe o que é bom para nós.
2) Pensamos que fazer a vontade de Deus, consiste em apenas "evangelizar" exigindo para tal um chamado especial. Talvez somente para os mais dotados ou os que fazem parte do departamento de evangelização. E não vemos a vontade de Deus no nosso dia a dia, no cumprimento dos nossos trabalhos "seculares". Vinoth Ramachandra traça o caminho como chegamos a este ponto. Diz ele que foi a partir do momento que abandonamos a missão holistica passando, nas palavras do missiólogo Sul-Africano David Bosch, apenas a "inscrever as pessoas na lista do reino de Deus" quando passamos a considerar que o "chamado real" é o de "pregar o evangelho" menosprezando outras áreas que Jesus veio restaurar. Vivendo na China, descobri que o simples viver o dia a dia, apenas co-existindo como luz e sal, também cumpre a vontade de Deus. Cada um tem o seu papel, sei que nunca serei igual a Paulo, o facto é que não somos chamados a fazer o papel de outro, Deus não faz duplicados. Ele tem propósitos diferentes para cada um. O propósito de Deus é bom e agradável para nos dar o fim que desejamos... mas o que nós desejamos mesmo? Alguns de nós pensamos que ser usado por Deus é fazer coisas notáveis a vista de todos, vir nos boletins da igreja, ser reconhecido mundialmente, fazer muitos milagres... isto até pode acontecer! Mas gostaria mesmo é de saber a finalidade de tal desejo! Fazer a vontade de Deus, como diria Ricardo Gondim, não tem nada a ver com os "interesses pessoais camuflados de ‘amor pelas almas’; vaidade de conquistar ou sucesso travestida de 'unção'".
3) Pensamos que a vontade de Deus exclui a cruz, o sofrimento. Tendemos a agir como servos que escolhem o tipo de serviço, preferindo as tarefas mais honráveis, mais prazerosas, excluímos as menos dignificaveis, as que envolvem a auto-entrega, a cruz. "Temos tanta fé para ir ao céu, mas não suficiente para viver aqui na terra como servos." Se no cumprimento duma dada tarefa as coisas começam a complicar, logo pensamos que não estamos a fazer a vontade de Deus. O sofrimento não esta necessariamente relacionado com o pecado. Esquecemos que na vida cristã "a alegria e a tristeza não se excluem", explica Henri Nouwen "pelo contrário fundem-se numa perspectiva que deve formar seres humanos maduros e honestos, os quais pela graça deve aprender a vivenciar os prazeres e simultaneamente, carregar os fardos de sua própria existência, segurando e bebendo do cálice da vida". Não poucas vezes vamos experimentar sensações de abandono, perseguição, dores, fracassos. Nos versos subseqüentes a grande comissão fica evidente que ao irmos, alguns não vão crer, haverá demônios se opondo, venenos e cobras nos cruzando nossos caminhos... Mas tudo isto coopera para o bem... Aliás, é neste vale da vida que a fé cultiva-se, o amor transborda, a paciência floresce, a intimidade com Deus se torna frondosa e frutos dignos são produzidos. Certamente que a vitória é certa! Como diz o peregrino no clássico de John Bunyan "Ele não nos prometeu uma viagem fácil mas nos garante um destino seguro". Seja feita a Tua vontade na minha vida... Senhor!
Acho que a coisa mais difícil de fazer como cristão é aceitar a vontade de Deus para a nossa vida! É fácil aceitar a vontade de Deus nas questões gerais ou na vida do nosso próximo, mas quando se trata especificamente da nossa vida, nos questionamos e tendemos a resistir. Jesus sabia deste dilema e nos ensinou a orar pedindo para que a vontade de Deus seja feita. Ele mesmo lidou com esta luta, chegando ao ponto de orar no jardim de Getsemani dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo não se faça a minha vontade, e sim a Tua. Para o nosso caso, pelo menos três razões podem estar por detrás desta guerra de vontades.
1) Desconfiamos da vontade de Deus, não crendo que os seus planos são verdadeiramente bons. Alguém, disse-me que é porque a vontade de Deus vai contra as nossas ambições e realizações. Ora, se isto for verdade, então a questão é mais profunda ainda, porque envolve a velha grande mentira do diabo que diz "Deus quer que seja miserável e triste, eu quero que seja alegre, feliz e realizado". A propaganda do diabo continua a mesma desde o inicio, no jardim de Éden: "é assim que Deus disse para não comer daquela árvore do jardim? Deus é invejoso. Experimente o que te dá vontade". O facto é que, quando esta velha mentira ganha corpo na nossa mente, então começamos a desconfiar dos propósitos de Deus e dos seus planos (que a Bíblia bem diz que, são bons perfeitos e agradáveis). Note que até pode se dar o caso de alcançar seus objectivos pessoais, tornando-se um sucesso pelos padrões do mundo, mas mesmo assim, falhar em alcançar os propósitos para os quais Deus o criou! Deus sabe o que é bom para nós.
2) Pensamos que fazer a vontade de Deus, consiste em apenas "evangelizar" exigindo para tal um chamado especial. Talvez somente para os mais dotados ou os que fazem parte do departamento de evangelização. E não vemos a vontade de Deus no nosso dia a dia, no cumprimento dos nossos trabalhos "seculares". Vinoth Ramachandra traça o caminho como chegamos a este ponto. Diz ele que foi a partir do momento que abandonamos a missão holistica passando, nas palavras do missiólogo Sul-Africano David Bosch, apenas a "inscrever as pessoas na lista do reino de Deus" quando passamos a considerar que o "chamado real" é o de "pregar o evangelho" menosprezando outras áreas que Jesus veio restaurar. Vivendo na China, descobri que o simples viver o dia a dia, apenas co-existindo como luz e sal, também cumpre a vontade de Deus. Cada um tem o seu papel, sei que nunca serei igual a Paulo, o facto é que não somos chamados a fazer o papel de outro, Deus não faz duplicados. Ele tem propósitos diferentes para cada um. O propósito de Deus é bom e agradável para nos dar o fim que desejamos... mas o que nós desejamos mesmo? Alguns de nós pensamos que ser usado por Deus é fazer coisas notáveis a vista de todos, vir nos boletins da igreja, ser reconhecido mundialmente, fazer muitos milagres... isto até pode acontecer! Mas gostaria mesmo é de saber a finalidade de tal desejo! Fazer a vontade de Deus, como diria Ricardo Gondim, não tem nada a ver com os "interesses pessoais camuflados de ‘amor pelas almas’; vaidade de conquistar ou sucesso travestida de 'unção'".
3) Pensamos que a vontade de Deus exclui a cruz, o sofrimento. Tendemos a agir como servos que escolhem o tipo de serviço, preferindo as tarefas mais honráveis, mais prazerosas, excluímos as menos dignificaveis, as que envolvem a auto-entrega, a cruz. "Temos tanta fé para ir ao céu, mas não suficiente para viver aqui na terra como servos." Se no cumprimento duma dada tarefa as coisas começam a complicar, logo pensamos que não estamos a fazer a vontade de Deus. O sofrimento não esta necessariamente relacionado com o pecado. Esquecemos que na vida cristã "a alegria e a tristeza não se excluem", explica Henri Nouwen "pelo contrário fundem-se numa perspectiva que deve formar seres humanos maduros e honestos, os quais pela graça deve aprender a vivenciar os prazeres e simultaneamente, carregar os fardos de sua própria existência, segurando e bebendo do cálice da vida". Não poucas vezes vamos experimentar sensações de abandono, perseguição, dores, fracassos. Nos versos subseqüentes a grande comissão fica evidente que ao irmos, alguns não vão crer, haverá demônios se opondo, venenos e cobras nos cruzando nossos caminhos... Mas tudo isto coopera para o bem... Aliás, é neste vale da vida que a fé cultiva-se, o amor transborda, a paciência floresce, a intimidade com Deus se torna frondosa e frutos dignos são produzidos. Certamente que a vitória é certa! Como diz o peregrino no clássico de John Bunyan "Ele não nos prometeu uma viagem fácil mas nos garante um destino seguro". Seja feita a Tua vontade na minha vida... Senhor!
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