Palavra do leitor
- 06 de março de 2008
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Tropa de Elite e o roubo do coração
Quando nossa igreja visitava uma unidade da FEBEM em Belo Horizonte podíamos ver nitidamente qual a classe que está sendo, ainda em tenra idade, vigiada e punida.
Michel Foucault está correto, o controle da criminalidade aparece no contexto político da luta de classes das sociedades modernas, marcado pelo fracasso dos objetivos ideológicos de repressão da criminalidade e de correção do condenado, que encobre o êxito histórico dos objetivos reais de gestão diferencial da criminalidade. O punir se confunde com o vigiar, dentro e fora das prisões brasileiras.
Matias é o elo de encontro entre essas classes, entre os bandidos e os mocinhos, entre os cérebros e os braços do sistema. Sem coração, Matias é o próprio coração da sociedade brasileira.
Em Tropa de Elite a guerra em que o Brasil se encontra é denunciada. Na linha de frente, policiais e bandidos se enfrentam. Quem é pior na crueldade? Na guerra isso pouco importa... O que realmente importa é quais seriam os interesses trás dessa guerra.
No ano passado (2007), segundo o jornal Estado de Minas, o setor bancário obteve lucro recorde de 25% do seu patrimônio líquido, nada mais nada menos que R$ 45,4 bilhões. Paralelamente o Brasil continua sendo um país com um dos piores índices - Gini - de distribuição de renda do mundo. Apesar da leve melhora, 10% da população ainda retém quase que metade da renda nacional, enquanto que outros 10% mais pobre ficam com nem 1% do bolo.
É nessa conjuntura social que Matias se torna então o rebelde que ousou desafiar o poder, arriscando sua própria vida e a de seus queridos. É aí então que ele passa por uma metamorfose: Deixa de ser classe dominada e passa a ser elite. Já não é mais o coração, pois adquiriu um próprio, petrificado, que é imediatamente solapado pelo sistema.
Quantos nessa guerra em solo brasileiro também não acabam perdendo aquilo que têm de mais precioso?
Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda as suas mãos para a iniqüidade (Sl 125.3).
Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida (Pv 4.23).
Michel Foucault está correto, o controle da criminalidade aparece no contexto político da luta de classes das sociedades modernas, marcado pelo fracasso dos objetivos ideológicos de repressão da criminalidade e de correção do condenado, que encobre o êxito histórico dos objetivos reais de gestão diferencial da criminalidade. O punir se confunde com o vigiar, dentro e fora das prisões brasileiras.
Matias é o elo de encontro entre essas classes, entre os bandidos e os mocinhos, entre os cérebros e os braços do sistema. Sem coração, Matias é o próprio coração da sociedade brasileira.
Em Tropa de Elite a guerra em que o Brasil se encontra é denunciada. Na linha de frente, policiais e bandidos se enfrentam. Quem é pior na crueldade? Na guerra isso pouco importa... O que realmente importa é quais seriam os interesses trás dessa guerra.
No ano passado (2007), segundo o jornal Estado de Minas, o setor bancário obteve lucro recorde de 25% do seu patrimônio líquido, nada mais nada menos que R$ 45,4 bilhões. Paralelamente o Brasil continua sendo um país com um dos piores índices - Gini - de distribuição de renda do mundo. Apesar da leve melhora, 10% da população ainda retém quase que metade da renda nacional, enquanto que outros 10% mais pobre ficam com nem 1% do bolo.
É nessa conjuntura social que Matias se torna então o rebelde que ousou desafiar o poder, arriscando sua própria vida e a de seus queridos. É aí então que ele passa por uma metamorfose: Deixa de ser classe dominada e passa a ser elite. Já não é mais o coração, pois adquiriu um próprio, petrificado, que é imediatamente solapado pelo sistema.
Quantos nessa guerra em solo brasileiro também não acabam perdendo aquilo que têm de mais precioso?
Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda as suas mãos para a iniqüidade (Sl 125.3).
Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida (Pv 4.23).
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