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Palavra do leitor

Tristeza não tem fim?

Tristeza não tem fim felicidade sim. Assim começa a música composta por Vinicius de Morais e Tom Jobim. Música que trata da finitude da alegria e da constância da tristeza humana.

A bela música retrata na sua letra a sensação que normalmente as pessoas têm diante da fugacidade que as coisas da vida possuem.

É próprio do ser humano sustentar a sua vida sobre tudo aquilo que é passageiro. As pessoas anseiam por tantas coisas acreditando que estas ou aquelas poderão lhes trazer maior ou menor felicidade.

Isto eu costumo chamar de felicidade circunstanciada, pois é aquela alegria que está depositada nas coisas que cercam o homem e a mulher.

Trabalho, bens, viagens, festas, o ser humano circunstancia a sua vida acreditando que quando estiver mais próximo daquelas coisas que tanto almeja, se sentirá mais feliz e realizado naquilo é chamado de “um momento de sonho”. Mas será?

Se durante toda a nossa existência circunstanciarmos nossos sentimentos às alegrias que passarmos, ou às tristezas que enfrentarmos, incorreremos no sério risco da frustração e da desesperança.

Deixe-me explicar melhor. Você está próximo de realizar uma prova ou mesmo morar em uma nova casa ou até quem sabe esperando o casamento ou o nascimento de um filho. Tendo se concretizado o que tanto esperava, de repente, vem aquele sentimento do realizado, da missão cumprida e da ação acabada.

Você se esforça, sua muito, se esgota e, quando conquista ou recebe o esperado, logo vem a tristeza e a pergunta: “Mas porque não continuou?”.

O perigo da alegria circunstanciada, como diria Vinícius e Tom, é que ela se sustenta naquelas belas coisas da vida que nos deparamos no dia-a-dia, mas que logo de dissipam e acabam como, de fato, tudo nesta vida.

Aquele momento maravilhoso quando se realiza aquela tão esperada coisa, parece até um sonho. Vem aquele desejo de que o que se está vivendo nunca acabe, mas... o fim é inevitável.

Bom seria se em nossa vida tudo fosse: “Felicidade não tem fim, tristeza sim”, mas enquanto vivermos haveremos de enfrentar esta realidade e o contraste entre felicidade e tristeza. Agora, é bom saber que isto não é o fim.

Muito embora o livro de Provérbios nos fale que “A alegria embeleza o rosto, mas a tristeza deixa a pessoa abatida”, nos diz também no livro dos Salmos 30:5 que “O choro pode durar a noite inteira, mas de manhã vem a alegria”.

Enquanto aqui vivermos, assim a nossa vida será. Não! Isto não é fatalismo, mas realidade, afinal, ninguém vive sempre e invariavelmente bem.

A forma como você enxerga e percebe as coisas ao seu redor pode fazer toda a diferença. Refletir e olhar mais para dentro de si mesmo, buscar sentido além de tudo aquilo que é material, faz-nos ter mais esperança e não viver tão desalentados e angustiados.

A felicidade existe e é real. Ela é muito mais do que tudo o que se espera. Ela está ao alcance de todos. Pode ser até passageira, no sentido que nem sempre estamos sorrindo, pois também temos os nossos momentos de tristezas e desilusões.

Ela não “precisa que haja vento sem parar” para ser real, porque até em meio a calmaria, aprendemos lições e somos fortalecidos.

Jesus certa feita disse que ”o vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito”.

Se a vida precisar de vento, que seja um vento que ultrapasse nossa razão, que venha do alto, diretamente aos nossos corações e que seja constante. Porque melhor é a brisa suave constantemente, do que a grande ventania que traz seu agito, mas que logo se dissipa e acaba.

Experimente receber este vento em sua vida e seja feliz!

Fique em Paz!
Florianópolis - SC
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