Palavra do leitor
- 27 de janeiro de 2011
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Tragédia anunciada
Todo ano acontece a mesma coisa, mas é como se fosse a primeira vez.
Ouvindo e lendo as notícias tristes sobre as chuvas e os estragos e mortes causados não consegui ficar alheio a esta tragédia que se abateu principalmente sobre a região serrana do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo foi noticiado recentemente, o número de mortos já chegou a 827 com 513 desaparecidos, sem contar os prejuizos materiais que são de grande monta. Janeiro de 2011, esta data vai ficar marcada na história por conta de uma das piores tragédias que já se ouviu falar em relação a excessos de chuvas, enchentes, desabamentos, deslisamentos, escorregamentos, desmoronamentos e mortes. Percebemos, entretanto, que se trata de uma tragédia anunciada que de alguma forma poderia ter sido evitada.
Existem terrenos onde não se pode construir. São encostas de morros, locais de vegetação abundante em que a terra não consegue segurar o peso de uma construção. São locais impróprios, pois neles não se consegue fazer nem sequer um aterro para se iniciar a construção. Como então fazer um alicerce? Da mesma forma em que há terrenos impróprios para a plantação também os há para a construção. Não adianta forçar a natureza, ela é sábia e não aceita imposição. Mais dias, menos dias ela requer de nós o que lhe pertence de fato e de direito. E o resultado da teimosia nossa pode ser conhecido depois através das tragédias naturais que, na maioria das vezes, são provocadas pelo homem.
Todo ano acontece a mesma coisa e nos mesmos meses, nos mesmos dias e quase sempre nos mesmos lugares, ou próximo. É só recorrer aos noticiários dos anos anteriores e observar as coincidências. Alguém até já supôs que deve ter pessoas interessadas nessas tragédias. Provavelmente, alguém pode estar ganhando dinheiro com isto. Será? Alguém disse, sabiamente, que é mais fácil evitar acidentes do que contornar e conviver com eles depois. Mas para evitá-los pode-se ferir altos interesses, inclusive políticos e imobiliários. Então é mais "cômodo" deixar que eles aconteçam, e depois "generosamente" ajudar os flagelados com o dinheiro público. Infelizmente, esta ainda é a mentalidade de muitos governantes.
Há lugares onde deveria ser proibido por lei se construir moradias. Regiões serranas onde vemos tantas plantações e a natureza é exuberante. Verdadeiros santuários onde a tônica é a beleza e a poesia. Nesses locais se deveria respeitar a natureza tão linda e chegar lá apenas para admirar as belas flores e curtir a variedade de pássaros com sua plumagem multicor e seu canto mavioso e encantador. Não são lugares para o homem construir casas e morar; fazer ruas, encanamentos e receber os serviços sempre muito caros que a Prefeitura presta. Lá é lugar onde se pode fazer um passeio, tirar fotos e depois, quem sabe, fazer um poema ou uma crônica contando a aventura de um dia ter estado no paraíso. Quando isto acontece, a natureza agradece e se sente protegida e amada e retribui a todos com um largo sorriso.
A crônica triste que fica depois de tudo é a certeza de que isto vai continuar acontecendo ano após ano. A ganância do homem, os interesses políticos e imobiliários somados à necessidade de moradia, principalmente para familias mais pobres, vão continuar gerando este espetáculo deprimente, chocante e aterrador. A presidente pode ir lá, o governador e os ministros também que não muda nada. Quando a lama for retirada e os corpos forem contados e enterrados e os desaparecidos forem até esquecidos tudo ficará em total esquecimento como ficou nos anos anteriores. O que precisa mudar é o homem, mas este nem Deus muda - a menos que o homeme se permita esta mudança. Até lá as tragédias vão continuar acontecendo e mais e mais pessoas vão continuar morrendo... Estamos diante de uma tragédia anunciada. Não é preciso dizer mais nada.
Ouvindo e lendo as notícias tristes sobre as chuvas e os estragos e mortes causados não consegui ficar alheio a esta tragédia que se abateu principalmente sobre a região serrana do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo foi noticiado recentemente, o número de mortos já chegou a 827 com 513 desaparecidos, sem contar os prejuizos materiais que são de grande monta. Janeiro de 2011, esta data vai ficar marcada na história por conta de uma das piores tragédias que já se ouviu falar em relação a excessos de chuvas, enchentes, desabamentos, deslisamentos, escorregamentos, desmoronamentos e mortes. Percebemos, entretanto, que se trata de uma tragédia anunciada que de alguma forma poderia ter sido evitada.
Existem terrenos onde não se pode construir. São encostas de morros, locais de vegetação abundante em que a terra não consegue segurar o peso de uma construção. São locais impróprios, pois neles não se consegue fazer nem sequer um aterro para se iniciar a construção. Como então fazer um alicerce? Da mesma forma em que há terrenos impróprios para a plantação também os há para a construção. Não adianta forçar a natureza, ela é sábia e não aceita imposição. Mais dias, menos dias ela requer de nós o que lhe pertence de fato e de direito. E o resultado da teimosia nossa pode ser conhecido depois através das tragédias naturais que, na maioria das vezes, são provocadas pelo homem.
Todo ano acontece a mesma coisa e nos mesmos meses, nos mesmos dias e quase sempre nos mesmos lugares, ou próximo. É só recorrer aos noticiários dos anos anteriores e observar as coincidências. Alguém até já supôs que deve ter pessoas interessadas nessas tragédias. Provavelmente, alguém pode estar ganhando dinheiro com isto. Será? Alguém disse, sabiamente, que é mais fácil evitar acidentes do que contornar e conviver com eles depois. Mas para evitá-los pode-se ferir altos interesses, inclusive políticos e imobiliários. Então é mais "cômodo" deixar que eles aconteçam, e depois "generosamente" ajudar os flagelados com o dinheiro público. Infelizmente, esta ainda é a mentalidade de muitos governantes.
Há lugares onde deveria ser proibido por lei se construir moradias. Regiões serranas onde vemos tantas plantações e a natureza é exuberante. Verdadeiros santuários onde a tônica é a beleza e a poesia. Nesses locais se deveria respeitar a natureza tão linda e chegar lá apenas para admirar as belas flores e curtir a variedade de pássaros com sua plumagem multicor e seu canto mavioso e encantador. Não são lugares para o homem construir casas e morar; fazer ruas, encanamentos e receber os serviços sempre muito caros que a Prefeitura presta. Lá é lugar onde se pode fazer um passeio, tirar fotos e depois, quem sabe, fazer um poema ou uma crônica contando a aventura de um dia ter estado no paraíso. Quando isto acontece, a natureza agradece e se sente protegida e amada e retribui a todos com um largo sorriso.
A crônica triste que fica depois de tudo é a certeza de que isto vai continuar acontecendo ano após ano. A ganância do homem, os interesses políticos e imobiliários somados à necessidade de moradia, principalmente para familias mais pobres, vão continuar gerando este espetáculo deprimente, chocante e aterrador. A presidente pode ir lá, o governador e os ministros também que não muda nada. Quando a lama for retirada e os corpos forem contados e enterrados e os desaparecidos forem até esquecidos tudo ficará em total esquecimento como ficou nos anos anteriores. O que precisa mudar é o homem, mas este nem Deus muda - a menos que o homeme se permita esta mudança. Até lá as tragédias vão continuar acontecendo e mais e mais pessoas vão continuar morrendo... Estamos diante de uma tragédia anunciada. Não é preciso dizer mais nada.
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