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Palavra do leitor

Tortura comportamental!

Há muito venho refletindo, às vezes comentando, sobre a conhecida cartilha do "politicamente correto"; comportamentos outrora normais, aceitáveis, não maliciosos, divertidos até que, de um momento para o outro, passaram a ser considerados ofensivos; note-se, todavia, que os "considerados ofendidos" jamais se vitimizaram, também se divertiam com o "tratamento social" recebido até como carinho.

Vou exemplificar com algo que passaram a considerar ofensivo para a minha própria pessoa e que nunca, jamais me perturbou, qual seja, o tratamento que me era dispensado; tenho pouco mais de 150 centímetros de "altura"; seria altura mesmo? – Era chamado com amor, com carinho e respeito de "baixinho" – jamais isso me perturbou, nunca tal citação fez com que eu me considerasse inferior.

No meu caso, se estatura limitasse o progresso, teria permanecido "contínuo" por 44 anos e jamais teria vencido o estudo das primeiras letras.

Já contei, em artigo anterior, que ingressei, em 1958, no Banco da Lavoura de Minas Gerais [que, depois, alterou sua razão social para Banco Real, quando mudou a sede para São Paulo] - sim, ingressei como contínuo, pois era menor [quase completando 17 anos]; por isso, fazia os serviços considerados "humildes" [ou "humilhantes"] dentro da instituição; em poucos dias, até hoje não sei a razão, os funcionários, os chefes, o contador e o gerente passaram a me chamar, respeitosamente, de "professor"!

Se não me ofendia com a expressão "baixinho", também não me orgulhei com a menção de um título tão honroso em relação à minha pequena pessoa, um menino ainda em formação cultural.

O interessante, à época e depois em outras situações da vida, não só profissional, é que as pessoas que eu tinha a obrigação de respeitar (idosos, superiores hierárquicos, professores, parentes) é que demonstravam um carinhoso respeito por mim.

Com todo o respeito por quem assim age e exerce influência para que os demais também assim se expressem, não me sinto confortável em ter que [perdão pela palavra] "agredir" a gramática, a linda língua portuguesa, que tanto amo, com variações, a meu ver, descabidas, como por exemplo "todos e todas"; a expressão "todos", no meu simples entendimento, já inclui tanto homens como mulheres, não só adultos mas, também, crianças etc.

Conheço pessoas simples, humildes que entendendo que devem obedecer, rigorosamente, a essa recente "moda" [perdão novamente] se veem em dificuldades em assim proceder, por isso chamo de "tortura comportamental" a já conhecida cartilha do politicamente correto; por exemplo, conheço uma pessoa, nessa condição, que, para obedecer, escreve "amigosas" o que seria "amigos (as)" ou "amigos e amigas"!

Já há tantas coisas na vida que merecem a nossa preocupação que julgo de menor relevância essa questão do tratamento pessoal, que deve ser educado mas jamais humilhante.

A Palavra de Deus já é suficiente no ensinamento a respeito das relações sociais; procurando fundamentação para o "modus vivendi" ideal, creio que a melhor orientação sobre "vidas em sociedade" já está, por ela, muito bem definida:

• maridos "tratai-a [a esposa] com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações" (I Pedro 3. 7b);

• esposas "sede vós, igualmente, submissas aos vossos próprios maridos, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa" (I Pedro 3. 1);

• filhos "Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos (...) cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça" (I Pe. 5.5) – "Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra" (Efésios 6. 1-3).

• servos "sede submissos, com todo o temor ao vosso senhor, não somente se for bom e cordato, MAS TAMBÉM AO PERVERSO" (I Pedro 2 18);

• senhores "de igual modo procedei para com eles [os servos], deixando as ameaças, sabendo que o Senhor, tanto deles como vosso, está nos céus e que para com ele não há acepção de pessoas" (Efésios 6. 9).

• [cidadãos] "Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele" (I Pedro 2. 13-14).

"Finalmente, sede TODOS de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança" (1 Pedro 3 8-9).

"Enchei-vos do Espírito (...) dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, SUJEITANDO-VOS UNS AOS OUTROS NO TEMOR DE CRISTO" (Efésios 5. 18b-21).

A Deus todo o louvor, honra e glória!

Pense nisto!
São Paulo - SP
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