Palavra do leitor
- 10 de setembro de 2021
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Tolerância, "ódio do bem" e a ilusão dos governos temporais
Na busca por respeito e empatia nas relações interpessoais, torna-se indispensável a real tolerância. Sabe-se que tolerância pressupõe discordância, pois se temos uma visão plenamente harmonizada com o pensamento e estilo de vida do outro, logicamente não precisamos tolerá-lo em nada, pois aí seria uma total consonância de mentalidade e opinião – ao contrário de dissonância.
No entanto, assim como tolerância não se dissocia da discordância, da mesma maneira o ato de se tolerar algo ou alguém não precisa ser sinônimo de "incômodo torturante". Do mesmo modo que respeitar o direito alheio em sua cosmovisão não significa aplaudir ou aderir a seus valores, igualmente possível é divergir sem fomentar ódios e segregações contra quem pensa diferente.
Lamentavelmente, o termo "alteridade" tem virado mero jargão (principalmente acadêmico) em contradição por parte de muitos que o propagam. Dessa forma, em nome do "não se tolerar o intolerável", tem sido legitimado ou proposto um sutil e passional "ódio justo" ou "ódio do bem.
Extremismos à parte, a ideia de que o mal está personificado apenas nos outros (burgueses, capitalistas, homens, héteros, brancos, europeus, etc.) enaltece um perigoso estigma cego que exalta o raciocínio de que "os fins justificam os meios" se é por uma causa que se presume justa e necessária.
Durante a revolução francesa, por exemplo, padres foram decapitados, freiras estupradas, conventos incendiados, Bíblias e símbolos religiosos foram destruídos com o objetivo de "limpar" a França das reminiscências de tudo aquilo que se considerava "atraso da humanidade" – "esmagai a infame" (Igreja católica), bradava Voltaire.
Os jacobinos apostavam na execução de seus opositores políticos reais ou imaginários – considerados antiquados, aliados dos opressores, inimigos dos desfavorecidos e empecilhos da transformação social. Como resultado, rios de sangue banharam as ruas de Paris e pintaram as páginas da História na transição da Idade Moderna para a Contemporânea.
É comum marxistas repetirem que jamais a liberdade foi conquistada sem sangue derramado. Historicamente, grandes emancipações políticas se deram pelas insurreições e revoltas contra elites no poder. Como alguns exemplos, poderia ser citado as colônias da América que se tornaram independentes das metrópoles europeias – em nosso contexto histórico mais o 2 de julho que propriamente o 7 de setembro de 1822.
Ao mesmo tempo, é curioso notar como muitas dessas emancipações ou revoluções ao longo da História foram marcadas pela queda de um regime de opressão sucedido pela ascensão de um novo opressor no comando.
Tomemos, por exemplo, Oliver Cromwell e sua batalha contra a monarquia absolutista inglesa. Ao vencer as tropas reais e tomar o poder tornou-se um ditador. Não foi diferente com o auspicioso Napoleão após a revolução francesa, D. Pedro I após a chamada independência, Lênin e Stalin na Rússia, Fidel na revolução cubana e vários outros exemplos.
Na Antiguidade, vários são os registros confirmando reis (assírios, por exemplo) que cercavam nações inimigas e levavam não somente seus povos cativos, mas o rei inimigo capturado (forçado a andar humilhantemente com um gancho no nariz e na posição de animal – quadrúpede), representando publicamente a confirmação de sua sua vitória militar e política – evidência de que historicamente homens não somente subjugou e oprimiu mulheres, mas outros homens também.
Com base nesses breves exemplos aqui mencionados, confirmamos o óbvio: os homens corrompidos pela sede de poder, ao longo da História, pouco mudaram. O discurso para tomada ou conquista do poder é sempre agradável aos ouvidos da população (justiça, igualdade, liberdade etc.), mas a História confirma outra realidade inconteste: exceções à parte, beneficiários espertalhões sempre usarão a retórica da "justiça social e bem comum" para manipular funcionais úteis aos seus interesses e caprichos particulares.
Do mesmo modo que em revoluções sangrentas foi prometido liberdade ou "paraíso na Terra", mas quando alcançado o objetivo e promessa do aguardado sonho se transformou em pesadelo, regime infernal e reino de escravidão por um impiedoso algoz, como escreveu Thomas Sowell: "o fato de tantos políticos de sucesso serem mentirosos sem vergonha não é apenas uma reflexão sobre eles, é também uma reflexão sobre nós. Quando as pessoas querem o impossível, apenas os mentirosos podem satisfazê-las".
É possível "se indignar de maneira correta pelos motivos corretos" sem se deixar vencer pelo ódio e violência; é preferível sofrer injustiça do que cometê-la, assim como o discípulo de Cristo prefere perder a vida por amor a ELE do que assassinar alguém.
Governos e ideologias vem e vão enquanto grande parte da humanidade segue "marchando em círculos" na utopia crédula; mas como Deus revelou ao profeta Daniel ante Nabucodonosor (Dn 2:44,45), virá do Alto o reino justo e eterno. Até lá, deve-se ter fé e paciência. Virá o Rei; virá a Pedra.
No entanto, assim como tolerância não se dissocia da discordância, da mesma maneira o ato de se tolerar algo ou alguém não precisa ser sinônimo de "incômodo torturante". Do mesmo modo que respeitar o direito alheio em sua cosmovisão não significa aplaudir ou aderir a seus valores, igualmente possível é divergir sem fomentar ódios e segregações contra quem pensa diferente.
Lamentavelmente, o termo "alteridade" tem virado mero jargão (principalmente acadêmico) em contradição por parte de muitos que o propagam. Dessa forma, em nome do "não se tolerar o intolerável", tem sido legitimado ou proposto um sutil e passional "ódio justo" ou "ódio do bem.
Extremismos à parte, a ideia de que o mal está personificado apenas nos outros (burgueses, capitalistas, homens, héteros, brancos, europeus, etc.) enaltece um perigoso estigma cego que exalta o raciocínio de que "os fins justificam os meios" se é por uma causa que se presume justa e necessária.
Durante a revolução francesa, por exemplo, padres foram decapitados, freiras estupradas, conventos incendiados, Bíblias e símbolos religiosos foram destruídos com o objetivo de "limpar" a França das reminiscências de tudo aquilo que se considerava "atraso da humanidade" – "esmagai a infame" (Igreja católica), bradava Voltaire.
Os jacobinos apostavam na execução de seus opositores políticos reais ou imaginários – considerados antiquados, aliados dos opressores, inimigos dos desfavorecidos e empecilhos da transformação social. Como resultado, rios de sangue banharam as ruas de Paris e pintaram as páginas da História na transição da Idade Moderna para a Contemporânea.
É comum marxistas repetirem que jamais a liberdade foi conquistada sem sangue derramado. Historicamente, grandes emancipações políticas se deram pelas insurreições e revoltas contra elites no poder. Como alguns exemplos, poderia ser citado as colônias da América que se tornaram independentes das metrópoles europeias – em nosso contexto histórico mais o 2 de julho que propriamente o 7 de setembro de 1822.
Ao mesmo tempo, é curioso notar como muitas dessas emancipações ou revoluções ao longo da História foram marcadas pela queda de um regime de opressão sucedido pela ascensão de um novo opressor no comando.
Tomemos, por exemplo, Oliver Cromwell e sua batalha contra a monarquia absolutista inglesa. Ao vencer as tropas reais e tomar o poder tornou-se um ditador. Não foi diferente com o auspicioso Napoleão após a revolução francesa, D. Pedro I após a chamada independência, Lênin e Stalin na Rússia, Fidel na revolução cubana e vários outros exemplos.
Na Antiguidade, vários são os registros confirmando reis (assírios, por exemplo) que cercavam nações inimigas e levavam não somente seus povos cativos, mas o rei inimigo capturado (forçado a andar humilhantemente com um gancho no nariz e na posição de animal – quadrúpede), representando publicamente a confirmação de sua sua vitória militar e política – evidência de que historicamente homens não somente subjugou e oprimiu mulheres, mas outros homens também.
Com base nesses breves exemplos aqui mencionados, confirmamos o óbvio: os homens corrompidos pela sede de poder, ao longo da História, pouco mudaram. O discurso para tomada ou conquista do poder é sempre agradável aos ouvidos da população (justiça, igualdade, liberdade etc.), mas a História confirma outra realidade inconteste: exceções à parte, beneficiários espertalhões sempre usarão a retórica da "justiça social e bem comum" para manipular funcionais úteis aos seus interesses e caprichos particulares.
Do mesmo modo que em revoluções sangrentas foi prometido liberdade ou "paraíso na Terra", mas quando alcançado o objetivo e promessa do aguardado sonho se transformou em pesadelo, regime infernal e reino de escravidão por um impiedoso algoz, como escreveu Thomas Sowell: "o fato de tantos políticos de sucesso serem mentirosos sem vergonha não é apenas uma reflexão sobre eles, é também uma reflexão sobre nós. Quando as pessoas querem o impossível, apenas os mentirosos podem satisfazê-las".
É possível "se indignar de maneira correta pelos motivos corretos" sem se deixar vencer pelo ódio e violência; é preferível sofrer injustiça do que cometê-la, assim como o discípulo de Cristo prefere perder a vida por amor a ELE do que assassinar alguém.
Governos e ideologias vem e vão enquanto grande parte da humanidade segue "marchando em círculos" na utopia crédula; mas como Deus revelou ao profeta Daniel ante Nabucodonosor (Dn 2:44,45), virá do Alto o reino justo e eterno. Até lá, deve-se ter fé e paciência. Virá o Rei; virá a Pedra.
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