Todo mundo está vendo, o que ninguém consegue olhar!

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Em um primeiro plano os verbos - ver e olhar são sinônimos, porém na prática ver difere-se do olhar.

Enquanto o exercício do ver possibilita ao individuo apenas enxergar o superficial, natural e aquilo que a maioria consegue visualizar, a prática do olhar capacita o homem a observar e contemplar o seu semelhante com profundidade e significado.

Quando trouxeram uma mulher apanhada em adultério até Jesus Cristo, todos estavam vendo uma mulher desgraçadamente adúltera, digna de apedrejamento segundo a lei de Moisés. Todavia, Jesus não apenas via aquela mulher, mas olhava e contemplava um ser humano frágil, carente e necessitada de amor.

Em um mundo onde o amor e a fé esvai-se cada vez mais, gerando insensibilidade e carência cronica nos corações, as pessoas passam a ver de maneira generalizada e superficial e cada vez menos olham para discernir e ajudar-se mutuamente.

O esposo não deve apenas ver a esposa, mas deve conhece-la através do olhar.

A esposa não deve apenas ver o esposo, mas discerni-lo no olhar.

Os pais não devem apenas ver os filhos superficialmente, mas entende-los através do olhar.

Os filhos não devem simplesmente ver os pais, mas compreende-los através do olhar.

O mundo está em crise no olhar. Cada vez mais temos pessoas vendo demais e olhando de menos.

Que nesta hora de indiferença, comodismo e esfriamento, possa cumprir-se em cada um de nós o desejo de Jesus Cristo a igreja de Laodicéia:

"E que unjas os teus olhos com colírio" (Ap 3.18), para que os nossos olhos sejam abertos!

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Opinião do leitor