Palavra do leitor
- 25 de fevereiro de 2020
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Tocou-me!
O lago Tiberíades sempre foi uma dádiva para os vilarejos de Israel. Talvez comparado àquilo que o rio Nilo é para o Egito. Ser um pescador e poder usufruir de suas águas era algo indescritível e um sonho de muitos garotos judeus. E esse era o caso de Alef, um menino criado na tradição de uma nação possuidora de tesouros atemporais. Como seus irmãos, ele tinha sido apresentado no templo quando criança e, anualmente, ia com sua família adorar a Yaveh em Jerusalém. Havia nele, pois, um "sensus divinitatis".
Naquela tarde os ventos do norte sopravam trazendo um clima agradável. Alef estava especialmente empolgado naquele dia pois era a primeira vez que iria praticar, sozinho, aquilo que seu pai havia lhe ensinado desde pequenino. Trabalhar no mesmo ofício do pai era uma honra. O barco do seu tio aguardava a todos, pronto para mais uma viagem. Os muitos conselhos de sua mãe pareciam pulsar em sua mente juvenil. Aos 12 anos, um misto de medo e alegria o assaltava. Estava em plena transição para a vida adulta. O momento da partida chegara. Todos adentram a pequena embarcação e o balançar das fortes ondas exigia-lhes respeito ao velho lago.
Depois de horas navegando pelo mar da Galiléia, o pequeno aprendiz de pescador não se continha de alegria. Tentava copiar cada movimento dos pescadores mais antigos. Uma sensação de orgulho o invadia. Ao final da aventura, na cesta de Alef havia dois musht, um tipo de "Tilápia" daquela região. Para sua primeira experiência, nada mal. Aquilo seria suficiente para o almoço da família do dia seguinte. No retorno para casa, o jovem galileu ainda comprou cinco pães, conforme pedido de sua mãe e que garantiria o desjejum do próximo sábado. Não imaginava ele que aquele dia ainda traria grandes emoções quando, de repente, viu uma pequena multidão seguindo um grupo de homens liderados por alguém que parecia ser um rabi. A curiosidade de Alef o fez seguir o cortejo. O povo parecia sedento ao ouvir as palavras daquele pregador cuja voz parecia como o som de um trovão, os ensinamentos, como pérolas encontradas no fundo do oceano. Próximo ao pôr-do-sol, porém, preocupado com a multidão, o tal rabi pergunta a seus discípulos como iriam alimentar a tantos. Um deles, André, observando que aquele jovem trazia consigo um cesto, o chama e pergunta sobre o conteúdo que trazia. Cinco pães e dois peixes, responde Alef. E continua: caso o senhor aceite, posso cedê-los para ajudar na alimentação destas famílias. Surpreso e emocionado com tal atitude de seu interlocutor, o irmão de Pedro o leva até Jesus.
Foi quando o garoto pescador conheceu aquele de quem já ouvira falar tantas vezes. Um sorriso, belo e terno, saiu da face do Mestre e alcançou Alef, que de pronto entregou-lhe sua cesta. O que veria a seguir transformaria para sempre sua vida. Abençoando e dando graças aos céus por aqueles parcos insumos, Jesus ordena que seus discípulos distribuam os peixes e pães aos presentes. Inexplicavelmente, todos se fartaram. Nunca se vira tanta abundância. Como se não bastasse, doze cestas ainda sobraram de alimento. Impressionado por testemunhar aquele milagre, o menino se prepara para retirar-se quando Jesus vem até ele, o abraça e dá-lhe um cesto completamente cheio de muitos tipos de peixes e vários pães. O que mais impactou o jovem não fora tanto o montante que lhe fora entregue, mas a maneira amável com que Aquele pescador de homens tratava a todos. Não lhe parecia um simples profeta pregando ordenanças, ou um novo pregador falando de uma nova religião. Não, não, era mais do que isso. O semblante daquele galileu brilhava como uma estrela e sua autoridade parecia não vir deste mundo. Nos segundos diante dele, parecia que o infinito havia me interceptado. Numa sensação de quase-sonho, perguntava a mim mesmo se eu havia tocado o céu ou se o céu havia descido sobre as terras empoeiradas da Palestina.
Ao chegar em casa, agora já sob uma lua meiga e graciosa, cansado, porém, maravilhado, sedento, mas, perplexo, o garoto conta à sua família todo o acontecido: a pescaria, as novas amizades, o caminho de volta e, principalmente, seu encontro com o Senhor e a multiplicação misteriosa que este operou alimentando mais de cinco mil pessoas. E o mais surpreendente de tudo, Alef havia sido coadjuvante daquela história. Aprendeu com o maior dos professores que dividir é o grande segredo para multiplicar. Aquela aula de matemática jamais seria esquecida.
Na caminhada da vida, algumas vezes seremos surpreendidos, às vezes seremos abençoados e às vezes seremos a bênção. Em alguma esquina da sua jornada, em algum ponto na sua linha do tempo, o Senhor da História se aproximará de você e perguntará: o que carregas contigo? E, se pores o que tens nas mãos Dele, não somente verás o que Ele fará através de você, mas principalmente, receberás o grande milagre da vida eterna e com ela, um senso de propósito, um toque da verdadeira humanidade, enfim, um sentido profundamente existencial.
• Pb. Tony
Haggai International
Naquela tarde os ventos do norte sopravam trazendo um clima agradável. Alef estava especialmente empolgado naquele dia pois era a primeira vez que iria praticar, sozinho, aquilo que seu pai havia lhe ensinado desde pequenino. Trabalhar no mesmo ofício do pai era uma honra. O barco do seu tio aguardava a todos, pronto para mais uma viagem. Os muitos conselhos de sua mãe pareciam pulsar em sua mente juvenil. Aos 12 anos, um misto de medo e alegria o assaltava. Estava em plena transição para a vida adulta. O momento da partida chegara. Todos adentram a pequena embarcação e o balançar das fortes ondas exigia-lhes respeito ao velho lago.
Depois de horas navegando pelo mar da Galiléia, o pequeno aprendiz de pescador não se continha de alegria. Tentava copiar cada movimento dos pescadores mais antigos. Uma sensação de orgulho o invadia. Ao final da aventura, na cesta de Alef havia dois musht, um tipo de "Tilápia" daquela região. Para sua primeira experiência, nada mal. Aquilo seria suficiente para o almoço da família do dia seguinte. No retorno para casa, o jovem galileu ainda comprou cinco pães, conforme pedido de sua mãe e que garantiria o desjejum do próximo sábado. Não imaginava ele que aquele dia ainda traria grandes emoções quando, de repente, viu uma pequena multidão seguindo um grupo de homens liderados por alguém que parecia ser um rabi. A curiosidade de Alef o fez seguir o cortejo. O povo parecia sedento ao ouvir as palavras daquele pregador cuja voz parecia como o som de um trovão, os ensinamentos, como pérolas encontradas no fundo do oceano. Próximo ao pôr-do-sol, porém, preocupado com a multidão, o tal rabi pergunta a seus discípulos como iriam alimentar a tantos. Um deles, André, observando que aquele jovem trazia consigo um cesto, o chama e pergunta sobre o conteúdo que trazia. Cinco pães e dois peixes, responde Alef. E continua: caso o senhor aceite, posso cedê-los para ajudar na alimentação destas famílias. Surpreso e emocionado com tal atitude de seu interlocutor, o irmão de Pedro o leva até Jesus.
Foi quando o garoto pescador conheceu aquele de quem já ouvira falar tantas vezes. Um sorriso, belo e terno, saiu da face do Mestre e alcançou Alef, que de pronto entregou-lhe sua cesta. O que veria a seguir transformaria para sempre sua vida. Abençoando e dando graças aos céus por aqueles parcos insumos, Jesus ordena que seus discípulos distribuam os peixes e pães aos presentes. Inexplicavelmente, todos se fartaram. Nunca se vira tanta abundância. Como se não bastasse, doze cestas ainda sobraram de alimento. Impressionado por testemunhar aquele milagre, o menino se prepara para retirar-se quando Jesus vem até ele, o abraça e dá-lhe um cesto completamente cheio de muitos tipos de peixes e vários pães. O que mais impactou o jovem não fora tanto o montante que lhe fora entregue, mas a maneira amável com que Aquele pescador de homens tratava a todos. Não lhe parecia um simples profeta pregando ordenanças, ou um novo pregador falando de uma nova religião. Não, não, era mais do que isso. O semblante daquele galileu brilhava como uma estrela e sua autoridade parecia não vir deste mundo. Nos segundos diante dele, parecia que o infinito havia me interceptado. Numa sensação de quase-sonho, perguntava a mim mesmo se eu havia tocado o céu ou se o céu havia descido sobre as terras empoeiradas da Palestina.
Ao chegar em casa, agora já sob uma lua meiga e graciosa, cansado, porém, maravilhado, sedento, mas, perplexo, o garoto conta à sua família todo o acontecido: a pescaria, as novas amizades, o caminho de volta e, principalmente, seu encontro com o Senhor e a multiplicação misteriosa que este operou alimentando mais de cinco mil pessoas. E o mais surpreendente de tudo, Alef havia sido coadjuvante daquela história. Aprendeu com o maior dos professores que dividir é o grande segredo para multiplicar. Aquela aula de matemática jamais seria esquecida.
Na caminhada da vida, algumas vezes seremos surpreendidos, às vezes seremos abençoados e às vezes seremos a bênção. Em alguma esquina da sua jornada, em algum ponto na sua linha do tempo, o Senhor da História se aproximará de você e perguntará: o que carregas contigo? E, se pores o que tens nas mãos Dele, não somente verás o que Ele fará através de você, mas principalmente, receberás o grande milagre da vida eterna e com ela, um senso de propósito, um toque da verdadeira humanidade, enfim, um sentido profundamente existencial.
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