Tira visão

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Marcelo Fromes, Tony Belotto e Arnaldo Antunes, autores do refrão "...a televisão me deixou burro..." se fizeram ouvir referindo-se ao meio de comunicação de maior penetração no mundo. Isso foi a muitos anos. E hoje, o que dizer desse instrumento da cultura de massa? Ainda mais quando na produção dos programas estão as igrejas evangélicas?

Sábado, 14 de maio, ouvi estupefato por dois minutos um famigerado pastor esbravejando ao expor conluios na Convenção de Líderes de sua denominação. Se valer das bravatas em nome de Deus já é deplorável, agora, expor a sujidade eclesiástica em rede nacional não só traduz a obscenidade de seus interesses, como também, o faz contíguo aos seus colegas de púlpito.

Em minha cidade existe uma dessas denominações onde a foto do líder divide espaço com o seu próprio nome, nas fachadas dos seus templos. Não bastasse imitar aquela outra conhecida nacionalmente, essa igreja tem um canal de televisão. A programação oferece o mesmo que as outras e, de quebra, serve de plataforma política para o deputado eleito por ela.

Confesso que não acho comum ver uma apresentadora comentando o Kama Sutra no canal pentecostal, nem acho normal os repetitivos tapes das sessões de cura no outro canal. O que choca é ver, em todos esses canais, a Boa Nova do Evangelho ser reduzida a uma intragável boçalidade.

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Opinião do leitor