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Palavra do leitor

Thomas Shelby, Nietzsche, Chesterton e o Homem ideal

"Frágeis, emocionais, feridos, medrosos, carentes, estúpidos, pornográficos, eternos adolescentes, descompromissados... Um verdadeiro horror tem sido o retrato de muitos homens nesses dias. Perdão, mas já faz muito tempo que me assusto com o que tenho visto: uma geração de homens tão ferida, doída, com a fragilidade de porcelana. Com medo de mulher, medo de entrar em relacionamentos conjugais, medo de sofrer por amor, medo de empreender, medo de ouvir não, homens carentes de terapia, homens carentes demais [...]. Onde estão os homens?"

O parágrafo acima foi postado por André Valadão em uma de suas redes sociais, "girando" a internet e rendendo discussões.

Ao longo da História, homens honestos com valores e princípios sempre foram minoria. De Diógenes de Sínope, filósofo grego que teria vivido no quarto século antes de Cristo, conta-se que costumava andar em plena luz do meio - dia segurando uma lanterna. Perguntado sobre o motivo, certa vez teria respondido ironicamente: "Procuro um Homem".

Falando sobre a condição moral da sociedade dos últimos dias antes da volta de Jesus a essa Terra, o apóstolo Paulo escreveu: "Não seja ingênuo. Tempos difíceis vêm por aí. À medida que o Fim se aproxima, os homens vão se tornando egocêntricos, loucos por dinheiro, fanfarrões, arrogantes, profanos, sem respeito para com os pais, cruéis, grosseiros, interesseiros, inescrupulosos, irredutíveis, caluniadores, sem autocontrole, selvagens, cínicos, traiçoeiros, impiedosos, vazios, viciados em sexo e alérgicos a Deus. Eles vão fazer da religião um espetáculo, mas nos bastidores se comportam como animais" (1 Tim 3:1-5, Bíblia na versão A Mensagem, de Eugene Peterson).

Homens de verdade, fiéis à consciência pura, tementes e leais a Deus com toda a força de suas almas e mente, onde estão? Os homens íntegros, corajosos, responsáveis, maduros, corteses, viris e laboriosos?

Na minha infância, uma inspiração de masculinidade dos garotos da vila onde morei era o Jaspion, aquele personagem protagonista de uma das séries japonesas dos anos 80 e 90 do século passado – que era transmitida na extinta rede Manchete de televisão. Símbolo de bravura, bondade e heroísmo na força e luta do "bem contra o mal", os meninos dessa época queriam ser o Jaspion.

Já na minha adolescência e círculo de convivência, tive a grata experiência de ser influenciado por valorosos homens, os quais foram indispensáveis na minha formação. Meu pai sempre foi o principal deles e meu grande herói, apesar das suas imperfeições e limitações.

Em minha fase adulta, outros grandes homens de Deus de retidão moral e conduta exemplar com a cabeça embranquecida e uma vida dedicada à causa de Cristo (a exemplo do saudoso fundador da revista Ultimato, Elben Cesar), além de tantos outros pastores e escritores cristãos tocaram profundamente a minha mente e coração por meio de seus escritos e evidência de suas vidas consagradas ao SENHOR.

Em pleno ano de 2021, percebo cada vez mais jovens e adolescentes citando Thomas Shelby (personagem da série Peaky Blinders) como padrão de hombridade ideal. Shelby é um personagem muito bem elaborado (e muitos não consideram o fato dele ser cigano), lembrou-me um grande amigo. Ao contrário do meu herói fictício preferido (Jaspion) na infância, T. Shelby não expressa ternura e sensibilidade equilibrada com enérgica valentia. Shelby tem muito do "super-homem" de Nietzsche em sua preconização de frieza, insensibilidade, egoísmo etc.

Sabemos que um homem geléia, choramingão e controlado por emoções e impulsos é feio demais, mas sensibilidade sem sentimentalismo em nobres viris nunca deveria ser descartada, pois assim confirmaram gigantes da História.

Nessa geração, muitos adolescentes e jovens foram criados sem presença de pai. Desconheceram masculinidade sadia como referência. Seus pais foram ausentes, indesejados, odiados, desconhecidos. Muitos garotos, ao vivenciarem a experiência de uma família destroçada pelo abandono, traição ou divórcio, aderiram a um "niilismo emocional", afirmando descrença total no amor, tendo reflexos na própria sexualidade ou usando a persona do másculo grosso ou bruto como refúgio de poder e força.

É comum que muitos garotos se projetem em heróis de ficção. Muitos outros jovens seguem à risca influenciadores digitais ("bonzinho fracassa, malzinho arrasa") para aprenderem a ser homens. Mas nunca serão se dependem desses manuais. Assim como aqueles que apostam na frieza, egoísmo e insensibilidade de viés nietzschiana.

Falando sobre Nietzsche em "Hereges", com seu fino humor, Chesterton ironiza: Nietzsche é uma donzela que gosta de homens altos, fortes e musculosos. Mas na obra-prima "O Homem Eterno" (Leitura um pouco difícil pelo caráter quase de tratado literário, histórico, filosófico e teológico sobre o Cristianismo) temos o real Modelo de Super-Homem que Nietzsche pessoalmente não conheceu e Thomas Shelby diante dEle torna-se pigmeu.
Alagoinhas - BA
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