Palavra do leitor
- 16 de abril de 2009
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Texto de um profeta secular
Retirei este texto do livro "Os Irmãos Karamazov", escrito por Dostoiévski em 1879-80. Isso nos dá mais de 200 anos de escrito. É incrível como continua valendo para os nossos dias... temos que aprender com esse profeta secular
"Para renovar o mundo, é preciso que os homens por si mudem de caminho. Enquanto cada um não for irmão de seu próximo, não haverá fraternidade. Nenhuma ciência e nenhum interesse ensinarão os homens a repartir pacificamente entre si as propriedades e os direitos. Cada um achará que lhe coube um quinhão muito pequeno e todos murmurarão, invejar-se-ão e se destruirão uns aos outros. O senhor pergunta quando teremos o paraíso sobre a terra. Isso sucedera, mas só depois que terminar o período do isolamento humano.
- Que isolamento?, perguntei.
Ele reina por toda a parte, principalmente em nosso século, mas ainda não terminou, porque não é chegada a hora. Atualmente, cada um aspira a separar sua personalidade das outras e deseja sentir em si a plenitude da vida, mas, em vez de atingir esse objetivo, os seus esforços levam-no ao suicídio total, pois em lugar de afirmação de sua personalidade, fazem-no cair num isolamento completo. Em nosso século todos se dividiram em unidades. Cada um se isola em sua toca e esconde-se com seus pertences; desse modo, afasta-se de seus semelhantes e agasta-os de si. Acumula riqueza completamente só, pensando: 'Como sou forte agora e como estou garantido!'
Ignora o insensato que, quanto mais acumula, tanto mais se abisma numa impotência fatal. Ele se habituou a confiar unicamente em si, apartou-se da coletividade, acostumou sua alma a não crer no auxílio dos homens nem na humanidade e treme só com a idéia de perder o seu dinheiro e os direitos conseguidos. Por toda a parte, hoje em dia, o espírito humano começa a esquecer-se ridiculamente de que a verdadeira garantia do indivíduo não consiste no seu esforço pessoal e isolado, mas na solidariedade humana. Contudo, virá um dia em que terá fim esse terrível isolamento e todos compreenderão de uma vez o quanto contrária à natureza era a sua mútua separação.
Admirar-se-ão de que, por tanto tempo, permanecessem nas trevas, sem ver a luz. Então aparecerá no céu a imagem do Filho do Homem. Mas, até esse dia, é preciso manter alto o estandarte e dar o exemplo, tirando a sua alma do isolamento, para aproximar-se dos irmãos, mesmo com o risco de ser tomado por louco.”
www.antoniomalafaia.blogspot.com
"Para renovar o mundo, é preciso que os homens por si mudem de caminho. Enquanto cada um não for irmão de seu próximo, não haverá fraternidade. Nenhuma ciência e nenhum interesse ensinarão os homens a repartir pacificamente entre si as propriedades e os direitos. Cada um achará que lhe coube um quinhão muito pequeno e todos murmurarão, invejar-se-ão e se destruirão uns aos outros. O senhor pergunta quando teremos o paraíso sobre a terra. Isso sucedera, mas só depois que terminar o período do isolamento humano.
- Que isolamento?, perguntei.
Ele reina por toda a parte, principalmente em nosso século, mas ainda não terminou, porque não é chegada a hora. Atualmente, cada um aspira a separar sua personalidade das outras e deseja sentir em si a plenitude da vida, mas, em vez de atingir esse objetivo, os seus esforços levam-no ao suicídio total, pois em lugar de afirmação de sua personalidade, fazem-no cair num isolamento completo. Em nosso século todos se dividiram em unidades. Cada um se isola em sua toca e esconde-se com seus pertences; desse modo, afasta-se de seus semelhantes e agasta-os de si. Acumula riqueza completamente só, pensando: 'Como sou forte agora e como estou garantido!'
Ignora o insensato que, quanto mais acumula, tanto mais se abisma numa impotência fatal. Ele se habituou a confiar unicamente em si, apartou-se da coletividade, acostumou sua alma a não crer no auxílio dos homens nem na humanidade e treme só com a idéia de perder o seu dinheiro e os direitos conseguidos. Por toda a parte, hoje em dia, o espírito humano começa a esquecer-se ridiculamente de que a verdadeira garantia do indivíduo não consiste no seu esforço pessoal e isolado, mas na solidariedade humana. Contudo, virá um dia em que terá fim esse terrível isolamento e todos compreenderão de uma vez o quanto contrária à natureza era a sua mútua separação.
Admirar-se-ão de que, por tanto tempo, permanecessem nas trevas, sem ver a luz. Então aparecerá no céu a imagem do Filho do Homem. Mas, até esse dia, é preciso manter alto o estandarte e dar o exemplo, tirando a sua alma do isolamento, para aproximar-se dos irmãos, mesmo com o risco de ser tomado por louco.”
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