Palavra do leitor
- 02 de abril de 2013
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Texto de alguém que sabe que não é melhor do que ninguém
Em tempos de intolerância e virulência de patrulheiros morais de um lado e ditadores gays de outro, vivi no Feriado de Páscoa a experiência em minha comunidade de recepcionar através do Projeto Luz Urbana em São Bernardo do Campo, travestis que são acompanhados por este projeto.
Não consegui dormir direito depois do evento. Saí da Comuna com uma alegria e certeza de que fomos Igreja na acepção mais completa da palavra, que pudemos nos achegar àqueles que o mundo olha com desprezo ou lascívia, de uma forma amorosa e gentil.
Infelizmente, ao mesmo tempo me invadiu uma tristeza profunda por saber que alguns voltariam para sua vida de violências e abusos. Que aqueles indivíduos com aparência que quiçá cause repulsa ao nosso mundo indefectível, tem histórias de maus tratos, depressão, incompreensão e abandono.
Triste em ver o que Satanás pode fazer na vida de um homem. Triste por ver meninos que eu não sabia se dispensava o respeito que tenho por meus irmãos ou a gentileza que tenho para com minhas irmãs. Homens que não conseguem mais compreender quem são. Seus corpos deformados pelo pecado não condizem com sua alma machucada e seu espírito à beira da morte. Suas emoções confusas não conseguem mais entender a obra do Criador, tão disformes estão pelo peso do pecado.
Vi a pobreza como um propulsor da prostituição e como nós construímos redomas em nosso mundo em que uma realidade tão candente ao mesmo tempo está tão distante de nós. Triste fiquei por saber que nossa igreja é uma exceção e que aos 32 anos de idade vi pela primeira vez meu evangelho acessando este tipo de doente de forma tão intensa.
Então me questionei: será que doente somente eles são ou nossa cristandade que não quer a feiura de seus corpos maltratados em nossos belos templos? Lembrei-me de Jesus, e que para ele, habitante de uma glória imarcescível, nós em nossas culpas e pecados somos todos criaturas disformes, distantes da beleza pretendida pelo Criador.
Então me conforto na lembrança da presença do Espírito Santo em nosso meio como poucas vezes senti. De um Deus que ama o pecador e que sabe muito bem que, abaixo da casca dura do terrível pecado ainda habita um coração sedento pelo amor que só em Jesus se pode encontrar.
Se nossa igreja não serve para receber estes homens, para nada serve senão para ser vomitada. Morrerá vazia de graça ou cheia de ossos secos, sepulcros caiados fartos de hipocrisia e religiosidade vã.
Esta nossa igreja precisa entender que a indiferença, a glutonaria, o egoísmo, a ganância e o individualismo são pecados pérfidos, fétidos, pútridos e que corroem a imagem de Deus em nós tanto quanto os pecados sexuais. Pecado é pecado sempre, mancha nas vestes brancas do homem que tenta aproximar-se incólume diante de Deus, sem saber que caminha a passos largos em meio ao mar de lama que é o mundo. Somente alvejadas no sangue do Cordeiro estas vestes podem estar alvas, prontas para as bodas.
E tudo isso é fruto da graça. Pois o perdão de Deus concedido em Jesus, seja para o líder religioso, seja para o ladrão pendurado no madeiro, é sempre graça e não merecimento.
Não consegui dormir direito depois do evento. Saí da Comuna com uma alegria e certeza de que fomos Igreja na acepção mais completa da palavra, que pudemos nos achegar àqueles que o mundo olha com desprezo ou lascívia, de uma forma amorosa e gentil.
Infelizmente, ao mesmo tempo me invadiu uma tristeza profunda por saber que alguns voltariam para sua vida de violências e abusos. Que aqueles indivíduos com aparência que quiçá cause repulsa ao nosso mundo indefectível, tem histórias de maus tratos, depressão, incompreensão e abandono.
Triste em ver o que Satanás pode fazer na vida de um homem. Triste por ver meninos que eu não sabia se dispensava o respeito que tenho por meus irmãos ou a gentileza que tenho para com minhas irmãs. Homens que não conseguem mais compreender quem são. Seus corpos deformados pelo pecado não condizem com sua alma machucada e seu espírito à beira da morte. Suas emoções confusas não conseguem mais entender a obra do Criador, tão disformes estão pelo peso do pecado.
Vi a pobreza como um propulsor da prostituição e como nós construímos redomas em nosso mundo em que uma realidade tão candente ao mesmo tempo está tão distante de nós. Triste fiquei por saber que nossa igreja é uma exceção e que aos 32 anos de idade vi pela primeira vez meu evangelho acessando este tipo de doente de forma tão intensa.
Então me questionei: será que doente somente eles são ou nossa cristandade que não quer a feiura de seus corpos maltratados em nossos belos templos? Lembrei-me de Jesus, e que para ele, habitante de uma glória imarcescível, nós em nossas culpas e pecados somos todos criaturas disformes, distantes da beleza pretendida pelo Criador.
Então me conforto na lembrança da presença do Espírito Santo em nosso meio como poucas vezes senti. De um Deus que ama o pecador e que sabe muito bem que, abaixo da casca dura do terrível pecado ainda habita um coração sedento pelo amor que só em Jesus se pode encontrar.
Se nossa igreja não serve para receber estes homens, para nada serve senão para ser vomitada. Morrerá vazia de graça ou cheia de ossos secos, sepulcros caiados fartos de hipocrisia e religiosidade vã.
Esta nossa igreja precisa entender que a indiferença, a glutonaria, o egoísmo, a ganância e o individualismo são pecados pérfidos, fétidos, pútridos e que corroem a imagem de Deus em nós tanto quanto os pecados sexuais. Pecado é pecado sempre, mancha nas vestes brancas do homem que tenta aproximar-se incólume diante de Deus, sem saber que caminha a passos largos em meio ao mar de lama que é o mundo. Somente alvejadas no sangue do Cordeiro estas vestes podem estar alvas, prontas para as bodas.
E tudo isso é fruto da graça. Pois o perdão de Deus concedido em Jesus, seja para o líder religioso, seja para o ladrão pendurado no madeiro, é sempre graça e não merecimento.
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