Palavra do leitor
- 29 de julho de 2010
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Teologia: o que é?
Primeiramente para se compreender Teologia é preciso enquadrar o termo em seu aspecto etimológico e semântico.
Etimologicamente Teologia é a junção de dois termos gregos, a saber: Theós + logia = Deus + ciência. No caso da palavra grega logia, seu significado expressa "saber", "ciência". E Théos, significa Deus. Portanto, etimologicamente, Teologia é "um discurso, um saber, uma palavra, uma ciência de ou sobre Deus". Ou seja, Teologia é colocar Deus no nível do discurso humano. Não é nivelá-lo a esse nível, mas expressar através da palavra o conceito que se faz do Deus vivo no pensamento humano.
Apesar de existirem termos parecidos com teologia, seus significados etimológicos são extremamente diferentes, pois partem de outro ponto de vista. Assim temos "teosofia", conhecimento de Deus através de uma especulação filosófica de raiz mística; e, "teodicéia", que é sinônimo da teologia natural que procura à luz da filosofia responder às duas questões “an sit Deus” – se Deus existe – e “quid sit Deus” – qual é a essência de Deus.
Mas esclarecer Teologia etimologicamente é insuficiente para a abrangência do termo. Assim temos de verificar a questão semântica, isto é, o significado da palavra ao longo do decurso da história. Vejamos como o termo Teologia sofreu mudanças semânticas.
Apesar de no Ocidente o termo estar ligado à tradição judaico-cristã, não encontramos na Bíblia o berço semântico do termo. Implicações como o termo “logia” que, na Bíblia, aparece num sentido diferente do mundo grego, que significa, biblicamente, “fazer experiência profunda a ponto de exprimir até as relações íntimas sexuais” (Gn. 4.1, 17, 25; 19,8; 24.16; Lc. 1.34).
Apesar do significado diferente, a Bíblia demonstra o termo Teologia na expressão “Palavra de Deus”. A Bíblia implica, em seu bojo, um certo nível de reflexão teórica sobre a própria fé, (1Pe. 3.15), próprio da teologia. O termo, exatamente, não é utilizado, mas na, prática, “o discurso, saber, palavra, ciência de ou sobre Deus” está ali patente. O esforço de colocar Deus no nível do discurso humano está claro, principalmente e a Teologia é realizada na Bíblia (Mt. 16.13).
Portanto, as raízes do termo estão fincadas em outro lugar, não na Bíblia, e há encontramos no mundo grego pagão. O termo “theologeion” significa o lugar onde os deuses apareciam, espaço reservado no palco de um Teatro. O verbo “theologeo” significa discursar sobre os deuses ou sobre cosmologia ou referir-se a uma influência divina. Assim “theologia” exprimia a ciência das coisas divinas ou oração em louvor de um deus ou o encantamento e invocação de um deus. O “theologos” era aquele que discursava sobre os deuses.
Platão já definia “teologia” como discurso sobre Deus ou os deuses. Aristóteles usava o termo para definir os campos do saber e usava-os, muito freqüentemente, para falar sobre fábulas mitológicas. A teologia latina cristã antiga, manteve o significado pagão utilizado no mundo grego. O próprio Agostinho refere-se à teologia no sentido mitológico, filosófico e civil. O termo foi finalmente definido como “ciência divina, ou seja, conhecimento do mistério mesmo de Deus, de Cristo”. Orígenes assume também a acepção cristã do discurso sobre Deus e Cristo. Eusébio contribui para que adote cristãmente este termo pagão, ao referir-se à teologia sobre Cristo. A patrística assume o termo “teologia” para o discurso sobre o Deus verdadeiro, sobre a trindade. Ao definir a teologia sobre Cristo, Abelardo utiliza um termo diferente: “beneficia”. A escolástica usava, ainda sobre o estudo sobre Cristo, os termos, entre outros, “doctrina christiana”, “doctrina divina”, “sacra doctrina”. O próprio termo “theologia” não encontrava espaço definido na alta escolástica. Com Santo Tomás e
Escoto, “teologia” passa a ter o significa que tinha “sacra doctrina”.
A partir daí formou-se uma nova concepção do termo “teologia”, deixando-a especulativa, o que diminui o significado que “sacra doctrina” possuía. Assim a “teologia”, passou a ter distinções, não era somente teologia, mas, teologia e, também, um ponto de vista determinado, assim temos: “teologia mística”, “teologia ascética”, “teologia moral”, “teologia positiva”, “teologia escolástica”.
Entretanto, o conceito “teologia” encontra-se no exercício intelectual não só para a compreensão de ou sobre Deus, mas principalmente aprofundar, justificar, esclarecer seu ato de fé nEle. Se a fé termina em Deus, portanto a teologia é a reflexão crítica e sistemática sobre a fé. A fé requer objeto, portanto no fim das contas acabamos por definir que a teologia trata de Deus, mediado pela fé.
Assim teologia faz reflexão sobre a fé (aspecto subjetivo) e a ciência de Deus (aspecto objetivo).
A teologia, partindo de Deus ou do teólogo, a igreja se constitui numa espécie de intermediária entre ambos. Assim a igreja, ou comunidade, (que transmite a fé), é o local onde se faz teologia.
Fora da igreja não há possibilidade de fazer a reflexão teológica.
Etimologicamente Teologia é a junção de dois termos gregos, a saber: Theós + logia = Deus + ciência. No caso da palavra grega logia, seu significado expressa "saber", "ciência". E Théos, significa Deus. Portanto, etimologicamente, Teologia é "um discurso, um saber, uma palavra, uma ciência de ou sobre Deus". Ou seja, Teologia é colocar Deus no nível do discurso humano. Não é nivelá-lo a esse nível, mas expressar através da palavra o conceito que se faz do Deus vivo no pensamento humano.
Apesar de existirem termos parecidos com teologia, seus significados etimológicos são extremamente diferentes, pois partem de outro ponto de vista. Assim temos "teosofia", conhecimento de Deus através de uma especulação filosófica de raiz mística; e, "teodicéia", que é sinônimo da teologia natural que procura à luz da filosofia responder às duas questões “an sit Deus” – se Deus existe – e “quid sit Deus” – qual é a essência de Deus.
Mas esclarecer Teologia etimologicamente é insuficiente para a abrangência do termo. Assim temos de verificar a questão semântica, isto é, o significado da palavra ao longo do decurso da história. Vejamos como o termo Teologia sofreu mudanças semânticas.
Apesar de no Ocidente o termo estar ligado à tradição judaico-cristã, não encontramos na Bíblia o berço semântico do termo. Implicações como o termo “logia” que, na Bíblia, aparece num sentido diferente do mundo grego, que significa, biblicamente, “fazer experiência profunda a ponto de exprimir até as relações íntimas sexuais” (Gn. 4.1, 17, 25; 19,8; 24.16; Lc. 1.34).
Apesar do significado diferente, a Bíblia demonstra o termo Teologia na expressão “Palavra de Deus”. A Bíblia implica, em seu bojo, um certo nível de reflexão teórica sobre a própria fé, (1Pe. 3.15), próprio da teologia. O termo, exatamente, não é utilizado, mas na, prática, “o discurso, saber, palavra, ciência de ou sobre Deus” está ali patente. O esforço de colocar Deus no nível do discurso humano está claro, principalmente e a Teologia é realizada na Bíblia (Mt. 16.13).
Portanto, as raízes do termo estão fincadas em outro lugar, não na Bíblia, e há encontramos no mundo grego pagão. O termo “theologeion” significa o lugar onde os deuses apareciam, espaço reservado no palco de um Teatro. O verbo “theologeo” significa discursar sobre os deuses ou sobre cosmologia ou referir-se a uma influência divina. Assim “theologia” exprimia a ciência das coisas divinas ou oração em louvor de um deus ou o encantamento e invocação de um deus. O “theologos” era aquele que discursava sobre os deuses.
Platão já definia “teologia” como discurso sobre Deus ou os deuses. Aristóteles usava o termo para definir os campos do saber e usava-os, muito freqüentemente, para falar sobre fábulas mitológicas. A teologia latina cristã antiga, manteve o significado pagão utilizado no mundo grego. O próprio Agostinho refere-se à teologia no sentido mitológico, filosófico e civil. O termo foi finalmente definido como “ciência divina, ou seja, conhecimento do mistério mesmo de Deus, de Cristo”. Orígenes assume também a acepção cristã do discurso sobre Deus e Cristo. Eusébio contribui para que adote cristãmente este termo pagão, ao referir-se à teologia sobre Cristo. A patrística assume o termo “teologia” para o discurso sobre o Deus verdadeiro, sobre a trindade. Ao definir a teologia sobre Cristo, Abelardo utiliza um termo diferente: “beneficia”. A escolástica usava, ainda sobre o estudo sobre Cristo, os termos, entre outros, “doctrina christiana”, “doctrina divina”, “sacra doctrina”. O próprio termo “theologia” não encontrava espaço definido na alta escolástica. Com Santo Tomás e
Escoto, “teologia” passa a ter o significa que tinha “sacra doctrina”.
A partir daí formou-se uma nova concepção do termo “teologia”, deixando-a especulativa, o que diminui o significado que “sacra doctrina” possuía. Assim a “teologia”, passou a ter distinções, não era somente teologia, mas, teologia e, também, um ponto de vista determinado, assim temos: “teologia mística”, “teologia ascética”, “teologia moral”, “teologia positiva”, “teologia escolástica”.
Entretanto, o conceito “teologia” encontra-se no exercício intelectual não só para a compreensão de ou sobre Deus, mas principalmente aprofundar, justificar, esclarecer seu ato de fé nEle. Se a fé termina em Deus, portanto a teologia é a reflexão crítica e sistemática sobre a fé. A fé requer objeto, portanto no fim das contas acabamos por definir que a teologia trata de Deus, mediado pela fé.
Assim teologia faz reflexão sobre a fé (aspecto subjetivo) e a ciência de Deus (aspecto objetivo).
A teologia, partindo de Deus ou do teólogo, a igreja se constitui numa espécie de intermediária entre ambos. Assim a igreja, ou comunidade, (que transmite a fé), é o local onde se faz teologia.
Fora da igreja não há possibilidade de fazer a reflexão teológica.
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