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Minha intenção aqui é frustrar você em todos os seus sonhos por atenção, aceitação, aplausos e prêmios. Minha cara amiga (ou meu caro amigo), você, que lê este texto, provavelmente possui círculos de amizade e familiar. Eis o que você é (sem levar em conta o universo físico que o compõe): um conjunto de ideias, sentimentos, farsas, contradições, dúvidas, certezas, ambições etc.

A grande má notícia que eu lhe trago hoje é que você nunca será completamente compreendido pelas pessoas que lhe conhecem. Pior ainda - e mais dramático - nunca haverá uma pessoa sequer que lhe conhecerá perfeitamente. Sempre haverá alguém pra entender errado o que você falou; sempre aparecerão pessoas dispostas a distorcer suas palavras; e, se a sua vida se aproximar da vida de Jesus, praticamente todos os dias alguém desejará a sua morte.

Nossa sede por compreensão é terrível. Geralmente queremos ser compreendidos por causa da impressão negativa que a(s) outra(s) pessoa(s) pode(m) adquirir sobre nós. Em outras palavras, nosso medo de sermos olhados como alguém que errou nos impulsiona à explicação ou até, em alguns casos, à autoexplicação. Conversamos com nós mesmos, no secreto do nosso quarto, tentando nos convencer de que estamos e somos certos.

Quando você entra nessa de tentar provar pra todo o mundo que você não é o que eles pensam que você é, há as possibilidades de você entrar em parafusos e perder sua identidade. E o que fazer? Olhamos pra vida de Jesus.

(Aqui, aliás, cabe ressaltar que não olhamos pra vida de Jesus para, de alguma forma, tentar imitá-lo. Procuramos ver o que Ele fez, porque ainda somos bebezinhos na fé e acreditamos que, agindo como Ele agiu, pronto: nossa vida estará longe dos perigos. O paradoxo é que era justamente pra acontecer o oposto: a partir do momento em que agíssemos em conformidade com Ele, deveríamos saber que nossos dias de sossego acabaram definitivamente. Mas isso dá muito trabalho... Vamos voltar ao texto, que é muito mais fácil- de se ler e escrever- que viver o desafio da fé. “Basta ao discípulo ser igual ao seu mestre”? Sai pra lá!)

Desista de ser sempre compreendido. Seja tardio pra falar, e rapidíssimo pra ouvir. Procure fazer das críticas(opinões boas e ruins sobre você) um chiclete. Depois que o açúcar(a graça do chiclete) for embora, cuspa-o fora. Ou seja, absorva o que as críticas possuem de bom e, quando perderem o conteúdo, começarem a ser mentirosas ou gerarem soberba, descarte-as. Isso será bom contra o orgulho e a frustração.

As pessoas estão muito preocupadas em vencer as discussões. O negócio é quem vai ganhar(e quem vai perder). O que interessa é quem vai sair bem visto(e quem vai sair mal visto). A grande preocupação é quem vai ser aplaudido(e quem vai ser crucificado). Não se preocupe com isso: procure, em cada conversa ou discussão, simplesmente crescer, não importa se em conhecimento sobre determinado assunto ou na sua vida com Jesus.

Se bem que nem você consegue ser sempre você. Às vezes, o sujeito paciente vira uma fera; a amorosa fica com raiva; o humilde enche-se de soberba. Mas e se tudo isso também for você? E se esses pequenos momentos de maus comportamentos estão contidos no que você é? Então as pessoas estiveram certas em algumas ocasiões quando você pensou que elas lhe julgaram errado, quando elas julgaram o seu caráter levando em conta apenas um curtíssimo momento? Pensando bem, é melhor deixar essa conversa pra lá.

E tomara que ninguém tenha me entendido errado.

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Opinião do leitor