Palavra do leitor
- 12 de novembro de 2015
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Temos ou não escolha?
Evidentemente existem coisas na vida pelas quais nenhum de nós pode ou pode optar. Os pais que tivemos, a época do nascimento, e tantas outras características naturais que nos acompanharão a vida toda (ou pelo menos boa parte dela).
O sexo, por exemplo. Existe opção sexual? Ou o dia da morte. Quem pode ou não escolher o dia de sua própria morte?
A escolha nos coloca frente a frente com dois problemas básicos: o primeiro é de ordem moral. Fazer escolhas certas. Optar pelo que é correto e bom. Escolher é quase sempre decidir entre o bem e o mal.
O segundo é de ordem intelectual. Escolher é comparar, analisar, achar a solução lógica e inteligente para um problema. Tomada de decisão é uma faculdade que deve ser baseada na descoberta do verdadeiro. Uma escolha acertada requer sabedoria.
O mercado e seu descomunal avanço das técnicas de marketing tem confrontado cada vez mais a sociedade e os indivíduos com sua faculdade de escolha. A variedade de produtos e diversidade de especificações tem levado as pessoas a estarem tomando dezenas de decisões a cada produto que consomem. Cor, sabor, processo (ou não) na fabricação, materiais, opções extras, e tudo mais. Há sempre uma infinidade de aspectos a serem decididos. Antigamente não era assim.
Mas até que ponto somos responsáveis por nossas próprias escolhas? Existe liberdade, ou somos condicionados? Há em nossa mente uma zona livre das tendências, das condicionantes sociais, pressões e forças externas, na qual somente você ou eu, sozinhos, em nossa individualidade tomamos nossas decisões? Em linguagem filosófica: existiria um livre arbítrio?
Sendo Deus Amor, fica claro que ele liberta o ser humano, e oferece a ele não somente uma zona livre para seguir seu próprio caminho, como lhe dá integridade para tal. Então, somente a existência de Deus, um Deus pessoal, possibilita ao homem a verdadeira liberdade de escolha. E nesse ponto em especial, Deus é particularmente exigente: Deus não poderia “forçar a barra” para que o homem, robotizado “livremente” escolhesse amá-lo.
Nosso intelecto e nosso coração onde se processam nossas decisões são como um solo, um terreno. A alma do ser humano é um terreno em formação. Não se pode afirmar categoricamente que as decisões humanas, ali tomadas, serão sempre más e imbecis. Mas também não podemos esperar que elas sejam sempre sábias e boas.
As palavras de Jesus e dos profetas de Deus, não nos revelam nada diferente daquilo que outras culturas e religiões nos falam, indícios de que o homem vive em ambiguidades e contradições. Hora a mesma pessoa pode ser capaz de atitudes perversas e hora de atitudes nobres.
Um homem que leva uma vida moralmente correta pode tropeçar em seu próprio orgulho e ser incapaz de repartir seus bens com necessitados. Outro que leva uma vida moralmente devassa, se vê humilhado com seu próprio sentimento de culpa e é capaz de atos de altruísmo raros. Um religioso piedoso pode negligenciar o serviço a seu próximo, enquanto que um aparentemente não religioso pode se sentir responsável pelo bem estar daqueles que lhe cercam.
É nesse contexto que os Evangelhos nos apresentam a alegoria de duas sociedades. A antiga e a moderna. A moderna é preocupada e atarefada com muitas coisas, a antiga se dedica à meditação, à contemplação, à espiritualidade.
Marta e Maria são duas irmãs, mas poderiam ser duas igrejas, duas famílias. Prefiro entendê-las como duas épocas. Vivemos todos hoje na era de Marta. Nossos antepassados viveram na era de Maria. Todos temos hoje uma agenda definida, as tarefas nos absorvem e nos atropelam e não temos mais tempo para simplesmente nos assentarmos aos pés de Jesus. Os meios de comunicação e seus aparelhos múltiplos nos cercam por todos os lados a todos os momentos. TVs, rádios, laptops, tablets, PCs e smartphones não nos possibilitam mais a solitude.
No passado, a vida espiritual ocupava um lugar de maior importância na sociedade. Até nossas igrejas e cultos já não oferecem mais um ambiente e atmosfera para um tempo de devocional em sossego. Como disse certa poetisa, “já não via a hora daquele ajuntamento religioso terminar para ir a um lugar mais apropriado e poder falar com Deus”.
Mas se vivemos na era de Marta, não teríamos mais a escolha de regressarmos a era de Maria? Estaríamos fadados ao stress secular de nosso tempo?
Talvez no plano social pouco poderemos mudar nesse sentido. Mas no plano individual fica a esperança da atitude de um indivíduo. Uma mulher que entre dois estilos de vida, optou pelo melhor. Uma mulher que entre o ativismo e o relacionar-se, entre o realizar e o ouvir, entre o fazer e o ser, soube decidir pela parte mais nobre.
Maria teve escolha. E a fez de forma sábia e acertada:
“Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.
Deus não irá forçar nem determinar nossa decisão nesse sentido. Mas uma vez também escolhido, nada nem ninguém poderá nos remover a boa parte. Você e eu também somos livres para escolher. A cada dia.
Nós temos escolha!
O sexo, por exemplo. Existe opção sexual? Ou o dia da morte. Quem pode ou não escolher o dia de sua própria morte?
A escolha nos coloca frente a frente com dois problemas básicos: o primeiro é de ordem moral. Fazer escolhas certas. Optar pelo que é correto e bom. Escolher é quase sempre decidir entre o bem e o mal.
O segundo é de ordem intelectual. Escolher é comparar, analisar, achar a solução lógica e inteligente para um problema. Tomada de decisão é uma faculdade que deve ser baseada na descoberta do verdadeiro. Uma escolha acertada requer sabedoria.
O mercado e seu descomunal avanço das técnicas de marketing tem confrontado cada vez mais a sociedade e os indivíduos com sua faculdade de escolha. A variedade de produtos e diversidade de especificações tem levado as pessoas a estarem tomando dezenas de decisões a cada produto que consomem. Cor, sabor, processo (ou não) na fabricação, materiais, opções extras, e tudo mais. Há sempre uma infinidade de aspectos a serem decididos. Antigamente não era assim.
Mas até que ponto somos responsáveis por nossas próprias escolhas? Existe liberdade, ou somos condicionados? Há em nossa mente uma zona livre das tendências, das condicionantes sociais, pressões e forças externas, na qual somente você ou eu, sozinhos, em nossa individualidade tomamos nossas decisões? Em linguagem filosófica: existiria um livre arbítrio?
Sendo Deus Amor, fica claro que ele liberta o ser humano, e oferece a ele não somente uma zona livre para seguir seu próprio caminho, como lhe dá integridade para tal. Então, somente a existência de Deus, um Deus pessoal, possibilita ao homem a verdadeira liberdade de escolha. E nesse ponto em especial, Deus é particularmente exigente: Deus não poderia “forçar a barra” para que o homem, robotizado “livremente” escolhesse amá-lo.
Nosso intelecto e nosso coração onde se processam nossas decisões são como um solo, um terreno. A alma do ser humano é um terreno em formação. Não se pode afirmar categoricamente que as decisões humanas, ali tomadas, serão sempre más e imbecis. Mas também não podemos esperar que elas sejam sempre sábias e boas.
As palavras de Jesus e dos profetas de Deus, não nos revelam nada diferente daquilo que outras culturas e religiões nos falam, indícios de que o homem vive em ambiguidades e contradições. Hora a mesma pessoa pode ser capaz de atitudes perversas e hora de atitudes nobres.
Um homem que leva uma vida moralmente correta pode tropeçar em seu próprio orgulho e ser incapaz de repartir seus bens com necessitados. Outro que leva uma vida moralmente devassa, se vê humilhado com seu próprio sentimento de culpa e é capaz de atos de altruísmo raros. Um religioso piedoso pode negligenciar o serviço a seu próximo, enquanto que um aparentemente não religioso pode se sentir responsável pelo bem estar daqueles que lhe cercam.
É nesse contexto que os Evangelhos nos apresentam a alegoria de duas sociedades. A antiga e a moderna. A moderna é preocupada e atarefada com muitas coisas, a antiga se dedica à meditação, à contemplação, à espiritualidade.
Marta e Maria são duas irmãs, mas poderiam ser duas igrejas, duas famílias. Prefiro entendê-las como duas épocas. Vivemos todos hoje na era de Marta. Nossos antepassados viveram na era de Maria. Todos temos hoje uma agenda definida, as tarefas nos absorvem e nos atropelam e não temos mais tempo para simplesmente nos assentarmos aos pés de Jesus. Os meios de comunicação e seus aparelhos múltiplos nos cercam por todos os lados a todos os momentos. TVs, rádios, laptops, tablets, PCs e smartphones não nos possibilitam mais a solitude.
No passado, a vida espiritual ocupava um lugar de maior importância na sociedade. Até nossas igrejas e cultos já não oferecem mais um ambiente e atmosfera para um tempo de devocional em sossego. Como disse certa poetisa, “já não via a hora daquele ajuntamento religioso terminar para ir a um lugar mais apropriado e poder falar com Deus”.
Mas se vivemos na era de Marta, não teríamos mais a escolha de regressarmos a era de Maria? Estaríamos fadados ao stress secular de nosso tempo?
Talvez no plano social pouco poderemos mudar nesse sentido. Mas no plano individual fica a esperança da atitude de um indivíduo. Uma mulher que entre dois estilos de vida, optou pelo melhor. Uma mulher que entre o ativismo e o relacionar-se, entre o realizar e o ouvir, entre o fazer e o ser, soube decidir pela parte mais nobre.
Maria teve escolha. E a fez de forma sábia e acertada:
“Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.
Deus não irá forçar nem determinar nossa decisão nesse sentido. Mas uma vez também escolhido, nada nem ninguém poderá nos remover a boa parte. Você e eu também somos livres para escolher. A cada dia.
Nós temos escolha!
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