Palavra do leitor
- 12 de junho de 2015
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Tem um Gay na Cruz, e Daí?
Tenho o casco grosso, já dizia minha mãe, não me ofendo nem faço beicinho por qualquer coisa, desde cedo aprendi a resolver, não interessavam os métodos, meus próprios entortamentos de caminho; desde cedo aprendi que não é o que as pessoas fazem contra mim que determinarão minha caminhada, mas são minhas reações e decisões a respeito do fato em si.
Trouxe isso para minha vida adulta e, ao excluir ontem o artigo sobre o transexual travestido de crucificado foi tão somente por perceber que escrevi movido pela indignação alheia, centenas de amigos e amigas, de certa forma ou de forma direta cobraram uma atitude e acabei embarcando na indignação geral, ao ponto de me sentir ofendido, afrontado, desrespeitado nas minhas mais profundas convicções religiosas e tal e etecetera.
Mas, peraí, desde quando uma cruz vazia ou com uma imagem me representam? Desde quando posso ser atingido de maneira tão infantil e rasa, rasteira todas as vezes que um objeto é usurpado ou sacaneado pelo humor e decisão de outro grupo social?
A cruz é um símbolo caro ao Cristianismo? Sem dúvida; a luta contra a discriminação e agressões aos homossexuais é legítima e deve ser apoiada? Sim. Mas a celeuma que se levanta a cada parada gay em disputa com a marcha pra Jesus e a Semana Santa Católica já encheu o saco; há uma mistura e uma perda de motivos e direção lamentáveis.
Decididamente nenhuma cena, por mais ridícula, de gosto pateticamente duvidoso da parada gay, ofendeu minha fé em Jesus, o Cristo de Deus; a lembrança e a imagem da cruz sempre me levarão o pensamento cativo ao ocorrido no Gólgota, ao permitir-se ser assassinado numa cruz o Cristo sabia o que estava fazendo e por quem estava fazendo, os cravos foram por mim, humano de natureza caída, duvidosa e perigosa.
Eu vivo minha fé todos os dias pelos olhos e pela própria vida de cada mendigo viciado que acolhemos na Missão Vida, eu não apareço de vez em quando na vida deles, meus dias e o melhor de mim, são gastos com eles, na recuperação dos seus valores mais íntimos, na auto estima ressuscitada no lugar limpo e amplo, na roupa nova e na Palavra que restaura e recupera a fé em si mesmo e em Jesus, pois sirvo a cada morador de rua como quem serve ao próprio Cristo, não dá pra fazer isso pela TV nem pela rede.
Isto dito eu declaro meu desligamento das ofensas e das vinganças que pululam pela rede por alguns templos de pastores e padres mais exaltados, a Igreja tem mais o que fazer do que ficar por aí anunciando por conta própria a vingança do Deus que não se deixa ofender nem zombar; o que aconteceu no Calvário e nos porões de Caifás desmentem a imagem do deus cangaceiro que alguns tentam vender ao rebanho.
Quando alguém tem a intenção de ouvir sobre Jesus e sobre seu amor, eu não preciso de argumentos mirabolantes nem malabarismos homiléticos para que tal pessoa descubra, entenda e aceite esse amor, mas quando alguém tem toda a indisposição do mundo para ouvir acerca do evangelho, nem um caminhão de argumentos nem toda a pirotecnia verbal do planeta a moverá da sua condição de não crer. Não posso obrigar as pessoas a pensarem ou crerem como penso e creio, posso até torcer por isso, mas não funciona na porrada, nem no grito.
Por fim, me assusta muito mais a reação ensandecida dos cristãos com o transexual travestido de crucificado do que a desfaçatez de mau gosto dos gays da parada; como diria minha cara amiga Lu carvalho, “Oh, que novidade, os ímpios praticando impiedades”!
Há um movimento que nos incentiva a voltarmos ao Evangelho, de onde não deveríamos ter saído, nossa índole é a mansidão, a serenidade o sorriso fácil, aliás foi o sorriso fácil dos cristãos que me conquistou décadas atrás. Não somos belicosos, rancorosos, impiedosos como certos homens querem nos tornar, deixem que vociferem e lucrem com suas vociferações, deixemos que se nutram do próprio ódio e da própria covardia, pois usar o povo de Deus chamado cristãos para seus próprios interesses é infinitamente mais ultrajante que um monte de gays pelados e mal maquiados encenando trechos da Via Sacra.
O verdadeiro adversário da “cruz” repete seu estratagema e cria distrações, nos desvia a atenção para assuntos menores, nos conduz de forma quase hábil para que nosso olhar não encontre o olhar ao Autor e consumador da nossa fé, a saber, Jesus, o Cristo de Deus, que já é bem “crescidinho” para depender de alguns pastores (brabos que nem cascavel de resguardo) ou de um deus cangaceiro.
Soli Deo Gloria.
www.magnoaquino.co
Trouxe isso para minha vida adulta e, ao excluir ontem o artigo sobre o transexual travestido de crucificado foi tão somente por perceber que escrevi movido pela indignação alheia, centenas de amigos e amigas, de certa forma ou de forma direta cobraram uma atitude e acabei embarcando na indignação geral, ao ponto de me sentir ofendido, afrontado, desrespeitado nas minhas mais profundas convicções religiosas e tal e etecetera.
Mas, peraí, desde quando uma cruz vazia ou com uma imagem me representam? Desde quando posso ser atingido de maneira tão infantil e rasa, rasteira todas as vezes que um objeto é usurpado ou sacaneado pelo humor e decisão de outro grupo social?
A cruz é um símbolo caro ao Cristianismo? Sem dúvida; a luta contra a discriminação e agressões aos homossexuais é legítima e deve ser apoiada? Sim. Mas a celeuma que se levanta a cada parada gay em disputa com a marcha pra Jesus e a Semana Santa Católica já encheu o saco; há uma mistura e uma perda de motivos e direção lamentáveis.
Decididamente nenhuma cena, por mais ridícula, de gosto pateticamente duvidoso da parada gay, ofendeu minha fé em Jesus, o Cristo de Deus; a lembrança e a imagem da cruz sempre me levarão o pensamento cativo ao ocorrido no Gólgota, ao permitir-se ser assassinado numa cruz o Cristo sabia o que estava fazendo e por quem estava fazendo, os cravos foram por mim, humano de natureza caída, duvidosa e perigosa.
Eu vivo minha fé todos os dias pelos olhos e pela própria vida de cada mendigo viciado que acolhemos na Missão Vida, eu não apareço de vez em quando na vida deles, meus dias e o melhor de mim, são gastos com eles, na recuperação dos seus valores mais íntimos, na auto estima ressuscitada no lugar limpo e amplo, na roupa nova e na Palavra que restaura e recupera a fé em si mesmo e em Jesus, pois sirvo a cada morador de rua como quem serve ao próprio Cristo, não dá pra fazer isso pela TV nem pela rede.
Isto dito eu declaro meu desligamento das ofensas e das vinganças que pululam pela rede por alguns templos de pastores e padres mais exaltados, a Igreja tem mais o que fazer do que ficar por aí anunciando por conta própria a vingança do Deus que não se deixa ofender nem zombar; o que aconteceu no Calvário e nos porões de Caifás desmentem a imagem do deus cangaceiro que alguns tentam vender ao rebanho.
Quando alguém tem a intenção de ouvir sobre Jesus e sobre seu amor, eu não preciso de argumentos mirabolantes nem malabarismos homiléticos para que tal pessoa descubra, entenda e aceite esse amor, mas quando alguém tem toda a indisposição do mundo para ouvir acerca do evangelho, nem um caminhão de argumentos nem toda a pirotecnia verbal do planeta a moverá da sua condição de não crer. Não posso obrigar as pessoas a pensarem ou crerem como penso e creio, posso até torcer por isso, mas não funciona na porrada, nem no grito.
Por fim, me assusta muito mais a reação ensandecida dos cristãos com o transexual travestido de crucificado do que a desfaçatez de mau gosto dos gays da parada; como diria minha cara amiga Lu carvalho, “Oh, que novidade, os ímpios praticando impiedades”!
Há um movimento que nos incentiva a voltarmos ao Evangelho, de onde não deveríamos ter saído, nossa índole é a mansidão, a serenidade o sorriso fácil, aliás foi o sorriso fácil dos cristãos que me conquistou décadas atrás. Não somos belicosos, rancorosos, impiedosos como certos homens querem nos tornar, deixem que vociferem e lucrem com suas vociferações, deixemos que se nutram do próprio ódio e da própria covardia, pois usar o povo de Deus chamado cristãos para seus próprios interesses é infinitamente mais ultrajante que um monte de gays pelados e mal maquiados encenando trechos da Via Sacra.
O verdadeiro adversário da “cruz” repete seu estratagema e cria distrações, nos desvia a atenção para assuntos menores, nos conduz de forma quase hábil para que nosso olhar não encontre o olhar ao Autor e consumador da nossa fé, a saber, Jesus, o Cristo de Deus, que já é bem “crescidinho” para depender de alguns pastores (brabos que nem cascavel de resguardo) ou de um deus cangaceiro.
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