Palavra do leitor
- 30 de maio de 2010
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Te agradeço por me libertar e salvar!
Há muito perdi a conta do número de homens recuperados que pude assistir voltando pra casa; sempre uma boa sensação! Por hábito leio um texto, oramos e, às vezes rola um abraço; contato físico nunca foi o meu forte, nem o deles. Paulo André triunfou; das ruas pra Jesus!
Duzentos e dez dias!
Um investimento de tal envergadura pode ser contabilizado de formas várias: 840 refeições (oficialmente falando), mais de trezentos banhos (não oficialmente falando), 420 cultos e devocionais, dezenas de filmes, alguns passeios, incontáveis versículos memorizados, curativos, analgésicos, e a eterna pergunta: "Como eu vim parar aqui?".
Hoje aqui na Missão Vida na Bahia foi um dia assim, com assinatura em público do documento de conclusão do programa; o texto foi Rm 14: 4b, oração, uma meditação breve e é claro, hoje também foi um dia sem abraços, sou ruim nesse trem de abraçar, Paulo André também é; um aperto de mão firme e ficamos conversados.
Se o pastor Zilvan estivesse por aqui ele certamente abraçaria o Paulo André; o pastor abraça muito bem! Douglas também é bom nesse negócio de abraçar.
Dá pra notar a expressão bagunçada no rosto do ex-interno; alívio, cansaço, ansiedade, perplexidade. Uma sensação de abandono, todo mundo fica assim meio sem pai nem mãe, sem chão nem norte (mais perdido que cachorro quando cai de caminhão de mudança).
Conheço o sentimento, nunca me esquecerei do meu dia nº 210!
Boa parte da apreensão agora é por não se ter a menor ideia do que vem a seguir; é diferente de bandido que levanta a mão, vira crente e tem que voltar pras ruas (conheço esse sentimento também); agora o tempo é amigo, mesmo sendo impiedosamente rápido; o ex-interno agora é na maioria das vezes um crente em Jesus, com um passado vergonhoso, um presente confuso e um futuro sabe lá Deus...
Em todas as cartas aos crentes, São Paulo deixa afirmações a respeito de gente desse tipo: “E permanecerá em pé, porquanto o Senhor é capaz de sustentá-lo.” Rm 14: 4b e tal afirmativa nunca foi tão preciosa como neste momento.
Assumir que precisa de ajuda, pedir ajuda, aceitar a ajuda que conseguir, aproveitá-la e então processar tudo e correr a carreira proposta. Fácil?
Ser crente depois de ser um monte de coisas ruins, adequar-se e prosperar na fé, no conhecimento e relacionamentos e alegrar-se no Senhor; triunfar.
Um mundo inteiro contra nós, um mundo sem chances novas, sem trabalho decente, seco e frio, impessoal e indiferente; um sabor estranho de solidão até que ecoe nos nossos corações outra declaração paulina: “Deus é por nós!”.
Acostumamo-nos a esse versículo e com o tempo ele como tantos outros perde o sentido, o valor e poder de produzir fé e uma viva esperança de que mesmo tendo uma barricada contra nós, Aquele a quem nós só conhecíamos de ouvir falar e a Quem nunca dirigimos a palavra, é por nós.
Como se numa briga de rua quando todos se preparassem pra me surrar e de repente o meu pai aparecesse e mudasse tudo, até os ânimos e eu não estou mais só, não estou em desvantagem, não estou mais à mercê; o pai que interfere e muda a situação, isso faz o coração bater diferente, a figura heróica do pai que ajuda.
Ta certo, eu não tive pai aqui, mas ando me aproximando do Pai. Cada vez que leio que “Deus é por nós!” eu me sinto protegido. Deus por perto.
Permanecer inabalável é questão de opção, também de empenho e da compreensão de que sem Deus, não iremos muito longe. A Missão Vida oferece a chance de permanecermos assim, de pé.
Posso não ser bom com esse trem de abraços e coisa e tal, mas entendo bem de “recomeços”. Recomecei. Paulo André também. Deus te abençoe meu irmão! A paz!
(ex-interno do Centro de Recuperação de Mendigos – Missão Vida)
www.mvida.org.br Ajudar faz bem!
www.sola-scriptura.com O site de leitura bíblica.
Duzentos e dez dias!
Um investimento de tal envergadura pode ser contabilizado de formas várias: 840 refeições (oficialmente falando), mais de trezentos banhos (não oficialmente falando), 420 cultos e devocionais, dezenas de filmes, alguns passeios, incontáveis versículos memorizados, curativos, analgésicos, e a eterna pergunta: "Como eu vim parar aqui?".
Hoje aqui na Missão Vida na Bahia foi um dia assim, com assinatura em público do documento de conclusão do programa; o texto foi Rm 14: 4b, oração, uma meditação breve e é claro, hoje também foi um dia sem abraços, sou ruim nesse trem de abraçar, Paulo André também é; um aperto de mão firme e ficamos conversados.
Se o pastor Zilvan estivesse por aqui ele certamente abraçaria o Paulo André; o pastor abraça muito bem! Douglas também é bom nesse negócio de abraçar.
Dá pra notar a expressão bagunçada no rosto do ex-interno; alívio, cansaço, ansiedade, perplexidade. Uma sensação de abandono, todo mundo fica assim meio sem pai nem mãe, sem chão nem norte (mais perdido que cachorro quando cai de caminhão de mudança).
Conheço o sentimento, nunca me esquecerei do meu dia nº 210!
Boa parte da apreensão agora é por não se ter a menor ideia do que vem a seguir; é diferente de bandido que levanta a mão, vira crente e tem que voltar pras ruas (conheço esse sentimento também); agora o tempo é amigo, mesmo sendo impiedosamente rápido; o ex-interno agora é na maioria das vezes um crente em Jesus, com um passado vergonhoso, um presente confuso e um futuro sabe lá Deus...
Em todas as cartas aos crentes, São Paulo deixa afirmações a respeito de gente desse tipo: “E permanecerá em pé, porquanto o Senhor é capaz de sustentá-lo.” Rm 14: 4b e tal afirmativa nunca foi tão preciosa como neste momento.
Assumir que precisa de ajuda, pedir ajuda, aceitar a ajuda que conseguir, aproveitá-la e então processar tudo e correr a carreira proposta. Fácil?
Ser crente depois de ser um monte de coisas ruins, adequar-se e prosperar na fé, no conhecimento e relacionamentos e alegrar-se no Senhor; triunfar.
Um mundo inteiro contra nós, um mundo sem chances novas, sem trabalho decente, seco e frio, impessoal e indiferente; um sabor estranho de solidão até que ecoe nos nossos corações outra declaração paulina: “Deus é por nós!”.
Acostumamo-nos a esse versículo e com o tempo ele como tantos outros perde o sentido, o valor e poder de produzir fé e uma viva esperança de que mesmo tendo uma barricada contra nós, Aquele a quem nós só conhecíamos de ouvir falar e a Quem nunca dirigimos a palavra, é por nós.
Como se numa briga de rua quando todos se preparassem pra me surrar e de repente o meu pai aparecesse e mudasse tudo, até os ânimos e eu não estou mais só, não estou em desvantagem, não estou mais à mercê; o pai que interfere e muda a situação, isso faz o coração bater diferente, a figura heróica do pai que ajuda.
Ta certo, eu não tive pai aqui, mas ando me aproximando do Pai. Cada vez que leio que “Deus é por nós!” eu me sinto protegido. Deus por perto.
Permanecer inabalável é questão de opção, também de empenho e da compreensão de que sem Deus, não iremos muito longe. A Missão Vida oferece a chance de permanecermos assim, de pé.
Posso não ser bom com esse trem de abraços e coisa e tal, mas entendo bem de “recomeços”. Recomecei. Paulo André também. Deus te abençoe meu irmão! A paz!
(ex-interno do Centro de Recuperação de Mendigos – Missão Vida)
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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