Palavra do leitor
- 25 de janeiro de 2011
- Visualizações: 6995
- 5 comentário(s)
- +A
- -A
- compartilhar
Superstição cristã
A superstição é um mal que foi se entretecendo no Cristianismo como uma teia invisível.
Este veneno foi se espalhando desde a época em que o Cristianismo se tornou uma religião apoiada pelo Estado, a partir do momento em que o imperador romano Constantino abraçou-a como a sua religião, no ano aproximado de 312 a.C.. Naquela época, Constantino fez com que o povo, sob seu domínio, se convertesse ao Cristianismo, sem se preocupar com as práticas religiosas dos "novos convertidos". Esta atitude fez com que o Cristianismo, aos poucos, se transformasse em uma "religião sincrética", totalmente destituída dos fundamentos doutrinários iniciais. Este sincretismo trouxe consigo a superstição, que fez com que os cristãos passassem a utilizar objetos, símbolos e frutos da natureza como amuletos protetores. Até a Bíblia Sagrada passou a ser utilizada, por muitos, como objeto de proteção em seus lares.
Russell Norman Champlin[1], ao tratar sobre a superstição, disse que "[...] Esse termo deriva-se do latim, supersto, "pairar por cima", "ameaçar", dando a entender algum tipo de temor ou receio religioso, em face do desconhecido, ou de forças naturais potencialmente negativas, como os deuses, a sorte, o destino, etc". Sendo assim, superstição é todo o temor por coisas sobrenaturais, que leva o ser humano a práticas diversas em busca de proteção.
A superstição teve seu maior desenvolvimento no Cristianismo no período da idade média, onde ocorreu uma crescente comercialização de relíquias, como por exemplo: lascas e pregos da cruz do Cristo; ossos, cabelos, unhas e pedaços de roupas dos apóstolos; etc. O Papa Leão X fomentou a venda de relíquias e indulgências para promover a reconstrução da Basílica de São Pedro. Este fato causou muita indignação no coração de muitos religiosos sinceros, o qual fez resultar na grande Reforma Protestante.
A Reforma, embora não tivesse purificado totalmente o Cristianismo do sincretismo pagão, trouxe muita contribuição, especialmente no desenvolvimento econômico e cultural da Europa ocidental.
Infelizmente, o sincretismo teve seu maior desenvolvimento, após a Reforma, com o advento do “evangelicalismo”, que resultou nos movimentos pentecostal, carismático e neopentecostal. Este último movimento tem incentivado, de forma extraordinária, o crescimento da superstição religiosa, através da desvirtuação do Evangelho. Como exemplo, pode-se ver o aumento constante da dependência dos objetos e frutos da natureza, tais como: lenços ungidos, óleos de unção, objetos utilizados em campanhas, novenas, etc.
Infelizmente o evangelicalismo neopentecostal carrega consigo uma filosofia de discipulado, através da qual a Bíblia Sagrada esta sendo afastada dos fiéis propositadamente (pois o conhecimento conduz ao questionamento, e isto é inadmissível na teologia neopentecostal), sendo substituída por manuais de discipulado contendo ensinamentos que conduzem as pessoas a uma obediência cega, amedrontados pela mentirosa ideia de maldição. Isto permite que as pessoas sejam amarradas pelo temor e pela ignorância, impedindo-as de se desvencilharem deste nefasto movimento escravizador. O INCENTIVO À IGNORÂNCIA (DESCONHECIMENTO DAS COISAS) SEMPRE FOI UM INSTRUMENTO UTILZADO PELOS DOMINANTES OPRESSORES.
O resultado terrível do crescimento da superstição cristã nos nossos dias, que nada mais é do que o ressurgimento do paganismo cristão da idade média com um formato moderno, é o desenvolvimento de uma “falsa fé”, baseada em coisas visíveis e palpáveis, completamente diferente da fé bíblica, definida em Hebreus 11:1[2] como sendo “[...] o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem”.
---------------------------------------------------------------------------------
BIBLIOGRAFIA
[1]CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, 8.ª Edição, Volume 6, São Paulo, SP: Editora Hagnos, 2006, p. 299.
[2] BÍBLIA SAGRADA, traduzida em português por João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Corrigida, São Paulo, SP: Editora Vida, 1981, p. 318.
Este veneno foi se espalhando desde a época em que o Cristianismo se tornou uma religião apoiada pelo Estado, a partir do momento em que o imperador romano Constantino abraçou-a como a sua religião, no ano aproximado de 312 a.C.. Naquela época, Constantino fez com que o povo, sob seu domínio, se convertesse ao Cristianismo, sem se preocupar com as práticas religiosas dos "novos convertidos". Esta atitude fez com que o Cristianismo, aos poucos, se transformasse em uma "religião sincrética", totalmente destituída dos fundamentos doutrinários iniciais. Este sincretismo trouxe consigo a superstição, que fez com que os cristãos passassem a utilizar objetos, símbolos e frutos da natureza como amuletos protetores. Até a Bíblia Sagrada passou a ser utilizada, por muitos, como objeto de proteção em seus lares.
Russell Norman Champlin[1], ao tratar sobre a superstição, disse que "[...] Esse termo deriva-se do latim, supersto, "pairar por cima", "ameaçar", dando a entender algum tipo de temor ou receio religioso, em face do desconhecido, ou de forças naturais potencialmente negativas, como os deuses, a sorte, o destino, etc". Sendo assim, superstição é todo o temor por coisas sobrenaturais, que leva o ser humano a práticas diversas em busca de proteção.
A superstição teve seu maior desenvolvimento no Cristianismo no período da idade média, onde ocorreu uma crescente comercialização de relíquias, como por exemplo: lascas e pregos da cruz do Cristo; ossos, cabelos, unhas e pedaços de roupas dos apóstolos; etc. O Papa Leão X fomentou a venda de relíquias e indulgências para promover a reconstrução da Basílica de São Pedro. Este fato causou muita indignação no coração de muitos religiosos sinceros, o qual fez resultar na grande Reforma Protestante.
A Reforma, embora não tivesse purificado totalmente o Cristianismo do sincretismo pagão, trouxe muita contribuição, especialmente no desenvolvimento econômico e cultural da Europa ocidental.
Infelizmente, o sincretismo teve seu maior desenvolvimento, após a Reforma, com o advento do “evangelicalismo”, que resultou nos movimentos pentecostal, carismático e neopentecostal. Este último movimento tem incentivado, de forma extraordinária, o crescimento da superstição religiosa, através da desvirtuação do Evangelho. Como exemplo, pode-se ver o aumento constante da dependência dos objetos e frutos da natureza, tais como: lenços ungidos, óleos de unção, objetos utilizados em campanhas, novenas, etc.
Infelizmente o evangelicalismo neopentecostal carrega consigo uma filosofia de discipulado, através da qual a Bíblia Sagrada esta sendo afastada dos fiéis propositadamente (pois o conhecimento conduz ao questionamento, e isto é inadmissível na teologia neopentecostal), sendo substituída por manuais de discipulado contendo ensinamentos que conduzem as pessoas a uma obediência cega, amedrontados pela mentirosa ideia de maldição. Isto permite que as pessoas sejam amarradas pelo temor e pela ignorância, impedindo-as de se desvencilharem deste nefasto movimento escravizador. O INCENTIVO À IGNORÂNCIA (DESCONHECIMENTO DAS COISAS) SEMPRE FOI UM INSTRUMENTO UTILZADO PELOS DOMINANTES OPRESSORES.
O resultado terrível do crescimento da superstição cristã nos nossos dias, que nada mais é do que o ressurgimento do paganismo cristão da idade média com um formato moderno, é o desenvolvimento de uma “falsa fé”, baseada em coisas visíveis e palpáveis, completamente diferente da fé bíblica, definida em Hebreus 11:1[2] como sendo “[...] o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem”.
---------------------------------------------------------------------------------
BIBLIOGRAFIA
[1]CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, 8.ª Edição, Volume 6, São Paulo, SP: Editora Hagnos, 2006, p. 299.
[2] BÍBLIA SAGRADA, traduzida em português por João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Corrigida, São Paulo, SP: Editora Vida, 1981, p. 318.
Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
- 25 de janeiro de 2011
- Visualizações: 6995
- 5 comentário(s)
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Revista Ultimato
- +lidos
- +comentados
- Por quê?
- É possível ser cristão e de "esquerda"?
- Não andeis na roda dos escarnecedores: quais escarnecedores?
- A democracia [geográfica] da dor!
- Os 24 anciãos e a batalha do Armagedom
- A religião verdadeira é única, e se tornou uma pessoa a ser seguida
- Mergulhados na cultura, mas batizados na santidade (parte 2)
- Não nos iludamos, animal é animal!
- Até aqui ele não me deixou