Palavra do leitor
- 24 de junho de 2008
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Sua vida está "em obras"?
"Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera" (Is 64:4).
Tenho enfrentado uma luta dolorosa na minha vida profissional, há algum tempo. Estou extremamente insatisfeita com o rumo que ela tomou, de uns anos para cá. Fiz minha escolha e tudo estava indo bem, até que, de repente, ela foi afetada por terceiros de um modo que eu não previa. Acabei estagnada, sem perspectivas.
No passado, quando a oportunidade de trabalho surgiu, eu ainda não havia me formado, mas já me preocupava em ter meu próprio sustento. Quase dei uma festa quando consegui o emprego. O futuro prometia, e eu tinha certeza de que aquela porta era a provisão de Deus para mim.
Mas, em um dado momento dessa minha promissora história de sucesso, mãos humanas intervieram. Tiraram minha estabilidade, abalaram minha estrutura psicológica e me levaram a duvidar de que Deus estivesse comigo. Passei a pensar que eu não havia caminhado com Deus, até aquele momento, mas, sim, que eu havia decidido tudo por mim mesma e dito ao Senhor: "Se quiser vir comigo, venha". Até me lembrei de que, antes da entrevista, que aconteceu há muitos anos, orei, pedindo: "Dê-me esse emprego, Senhor. Não tenho outra oportunidade em vista, vou me formar daqui a alguns meses e vai ser muito embaraçoso continuar dependendo dos meus pais, daí para frente". Eu só conseguia pensar que Deus havia cedido diante da minha insistência, e não me abençoado, atendendo ao meu clamor.
A opressão das circunstâncias bloqueou meu entendimento e prejudicou meu discernimento. Sentimentos perigosos começaram a tomar conta de mim: medo, ansiedade, menos-valia, raiva, desejo de vingança. Foi difícil perceber que a frustração não me dominava mais que a amargura. Quando admiti para Deus que havia me apegado ao ódio que eu pensava ter o direito de sentir para sempre, recobrei a razão. Agora, percebo que toda a situação, dentro e fora de mim, é prenúncio de mudança, e não um castigo de Deus.
As mudanças, de maneira geral, costumam ser incômodas, não é mesmo? Quando compramos uma casa nova, geralmente melhor que a nossa antiga casa, temos uma tremenda "dor de cabeça" para embalar roupas, móveis, eletrodomésticos e quinquilharias, para levar para o nosso novo lar. Organizar tudo nos novos lugares, então... dá muito trabalho! Isso sem mencionar o trabalho que dá escolher a casa nova, muito antes da mudança.
Mudanças nos tiram da nossa rotina pacata, estabelecida e, muitas vezes, confortável. O mais desconcertante nelas é que não conhecemos o que está por vir, embora quase sempre percebamos o que precisa ser trabalhado em nós e nas circunstâncias que nos cercam, para que o novo venha.
As mudanças nos "chacoalham", tiram nossas coisas do lugar, quebram muitos "bibelôs" aos quais sempre fomos apegados, dão-nos a sensação de desamparo, porque, normalmente, elas se impõem a nós e não são desejadas. E, quando o novo chega, temos que nos adaptar. É aí, quando estamos diante desse novo, que começamos a imaginar quão difícil seria essa adaptação, se nossos valores, nossos conceitos, nossos "portos seguros" não tivessem sido mudados.
A "bagunça" toda da mudança é comparável àquela velha história da colcha que a netinha sempre via a vovó bordar, em ponto de cruz, pelo lado avesso. A menina dizia: "Vovó, quanta confusão de linhas! Não entendo nada do que a senhora está fazendo, nesse tecido". E a vovó respondia: "Quando a colcha estiver totalmente pronta e você puder vê-la do lado certo, você vai entender". Ao fim de muitos dias de trabalho, a vovó chamou a menininha e mostrou a ela o desenho de uma flor enorme, colorida, viva e alegre, feito na colcha, e disse a ela: "Antes você não distinguia esse desenho, porque, enquanto eu trabalhava, você só conseguia enxergar o avesso da colcha. Agora que você vê o verdadeiro resultado do meu trabalho, você o entende?" Ao que a menina respondeu: "Entendo e o acho lindo, vovó!"
Daqui de baixo, dificilmente nós conseguimos compreender o que é que Deus está "tecendo no lado certo do pano", lá no céu. Apenas quando Ele puder nos mostrar o trabalho pronto é que o "emaranhado de linhas" vai tomar forma, para nós.
Então, se a mudança é necessária, vamos passar por ela. Quando pudermos deixar de ver somente o "avesso", provavelmente vamos nos surpreender com a beleza do trabalho do Senhor por nós.
Tenho enfrentado uma luta dolorosa na minha vida profissional, há algum tempo. Estou extremamente insatisfeita com o rumo que ela tomou, de uns anos para cá. Fiz minha escolha e tudo estava indo bem, até que, de repente, ela foi afetada por terceiros de um modo que eu não previa. Acabei estagnada, sem perspectivas.
No passado, quando a oportunidade de trabalho surgiu, eu ainda não havia me formado, mas já me preocupava em ter meu próprio sustento. Quase dei uma festa quando consegui o emprego. O futuro prometia, e eu tinha certeza de que aquela porta era a provisão de Deus para mim.
Mas, em um dado momento dessa minha promissora história de sucesso, mãos humanas intervieram. Tiraram minha estabilidade, abalaram minha estrutura psicológica e me levaram a duvidar de que Deus estivesse comigo. Passei a pensar que eu não havia caminhado com Deus, até aquele momento, mas, sim, que eu havia decidido tudo por mim mesma e dito ao Senhor: "Se quiser vir comigo, venha". Até me lembrei de que, antes da entrevista, que aconteceu há muitos anos, orei, pedindo: "Dê-me esse emprego, Senhor. Não tenho outra oportunidade em vista, vou me formar daqui a alguns meses e vai ser muito embaraçoso continuar dependendo dos meus pais, daí para frente". Eu só conseguia pensar que Deus havia cedido diante da minha insistência, e não me abençoado, atendendo ao meu clamor.
A opressão das circunstâncias bloqueou meu entendimento e prejudicou meu discernimento. Sentimentos perigosos começaram a tomar conta de mim: medo, ansiedade, menos-valia, raiva, desejo de vingança. Foi difícil perceber que a frustração não me dominava mais que a amargura. Quando admiti para Deus que havia me apegado ao ódio que eu pensava ter o direito de sentir para sempre, recobrei a razão. Agora, percebo que toda a situação, dentro e fora de mim, é prenúncio de mudança, e não um castigo de Deus.
As mudanças, de maneira geral, costumam ser incômodas, não é mesmo? Quando compramos uma casa nova, geralmente melhor que a nossa antiga casa, temos uma tremenda "dor de cabeça" para embalar roupas, móveis, eletrodomésticos e quinquilharias, para levar para o nosso novo lar. Organizar tudo nos novos lugares, então... dá muito trabalho! Isso sem mencionar o trabalho que dá escolher a casa nova, muito antes da mudança.
Mudanças nos tiram da nossa rotina pacata, estabelecida e, muitas vezes, confortável. O mais desconcertante nelas é que não conhecemos o que está por vir, embora quase sempre percebamos o que precisa ser trabalhado em nós e nas circunstâncias que nos cercam, para que o novo venha.
As mudanças nos "chacoalham", tiram nossas coisas do lugar, quebram muitos "bibelôs" aos quais sempre fomos apegados, dão-nos a sensação de desamparo, porque, normalmente, elas se impõem a nós e não são desejadas. E, quando o novo chega, temos que nos adaptar. É aí, quando estamos diante desse novo, que começamos a imaginar quão difícil seria essa adaptação, se nossos valores, nossos conceitos, nossos "portos seguros" não tivessem sido mudados.
A "bagunça" toda da mudança é comparável àquela velha história da colcha que a netinha sempre via a vovó bordar, em ponto de cruz, pelo lado avesso. A menina dizia: "Vovó, quanta confusão de linhas! Não entendo nada do que a senhora está fazendo, nesse tecido". E a vovó respondia: "Quando a colcha estiver totalmente pronta e você puder vê-la do lado certo, você vai entender". Ao fim de muitos dias de trabalho, a vovó chamou a menininha e mostrou a ela o desenho de uma flor enorme, colorida, viva e alegre, feito na colcha, e disse a ela: "Antes você não distinguia esse desenho, porque, enquanto eu trabalhava, você só conseguia enxergar o avesso da colcha. Agora que você vê o verdadeiro resultado do meu trabalho, você o entende?" Ao que a menina respondeu: "Entendo e o acho lindo, vovó!"
Daqui de baixo, dificilmente nós conseguimos compreender o que é que Deus está "tecendo no lado certo do pano", lá no céu. Apenas quando Ele puder nos mostrar o trabalho pronto é que o "emaranhado de linhas" vai tomar forma, para nós.
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