Palavra do leitor
- 03 de março de 2018
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Sofrimento - Diversidade e Objetivos
Sofrimento - Diversidade e Objetivos
Hebreus 2.10
SEGUNDA PARTE - Continuação do artigo O Mistério do Sofrimento
Muitos se tornaram heróis e entraram para a história porque sofreram. Não tanto pelo que realizaram mas, por causa do sofrimento a que se submeteram para fazer o que fizeram.
Quando o verdadeiro cristão encerra suas atividades neste mundo, acabam-se os seus argumentos pessoais contra a vontade de Deus em sua vida e, consequentemente, termina o seu sofrimento. Daí em diante é somente alegria plena, inaudita e eterna.
Benefícios do sofrimento
Um dos maiores trunfos ou propósitos do sofrimento, e que justificam a sua necessidade, é que quanto maior, mais abrangente e mais intenso for (ou mais de um desses fatores combinados), mais detestável, odiado e temido ele se torna.
A contrapartida é que o alívio, a libertação ou o se ver livre desse sofrimento se torne algo intensamente desejável. Isto é, a ausência do sofrimento pela ação do bem, da paz, da harmonia, da quietude, do perdão, da tranquilidade, da liberdade e do amor. Enfim, as coisas boas da vida, se tornam desejáveis com mais avidez.
Um dos objetivos do sofrimento é levar alguém a odiar tudo aquilo que é ruim e o produz, de forma que passe a detestar o mal e a desejar ardentemente o bem, reconhecendo que Deus é o Senhor sobre tudo. Dessa forma, nunca mais propor fazer nem aceitar praticar aquilo que é ruim porque resulta em sofrimento.
Uma comparação: para que serve uma prova, um teste?
Serve para comprovar o real valor de quem é testado.
Quem é beneficiado por um teste? Um teste beneficia a quem a ele se submete. Concurso, prova, competição, vestibular, etc., são testes. Quem se submete a eles sofre. Vai revelar quem ou o que alguém é ou de que é capaz.
O teste não possui benefício para quem não tem real valor. Para quem é reprovado, a avaliação vai apenas demonstrar sua incapacidade e desvalor. Para esses, o teste é prejudicial mas, para quem possui valor, é benéfico.
O valor de alguém só é reconhecido depois de ser revelado por um teste. O teste beneficia quem tem valor. O que é, na verdade, um teste? Sob vários aspectos, teste é um sofrimento!
Alguém que não sofre não tem capacidade de desejar o bem, porque o desconhece. O que é essencialmente bom será conhecido por alguém, proporcionalmente ao conhecimento que este alguém possua daquilo que é, essencialmente, ruim.
Quem não sofreu, ou não está sofrendo, não tem nem mesmo capacidade ou parâmetro para discernir o que é bom ou ruim. Isso, porque não possui experiência para fazer comparações ou distinguir coisas diferentes entre si.
Foi o que aconteceu no Jardim do Éden. O ser humano só percebeu o estado de prazer em que vivia quando caiu em pecado. Só se deu conta do que era bom (o bem) quando provou o que era ruim (o mal). Houve o envolvimento com o elemento de comparação.
Quem conhece só o bem, não percebe que o bem é bom. Só terá condição de saber, pela prova ou experimento do mal. Da mesma forma, quem conhece só o mal, não sabe que o mal é ruim. Não possui o parâmetro comparativo.
Quem conhece apenas o bem, não sabe o que ele significa em sua plenitude. Não percebe a essência do bem. Só pode saber, através do conhecimento do mal, por experiência. É necessário que o ser humano seja exposto aos dois (o bem e o mal) e, aí, poder escolher entre ambos o que seguir, o bem ou o mal. Quem determina isso não é o ser humano mas, o próprio Deus.
Não foi, por acaso, essa realidade que o Criador quis revelar? A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal porventura, não teria sido o instrumento que Deus usou para fazer o ser humano conhecer tanto o bem como o mal?
Não foi a oportunidade de o ser humano, pelo seu livre-arbítrio, escolher livremente o que queria seguir: o bem ou o mal? Pela ingestão do fruto da Árvore, o ser humano teve a oportunidade de provar, ou conhecer, o bem e o mal.
Não quis Deus, porventura, que se manifestasse a essência do caráter de cada um deles e, assim, dar o destino eterno a ambos, conforme o caráter ou a essência de cada um e, dessa forma, destruir a raiz do mal, na essência, e exaltar o bem?
Para isso, não seria necessário que o mal se manifestasse no ser humano, revelando-se, então, a necessidade do pecado entrar no mundo?
Não há vitória sem guerra, sem competição. A guerra (ou adversidade) é elemento compositivo da vitória como, por exemplo, o hidrogênio e o oxigênio, que compõem a molécula da água.
Como já mencionado, a dor é necessária para diagnosticar uma doença silenciosa, sutil e mortal, a fim de preservar da morte alguém que a contraiu. A enfermidade se torna manifesta pela dor, a fim de ser debelada, destruída.
Com o mal terá sido a mesma coisa? Isto é, Deus fazer com que o mal, em sua essência, se manifestasse na natureza, através de Lúcifer e do ser humano, para que fosse para sempre exterminado?
É absolutamente normal que Deus, às vezes, faça alguém passar por uma situação complicada. Sem dúvida nenhuma, seu objetivo é, de alguma maneira, edificar a sua vida.
Da mesma forma, é normal a repetição de algo desagradável na vida de alguém quantas vezes for necessária, dependendo se a lição que a motivou tenha sido aprendida. Caso negativo, provavelmente a situação poderá persistir ou se repetir.
Nesse ponto, surge um questionamento: quanto tempo isso pode demorar?
Naturalmente, pode durar muito tempo, dependendo da absorção, ou pouco, se a lição for assimilada em um curto espaço de tempo. Ou seja. Lição aprendida, etapa vencida. Lição não absorvida, repetição da etapa. Até que a lição tenha sido compreendida.
Por que algumas vezes Deus não alivia o sofrimento de seus filhos? Até mesmo de dor física? Como Ele nada faz sem razão ou propósito, nem injusto ou mau, podemos estar certos de que o efeito final será benéfico. Com certeza, há pelo menos um propósito para isso! Do contrário, Ele não permitiria.
Objetivos do Sofrimento
Na amplitude do sofrimento, alguns propósitos podem ser destacados:
- intensificar no ser humano o desejo de estar na presença de Deus na eternidade e, em razão disso, se ver livre de tudo aquilo que o sofrimento traz de indesejável;
- desejar extremamente, com muita avidez, algo da parte de Deus e a ausência daquilo que causa ou produz sofrimento;
- provocar aversão às trevas e amar a luz;
- verificar experimentalmente a diferença entre a justiça e a iniquidade;
- mostrar a diferença entre o bem e o mal, entre a morte e a vida e entre o senhorio de Jesus e o cativeiro de Satanás;
- demonstrar que a paz é preferível ao tormento e a dor deve dar lugar ao santo prazer;
- criar uma aversão ao sofrimento e tormentos fortes, cruéis, intensos e dolorosos que ele traz, de tal forma que, em qualquer tempo no futuro, seja produzido um pavor tão enorme que até o mínimo pensamento ou ideia dele provoque no ser humano um exacerbado e supremo esforço, para que não seja mais atingido;
- fazer com que o sofrimento se mostre tão detestável que, a mínima ideia de ser tocado por ele, provoque um pavor intenso e um desejo de vê-lo afastado o mais possível e nunca mais haja memória dele para sempre;
- revelar com clareza o caráter cruel de Satanás. O que só pode ser conhecido de forma experimental e não meramente teórica;
- mostrar que Satanás é extremamente perverso, de tal forma que o ser humano não lhe dê mais chances de lhe infligir sofrimentos;
- fazer ver a diferença entre o caráter e a bondade de Deus e a perversidade de Satanás;
- dar ao ser humano a oportunidade de usar conscientemente o livre-arbítrio para escolher a quem deseja se sujeitar: à liberdade oferecida por Jesus ou ao cativeiro imposto pelo diabo;
- treinar e habilitar o cristão a servir outros;
- oferecer ao ser humano a oportunidade de escolher entre a vida e a morte.
Deve ser entendido que, quanto mais forte, intenso e extenso for o sofrimento, mais o mal será detestado e aborrecido. Além de não querer mais pecar, o cristão vai almejar, com maior intensidade, a glória da santificação.
Essa promessa de Deus continua atual e viva: "Olhos humanos não viram... o que Deus tem preparado para os seus." - 1 Co 2.9
A felicidade e a alegria em Deus serão mais valorizadas e desejadas, com intensidade inversamente proporcional ao sofrimento, porém, com abrangência, qualidade e quantidade infinitamente maiores.
Da parte de Deus, o que ele tem para nós é extremamente maior que o nosso desejo, por mais intenso que este seja.
"... Os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada" - Rm 8.18.
Por causa daquilo que Deus fez no nosso interior, o que é exterior e desagradável desta vida, produz repulsa, aversão, ódio e sofrimento.
O que tem em nosso interior é inverso ao que temos no sistema perverso e maligno da vida exterior, onde reina o mal, com todos os sentimentos terríveis que produzem.
Quanto maior, mais intenso e duradouro for o sofrimento, maior e mais intenso será o desejo de aborrecer o que lhe causou, sair dele e ganhar alívio e felicidade, no mínimo, equiparados e inversamente proporcionais a ele.
A retirada do sofrimento já provoca uma enorme sensação de felicidade, alegria e bem-estar, quanto maior tiver sido a intensidade do sofrimento. Só que, da parte de Deus, há muito mais que isso. Não apenas a libertação, o alívio do sofrimento mas, algo infinitamente maior.
Sabe aquela coisa quando uma dor desaparece do nosso corpo? A sensação de prazer e o efeito que a retirada provoca? Pois é a mesma coisa! Quanto maior o sofrimento, maior será a alegria quando ele cessa.
É muito difícil para o ser humano tornar-se humilde e quebrantado. Com isso, a fim de ser tratado em seu orgulho, vaidade, soberba, pecados ocultos, presunção e cegueira espiritual, sofrimentos específicos lhe são impostos, com a finalidade de libertá-lo desse jugo.
Por isso, sempre tem de passar por quebrantamento e arrependimento, os quais sempre produzem algum tipo de sofrimento, nesse caso, salutar. Eu mesmo! Neste exato momento em que escrevo este texto, estou passando por esse processo.
Exemplo e lições de Jesus no sofrimento
Os benefícios dos sofrimentos de Jesus. Eles existem? Quais foram? Há algum dimensionamento exato? E se Ele não tivesse sofrido? Existe avaliação suficiente?
Jesus Cristo, exatamente e exclusivamente por ser o verdadeiro Deus, foi o destinatário do ápice de todo o sofrimento universal e de toda a história, em seu mais alto grau e abrangência, com todos os horrores da condenação eterna, que deveria cair sobre toda a raça humana, por todos os pecados cometidos. Tudo desabou sobre ele.
Como alvo e sujeito principal do sofrimento e de todas as suas implicações, Jesus Cristo é a figura central para quem foi convergido todo o tipo de sofrimento - físico, mental, espiritual e emocional, na sua maior intensidade, dor, crueldade e abrangência jamais suportadas, em toda a história da humanidade.
Já imaginaram a criatura supliciando, sendo verdugo de seu Criador? Sofreu o desprezo, afrontas e ataques inimagináveis de sua própria criatura, a quem havia criado com a infinita expressão de seu amor. Alguém consegue imaginar as dimensões, influências e profundidade dos sofrimentos de Jesus?
A imaginação, se houver, precisa ter, necessariamente, como ponto de partida, a imprescindível observação: Jesus Cristo é, essencialmente, o Deus Todo Poderoso e o Criador de todas as coisas.
Deve finalizar, pelo menos momentaneamente, com os resultados expressos na palavra profética em Isaías 52.13-53.1-12 e de forma mais ampla em toda a Bíblia, ainda que ciente de não poder imaginar os limites de seus efeitos.
Além disso, necessário é contemplar as dimensões (largura, altura, comprimento e profundidade), extensão (efeitos transformadores nas esferas espiritual, física e material), abrangência (seres espirituais, seres humanos mortos e vivos e animais) e duração (da eternidade passada até a eternidade futura) dos seus sofrimentos.
É humanamente impossível discorrer a respeito de tudo o que se relaciona, positiva e negativamente, com os sofrimentos de Jesus. Todas as consequências terríveis do pecado e da maldade de toda a raça humana caíram sobre ele, em todos os níveis, quer espirituais, físicas, psicológicas, emocionais, sociais, etc.
Quem foram os beneficiários dos sofrimentos de Jesus?
Todos os seres humanos, animais, a natureza e a criação. Ele atendeu todos os pré-requisitos e pagou o altíssimo preço exigido para a propiciação, restauração, resgate e redenção de tudo. Por isso, pode conceder perdão e a salvação eterna a todos os que crerem.
Assim como os sofrimentos de Jesus trouxeram resultados amplos e eternos para muitos, assim também os sofrimentos dos cristãos trazem benefícios para si próprios e para muitos que, se crerem também, se beneficiarão principalmente, obtendo o perdão de Deus e recebendo a vida eterna.
Se Jesus não tivesse morrido, tudo estaria irremediavelmente perdido. A humanidade, a criação, a natureza..., tudo! Literalmente, tudo!
Algumas referências úteis sobre o sofrimento: Sl 91; Tiago 1.2-3; 1 Pe 4.12-16; 5.8-10.
Sofrer é ruim! Sofrer muito é muito ruim! Sofrer sozinho é terrível! Sofrer a condenação eterna é indescritível e inimaginável!
Jesus Cristo padeceu todos os horrores dos sofrimentos e, por isso mesmo, Ele pode livrar da condenação e do sofrimento eterno todo aquele que, através dele, se aproxima de Deus.
Atente nessa verdade: a raiz e causa principal do sofrimento humano é o seu desconhecimento de Deus.
Finalmente, um conselho útil que, se atendido, certamente pode fazer bem!
Alguém qualificado e idôneo, que possa oferecer ajuda fundamentada nos princípios da Palavra de Deus, com resultados eternos permanentes, deve ser procurado.
Pense nisso!!!
Hebreus 2.10
SEGUNDA PARTE - Continuação do artigo O Mistério do Sofrimento
Muitos se tornaram heróis e entraram para a história porque sofreram. Não tanto pelo que realizaram mas, por causa do sofrimento a que se submeteram para fazer o que fizeram.
Quando o verdadeiro cristão encerra suas atividades neste mundo, acabam-se os seus argumentos pessoais contra a vontade de Deus em sua vida e, consequentemente, termina o seu sofrimento. Daí em diante é somente alegria plena, inaudita e eterna.
Benefícios do sofrimento
Um dos maiores trunfos ou propósitos do sofrimento, e que justificam a sua necessidade, é que quanto maior, mais abrangente e mais intenso for (ou mais de um desses fatores combinados), mais detestável, odiado e temido ele se torna.
A contrapartida é que o alívio, a libertação ou o se ver livre desse sofrimento se torne algo intensamente desejável. Isto é, a ausência do sofrimento pela ação do bem, da paz, da harmonia, da quietude, do perdão, da tranquilidade, da liberdade e do amor. Enfim, as coisas boas da vida, se tornam desejáveis com mais avidez.
Um dos objetivos do sofrimento é levar alguém a odiar tudo aquilo que é ruim e o produz, de forma que passe a detestar o mal e a desejar ardentemente o bem, reconhecendo que Deus é o Senhor sobre tudo. Dessa forma, nunca mais propor fazer nem aceitar praticar aquilo que é ruim porque resulta em sofrimento.
Uma comparação: para que serve uma prova, um teste?
Serve para comprovar o real valor de quem é testado.
Quem é beneficiado por um teste? Um teste beneficia a quem a ele se submete. Concurso, prova, competição, vestibular, etc., são testes. Quem se submete a eles sofre. Vai revelar quem ou o que alguém é ou de que é capaz.
O teste não possui benefício para quem não tem real valor. Para quem é reprovado, a avaliação vai apenas demonstrar sua incapacidade e desvalor. Para esses, o teste é prejudicial mas, para quem possui valor, é benéfico.
O valor de alguém só é reconhecido depois de ser revelado por um teste. O teste beneficia quem tem valor. O que é, na verdade, um teste? Sob vários aspectos, teste é um sofrimento!
Alguém que não sofre não tem capacidade de desejar o bem, porque o desconhece. O que é essencialmente bom será conhecido por alguém, proporcionalmente ao conhecimento que este alguém possua daquilo que é, essencialmente, ruim.
Quem não sofreu, ou não está sofrendo, não tem nem mesmo capacidade ou parâmetro para discernir o que é bom ou ruim. Isso, porque não possui experiência para fazer comparações ou distinguir coisas diferentes entre si.
Foi o que aconteceu no Jardim do Éden. O ser humano só percebeu o estado de prazer em que vivia quando caiu em pecado. Só se deu conta do que era bom (o bem) quando provou o que era ruim (o mal). Houve o envolvimento com o elemento de comparação.
Quem conhece só o bem, não percebe que o bem é bom. Só terá condição de saber, pela prova ou experimento do mal. Da mesma forma, quem conhece só o mal, não sabe que o mal é ruim. Não possui o parâmetro comparativo.
Quem conhece apenas o bem, não sabe o que ele significa em sua plenitude. Não percebe a essência do bem. Só pode saber, através do conhecimento do mal, por experiência. É necessário que o ser humano seja exposto aos dois (o bem e o mal) e, aí, poder escolher entre ambos o que seguir, o bem ou o mal. Quem determina isso não é o ser humano mas, o próprio Deus.
Não foi, por acaso, essa realidade que o Criador quis revelar? A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal porventura, não teria sido o instrumento que Deus usou para fazer o ser humano conhecer tanto o bem como o mal?
Não foi a oportunidade de o ser humano, pelo seu livre-arbítrio, escolher livremente o que queria seguir: o bem ou o mal? Pela ingestão do fruto da Árvore, o ser humano teve a oportunidade de provar, ou conhecer, o bem e o mal.
Não quis Deus, porventura, que se manifestasse a essência do caráter de cada um deles e, assim, dar o destino eterno a ambos, conforme o caráter ou a essência de cada um e, dessa forma, destruir a raiz do mal, na essência, e exaltar o bem?
Para isso, não seria necessário que o mal se manifestasse no ser humano, revelando-se, então, a necessidade do pecado entrar no mundo?
Não há vitória sem guerra, sem competição. A guerra (ou adversidade) é elemento compositivo da vitória como, por exemplo, o hidrogênio e o oxigênio, que compõem a molécula da água.
Como já mencionado, a dor é necessária para diagnosticar uma doença silenciosa, sutil e mortal, a fim de preservar da morte alguém que a contraiu. A enfermidade se torna manifesta pela dor, a fim de ser debelada, destruída.
Com o mal terá sido a mesma coisa? Isto é, Deus fazer com que o mal, em sua essência, se manifestasse na natureza, através de Lúcifer e do ser humano, para que fosse para sempre exterminado?
É absolutamente normal que Deus, às vezes, faça alguém passar por uma situação complicada. Sem dúvida nenhuma, seu objetivo é, de alguma maneira, edificar a sua vida.
Da mesma forma, é normal a repetição de algo desagradável na vida de alguém quantas vezes for necessária, dependendo se a lição que a motivou tenha sido aprendida. Caso negativo, provavelmente a situação poderá persistir ou se repetir.
Nesse ponto, surge um questionamento: quanto tempo isso pode demorar?
Naturalmente, pode durar muito tempo, dependendo da absorção, ou pouco, se a lição for assimilada em um curto espaço de tempo. Ou seja. Lição aprendida, etapa vencida. Lição não absorvida, repetição da etapa. Até que a lição tenha sido compreendida.
Por que algumas vezes Deus não alivia o sofrimento de seus filhos? Até mesmo de dor física? Como Ele nada faz sem razão ou propósito, nem injusto ou mau, podemos estar certos de que o efeito final será benéfico. Com certeza, há pelo menos um propósito para isso! Do contrário, Ele não permitiria.
Objetivos do Sofrimento
Na amplitude do sofrimento, alguns propósitos podem ser destacados:
- intensificar no ser humano o desejo de estar na presença de Deus na eternidade e, em razão disso, se ver livre de tudo aquilo que o sofrimento traz de indesejável;
- desejar extremamente, com muita avidez, algo da parte de Deus e a ausência daquilo que causa ou produz sofrimento;
- provocar aversão às trevas e amar a luz;
- verificar experimentalmente a diferença entre a justiça e a iniquidade;
- mostrar a diferença entre o bem e o mal, entre a morte e a vida e entre o senhorio de Jesus e o cativeiro de Satanás;
- demonstrar que a paz é preferível ao tormento e a dor deve dar lugar ao santo prazer;
- criar uma aversão ao sofrimento e tormentos fortes, cruéis, intensos e dolorosos que ele traz, de tal forma que, em qualquer tempo no futuro, seja produzido um pavor tão enorme que até o mínimo pensamento ou ideia dele provoque no ser humano um exacerbado e supremo esforço, para que não seja mais atingido;
- fazer com que o sofrimento se mostre tão detestável que, a mínima ideia de ser tocado por ele, provoque um pavor intenso e um desejo de vê-lo afastado o mais possível e nunca mais haja memória dele para sempre;
- revelar com clareza o caráter cruel de Satanás. O que só pode ser conhecido de forma experimental e não meramente teórica;
- mostrar que Satanás é extremamente perverso, de tal forma que o ser humano não lhe dê mais chances de lhe infligir sofrimentos;
- fazer ver a diferença entre o caráter e a bondade de Deus e a perversidade de Satanás;
- dar ao ser humano a oportunidade de usar conscientemente o livre-arbítrio para escolher a quem deseja se sujeitar: à liberdade oferecida por Jesus ou ao cativeiro imposto pelo diabo;
- treinar e habilitar o cristão a servir outros;
- oferecer ao ser humano a oportunidade de escolher entre a vida e a morte.
Deve ser entendido que, quanto mais forte, intenso e extenso for o sofrimento, mais o mal será detestado e aborrecido. Além de não querer mais pecar, o cristão vai almejar, com maior intensidade, a glória da santificação.
Essa promessa de Deus continua atual e viva: "Olhos humanos não viram... o que Deus tem preparado para os seus." - 1 Co 2.9
A felicidade e a alegria em Deus serão mais valorizadas e desejadas, com intensidade inversamente proporcional ao sofrimento, porém, com abrangência, qualidade e quantidade infinitamente maiores.
Da parte de Deus, o que ele tem para nós é extremamente maior que o nosso desejo, por mais intenso que este seja.
"... Os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada" - Rm 8.18.
Por causa daquilo que Deus fez no nosso interior, o que é exterior e desagradável desta vida, produz repulsa, aversão, ódio e sofrimento.
O que tem em nosso interior é inverso ao que temos no sistema perverso e maligno da vida exterior, onde reina o mal, com todos os sentimentos terríveis que produzem.
Quanto maior, mais intenso e duradouro for o sofrimento, maior e mais intenso será o desejo de aborrecer o que lhe causou, sair dele e ganhar alívio e felicidade, no mínimo, equiparados e inversamente proporcionais a ele.
A retirada do sofrimento já provoca uma enorme sensação de felicidade, alegria e bem-estar, quanto maior tiver sido a intensidade do sofrimento. Só que, da parte de Deus, há muito mais que isso. Não apenas a libertação, o alívio do sofrimento mas, algo infinitamente maior.
Sabe aquela coisa quando uma dor desaparece do nosso corpo? A sensação de prazer e o efeito que a retirada provoca? Pois é a mesma coisa! Quanto maior o sofrimento, maior será a alegria quando ele cessa.
É muito difícil para o ser humano tornar-se humilde e quebrantado. Com isso, a fim de ser tratado em seu orgulho, vaidade, soberba, pecados ocultos, presunção e cegueira espiritual, sofrimentos específicos lhe são impostos, com a finalidade de libertá-lo desse jugo.
Por isso, sempre tem de passar por quebrantamento e arrependimento, os quais sempre produzem algum tipo de sofrimento, nesse caso, salutar. Eu mesmo! Neste exato momento em que escrevo este texto, estou passando por esse processo.
Exemplo e lições de Jesus no sofrimento
Os benefícios dos sofrimentos de Jesus. Eles existem? Quais foram? Há algum dimensionamento exato? E se Ele não tivesse sofrido? Existe avaliação suficiente?
Jesus Cristo, exatamente e exclusivamente por ser o verdadeiro Deus, foi o destinatário do ápice de todo o sofrimento universal e de toda a história, em seu mais alto grau e abrangência, com todos os horrores da condenação eterna, que deveria cair sobre toda a raça humana, por todos os pecados cometidos. Tudo desabou sobre ele.
Como alvo e sujeito principal do sofrimento e de todas as suas implicações, Jesus Cristo é a figura central para quem foi convergido todo o tipo de sofrimento - físico, mental, espiritual e emocional, na sua maior intensidade, dor, crueldade e abrangência jamais suportadas, em toda a história da humanidade.
Já imaginaram a criatura supliciando, sendo verdugo de seu Criador? Sofreu o desprezo, afrontas e ataques inimagináveis de sua própria criatura, a quem havia criado com a infinita expressão de seu amor. Alguém consegue imaginar as dimensões, influências e profundidade dos sofrimentos de Jesus?
A imaginação, se houver, precisa ter, necessariamente, como ponto de partida, a imprescindível observação: Jesus Cristo é, essencialmente, o Deus Todo Poderoso e o Criador de todas as coisas.
Deve finalizar, pelo menos momentaneamente, com os resultados expressos na palavra profética em Isaías 52.13-53.1-12 e de forma mais ampla em toda a Bíblia, ainda que ciente de não poder imaginar os limites de seus efeitos.
Além disso, necessário é contemplar as dimensões (largura, altura, comprimento e profundidade), extensão (efeitos transformadores nas esferas espiritual, física e material), abrangência (seres espirituais, seres humanos mortos e vivos e animais) e duração (da eternidade passada até a eternidade futura) dos seus sofrimentos.
É humanamente impossível discorrer a respeito de tudo o que se relaciona, positiva e negativamente, com os sofrimentos de Jesus. Todas as consequências terríveis do pecado e da maldade de toda a raça humana caíram sobre ele, em todos os níveis, quer espirituais, físicas, psicológicas, emocionais, sociais, etc.
Quem foram os beneficiários dos sofrimentos de Jesus?
Todos os seres humanos, animais, a natureza e a criação. Ele atendeu todos os pré-requisitos e pagou o altíssimo preço exigido para a propiciação, restauração, resgate e redenção de tudo. Por isso, pode conceder perdão e a salvação eterna a todos os que crerem.
Assim como os sofrimentos de Jesus trouxeram resultados amplos e eternos para muitos, assim também os sofrimentos dos cristãos trazem benefícios para si próprios e para muitos que, se crerem também, se beneficiarão principalmente, obtendo o perdão de Deus e recebendo a vida eterna.
Se Jesus não tivesse morrido, tudo estaria irremediavelmente perdido. A humanidade, a criação, a natureza..., tudo! Literalmente, tudo!
Algumas referências úteis sobre o sofrimento: Sl 91; Tiago 1.2-3; 1 Pe 4.12-16; 5.8-10.
Sofrer é ruim! Sofrer muito é muito ruim! Sofrer sozinho é terrível! Sofrer a condenação eterna é indescritível e inimaginável!
Jesus Cristo padeceu todos os horrores dos sofrimentos e, por isso mesmo, Ele pode livrar da condenação e do sofrimento eterno todo aquele que, através dele, se aproxima de Deus.
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