Palavra do leitor
- 01 de outubro de 2012
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"Sofre, pois, comigo..." (Parte 1/3)
Introdução
Um dos grandes pilares da modernidade foi sem duvida a realização pessoal por meio da autonomia humana. A revolução industrial, o avanço da ciência e da tecnologia, a possibilidade de um mercado mundial globalizado, trouxeram ao homem esperanças para uma vida autônoma e plena.
Os grandes avanços da modernidade se deram no sentido de oferecer ao homem a sensação de controlar o futuro, mudar sua realidade, prosperar, alcançar realização e bem estar. Apesar de a discussão sobre se estamos vivendo ainda na ‘modernidade’, na pós-modernidade ou numa “hipermodernidade”, como sugerido por Guilherme de Carvalho no III congresso de religião, teologia e igreja realizado neste ano, em São Paulo, acredito que podemos concordar que o homem, mais que em outros tempos, vem buscando formas de se realizar por meio de uma forma de vida autônoma, ora alicerçada na razão, ora no pensamento “vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir”.
Independente se já rompemos ou não com a cosmovisão modernista ou se deixamos de colocar nossas esperanças puramente no progresso e na razão humana, podemos considerar que a busca por “realização independente” não cessou. Talvez o que é discutido como uma transição da era moderna para a pós-moderna não passe de uma adaptação do desejo humano de bem estar independente das coisas “subjetivas”, não necessariamente uma mudança de cosmovisão, mas uma nova forma de buscar respostas autônomas para os grandes dilemas do homem.
A conotação da palavra ‘subjetiva’ como empregada por mim visa evidenciar uma generalização daquilo que é tido como domínio restrito do campo da fé, dos valores, bem como falar da separação daquilo que pode ser experimentado empiricamente do que não pode. O problema não se trata de intolerância religiosa ou cultural, é claro. Hoje temos políticas voltadas para o respeito da diversidade de religião e cultura bem fundamentadas. Mas por de trás dessa “tolerância” não estaríamos encobrindo uma revolta contra o criador embutida na generalização do que é tido como subjetivo?
Claro que ao falarmos de uma generalização nesse campo podemos esperar que a representação de Deus seja diretamente ligada aos assuntos que pertencem ao campo das coisas subjetivas, sobretudo se existir certo engajamento na defesa de uma fé centrada em apenas uma verdade.
Dizer que a pronta recusa das coisas “subjetivas” chega a ser uma radicalidade generalizada é sem duvida precipitado, mas independentemente disso as pessoas apresentam cada vez mais uma forma de viver autônomas, quando não, apresentam um compromisso parcial com o criador, tendo-o como senhor apenas naquilo que os convém.
Por um lado podemos entender como a mente ocidental aprendeu a rejeitar aquilo que é passado como verdade incontestável. Sobretudo se voltarmos nossa atenção para os anos em que a igreja detinha o monopólio da interpretação das sagradas escrituras.
Então o que podemos esperar do futuro? Uma maior revolta contra o criador? Ou podemos esperar que o Homem será capaz um dia de rejeitar as imagens irreais de Deus , e se deixará então ser envolvido pela revelação do próprio Deus de si mesmo? Acho difícil! Alem do mais, aceitar isso já seria acreditar na evolução autônoma da mente humana.
Continua...
Um dos grandes pilares da modernidade foi sem duvida a realização pessoal por meio da autonomia humana. A revolução industrial, o avanço da ciência e da tecnologia, a possibilidade de um mercado mundial globalizado, trouxeram ao homem esperanças para uma vida autônoma e plena.
Os grandes avanços da modernidade se deram no sentido de oferecer ao homem a sensação de controlar o futuro, mudar sua realidade, prosperar, alcançar realização e bem estar. Apesar de a discussão sobre se estamos vivendo ainda na ‘modernidade’, na pós-modernidade ou numa “hipermodernidade”, como sugerido por Guilherme de Carvalho no III congresso de religião, teologia e igreja realizado neste ano, em São Paulo, acredito que podemos concordar que o homem, mais que em outros tempos, vem buscando formas de se realizar por meio de uma forma de vida autônoma, ora alicerçada na razão, ora no pensamento “vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir”.
Independente se já rompemos ou não com a cosmovisão modernista ou se deixamos de colocar nossas esperanças puramente no progresso e na razão humana, podemos considerar que a busca por “realização independente” não cessou. Talvez o que é discutido como uma transição da era moderna para a pós-moderna não passe de uma adaptação do desejo humano de bem estar independente das coisas “subjetivas”, não necessariamente uma mudança de cosmovisão, mas uma nova forma de buscar respostas autônomas para os grandes dilemas do homem.
A conotação da palavra ‘subjetiva’ como empregada por mim visa evidenciar uma generalização daquilo que é tido como domínio restrito do campo da fé, dos valores, bem como falar da separação daquilo que pode ser experimentado empiricamente do que não pode. O problema não se trata de intolerância religiosa ou cultural, é claro. Hoje temos políticas voltadas para o respeito da diversidade de religião e cultura bem fundamentadas. Mas por de trás dessa “tolerância” não estaríamos encobrindo uma revolta contra o criador embutida na generalização do que é tido como subjetivo?
Claro que ao falarmos de uma generalização nesse campo podemos esperar que a representação de Deus seja diretamente ligada aos assuntos que pertencem ao campo das coisas subjetivas, sobretudo se existir certo engajamento na defesa de uma fé centrada em apenas uma verdade.
Dizer que a pronta recusa das coisas “subjetivas” chega a ser uma radicalidade generalizada é sem duvida precipitado, mas independentemente disso as pessoas apresentam cada vez mais uma forma de viver autônomas, quando não, apresentam um compromisso parcial com o criador, tendo-o como senhor apenas naquilo que os convém.
Por um lado podemos entender como a mente ocidental aprendeu a rejeitar aquilo que é passado como verdade incontestável. Sobretudo se voltarmos nossa atenção para os anos em que a igreja detinha o monopólio da interpretação das sagradas escrituras.
Então o que podemos esperar do futuro? Uma maior revolta contra o criador? Ou podemos esperar que o Homem será capaz um dia de rejeitar as imagens irreais de Deus , e se deixará então ser envolvido pela revelação do próprio Deus de si mesmo? Acho difícil! Alem do mais, aceitar isso já seria acreditar na evolução autônoma da mente humana.
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