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Palavra do leitor

Sobre pontes e portais

Aquela seria simplesmente mais uma travessia pela ponte JK. Seus arcos em forma de onda nos lembram o movimento das águas quando nelas jogamos uma pequena pedra, chacoalhando-as. Sua beleza faz a curta viagem ser um momento de prazer e vislumbre. Estendida sobre o lago Paranoá, este uma surpreendente obra de engenharia que permitiu um clima mais saudável em meio ao cerrado quente e seco do planalto central, ela se destaca de longe como uma obra de arte neste grande e sustentável museu ao céu aberto.

Nos segundos à frente do volante, refleti sobre o quanto elas, as pontes, como brinquedos de criança, estimulam nossa imaginação. Como portais que nos transportam a um mundo novo ou ao outro lado da realidade, elas ligam dois espaços, duas porções de terra que, antes separadas, agora se unem como dois corpos reconectados. Essa é sua função primordial: reconectar, religar, unir, colocar juntos aqueles que estavam separados, distantes. Umas são curtas, outras, longas, ligam cidades e até nações.

Na obra As Crônicas de Nárnia, crianças são levadas a um mundo assustador, embora encantado, e ali descobrem e vivem valores universais os quais, do lado de cá, são tantas vezes esquecidos como coragem, liderança servil e perdão. Assim como aquele guarda-roupa que servira como um portal para transportar os personagens a um mundo fictício, as pontes também parecem ter essa mágica que nos faz sentir "indo para algum lugar especial", como que adentrássemos uma outra dimensão. As pontes parecem fazer parte desse nosso desejo intrínseco de chegar ao destino final, sendo parte da nossa estrada pessoal, do mapa que trilhamos dia a dia almejando, ansiosos, conhecer o ponto de chegada. Todos parecem voltar a ser criança sobre elas.

Há muito tempo, numa longínqua terra entre os rios Tigre e Eufrates, uma ponte estava disponível dando livre acesso aos seus moradores ao seu Criador. A distância entre ambos, embora existencialmente imensurável, era reduzida a pequenos passos que permitiam o primeiro casal tocar o Infinito, possibilitando-lhes, diariamente ao por-do-sol, uma bela conversa. Nesse ambiente de total harmonia, os primeiros habitantes da Terra ainda não conheciam a dor da separação que viria por um descuido momentâneo que traria consequências eternais. A ponte que os ligavam ao Eterno fora danificada. Sua estrutura, agora rachada, ocultava-lhes o acesso Àquele que os havia formado. Agora as partes estavam separadas, como dois inimigos num campo de batalha.

Porém, a bondade divina se manifestou mais uma vez ao permitir que a obra do Messias prometido nos reconciliasse com Deus, destruindo a inimizade nossa com Ele (Efésios 2), nos capacitando a atravessar o abismo, outrora intransponível, e sentar, novamente, nos lugares celestiais com Ele. Cristo é a ponte sobre o abismo desesperador que cerca o homem desde aquele fatídico dia no Éden. É a nossa esperança superior, pela qual nos aproximamos do Pai (Hebreus 7). Apenas ele pode nos levar de volta à "Nárnia", lugar de onde saímos e no qual sonhamos chegar". Somente ele pode nos transportar àquele belo jardim, que um dia fora palco de queda, mas que um dia será palco da redenção final.

Enfim, pontes nos lembram uma partida. E por que partimos? Partimos porque estamos procurando. Por algo. Por alguém. E na estrada, às vezes paramos para refletir como nosso amigo Agostinho o fez em Confissões: "Onde eu estava quando procurava por ti? Tu estavas lá antes de mim, mas me afastei de mim mesmo. Eu não conseguia encontrar nem a mim, muito menos a ti. Assim, ser livre não é ir embora, ser livre é ser encontrado por ti".

Tony
faos.ead@gmail.com
Brasília - DF
Textos publicados: 79 [ver]
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