Palavra do leitor
- 03 de fevereiro de 2023
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Sobre moralismo cristão
Eis um sonho distante (muito distante) para quem vive igreja há quase 30 anos: O dia em que a igreja migrará do seu moralismo para uma comunidade mais social. Explico!
Moralismo fala da obsessão e em alguns casos da imposição cristã pelo comportamento correto (Nem sempre bíblico), que não poucas vezes, por falta de amor, equilíbrio e respeito às diferenças, desemboca em desprezo, intolerância e discriminação para com quem escolheu viver de forma diferente daquilo que entendemos ser o ensino bíblico. Além disso, nossa sede por mais moral, pode acabar gerando a redução do evangelho em mera regra de boas maneiras.
Agora me entenda, quando me refiro a um cristianismo social, falo de um tipo de fé que se sensibiliza, protesta e age contra as misérias sociais como pobreza, fome, violências, desigualdades, orfandade, refugiados, analfabetismo, intolerância religiosa, abusos, direitos suprimidos, preconceitos e etc. Isso não é levar a igreja a se tornar ONG ou conduzi-lá a uma aproximação da ideologia política de esquerda (Como hoje se confunde). Isso é a simples e a mais pura manifestação do evangelho que nos chama a viver de forma compassiva e servidora para com os oprimidos, marginalizados e menos favorecidos. Nada além do Evangelho Puro e Simples (Lucas 10.30-37; Mateus 8.3; 25.31-46; João 8.11; Tiago 1.27; 4.17; 2.17; I João 3.17; Gálatas 2.10).
Uma simples demonstração que somos mais moralistas que social, é que nos escandalizamos muito mais com um casal gay de mãos dadas, do que com crianças em situação de rua. Quando a DC apresentou um Superman Gay, as redes sociais evangélicas foram tomadas de mensagens e postes com críticas e protestos. Muito distante disso, não vemos esse mesmo ímpeto quando abusos cruéis contra indígenas, aumento da miséria ou intolerância de qualquer natureza ganha os noticiários. Definitivamente não há o mesmo nível de interesse e preocupação. E por que não há? Simplesmente por que nossa pauta, nossa prioridade não é a compaixão servidora de Cristo, mas a boa moral.
Sei o quanto é difícil falar dessas questões hoje nas redes sociais (mas continuo me arriscando), se tivesse escrito esse mesmo texto há dez anos, creio que seria bem recebido pela maioria de meus leitores, mas infelizmente hoje não. Visto que genuínas doutrinas bíblicas como as citadas acima estão sendo confundidas ou usadas com fins ideológicos.
Concluo dizendo que este artigo não é um convite ou incentivo a fecharmos os olhos a certas questões morais que de fato merecem nossa atenção e protesto, mas que não apenas ESTAS devem ser objeto da nossa preocupação e foco. Acho muito interessante o comportamento de Jesus, que diante de pecadores, ao invés de coagi-los com severas lições morais, revelava-lhes compaixão e graça!
Para uma urgente mudança de direção, a religião cristã precisa urgentemente voltar seu olhar para o seu fundador e Mestre – Jesus. Que não foi um mestre da moral, mas o Mestre da compaixão.
Weslei Pinha
Moralismo fala da obsessão e em alguns casos da imposição cristã pelo comportamento correto (Nem sempre bíblico), que não poucas vezes, por falta de amor, equilíbrio e respeito às diferenças, desemboca em desprezo, intolerância e discriminação para com quem escolheu viver de forma diferente daquilo que entendemos ser o ensino bíblico. Além disso, nossa sede por mais moral, pode acabar gerando a redução do evangelho em mera regra de boas maneiras.
Agora me entenda, quando me refiro a um cristianismo social, falo de um tipo de fé que se sensibiliza, protesta e age contra as misérias sociais como pobreza, fome, violências, desigualdades, orfandade, refugiados, analfabetismo, intolerância religiosa, abusos, direitos suprimidos, preconceitos e etc. Isso não é levar a igreja a se tornar ONG ou conduzi-lá a uma aproximação da ideologia política de esquerda (Como hoje se confunde). Isso é a simples e a mais pura manifestação do evangelho que nos chama a viver de forma compassiva e servidora para com os oprimidos, marginalizados e menos favorecidos. Nada além do Evangelho Puro e Simples (Lucas 10.30-37; Mateus 8.3; 25.31-46; João 8.11; Tiago 1.27; 4.17; 2.17; I João 3.17; Gálatas 2.10).
Uma simples demonstração que somos mais moralistas que social, é que nos escandalizamos muito mais com um casal gay de mãos dadas, do que com crianças em situação de rua. Quando a DC apresentou um Superman Gay, as redes sociais evangélicas foram tomadas de mensagens e postes com críticas e protestos. Muito distante disso, não vemos esse mesmo ímpeto quando abusos cruéis contra indígenas, aumento da miséria ou intolerância de qualquer natureza ganha os noticiários. Definitivamente não há o mesmo nível de interesse e preocupação. E por que não há? Simplesmente por que nossa pauta, nossa prioridade não é a compaixão servidora de Cristo, mas a boa moral.
Sei o quanto é difícil falar dessas questões hoje nas redes sociais (mas continuo me arriscando), se tivesse escrito esse mesmo texto há dez anos, creio que seria bem recebido pela maioria de meus leitores, mas infelizmente hoje não. Visto que genuínas doutrinas bíblicas como as citadas acima estão sendo confundidas ou usadas com fins ideológicos.
Concluo dizendo que este artigo não é um convite ou incentivo a fecharmos os olhos a certas questões morais que de fato merecem nossa atenção e protesto, mas que não apenas ESTAS devem ser objeto da nossa preocupação e foco. Acho muito interessante o comportamento de Jesus, que diante de pecadores, ao invés de coagi-los com severas lições morais, revelava-lhes compaixão e graça!
Para uma urgente mudança de direção, a religião cristã precisa urgentemente voltar seu olhar para o seu fundador e Mestre – Jesus. Que não foi um mestre da moral, mas o Mestre da compaixão.
Weslei Pinha
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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