Palavra do leitor
- 08 de novembro de 2007
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Sobre a fé e "santas" de pedra
Confesso: Pequei! Enforquem-me! Apedrejem-me! Condenem-me a trinta anos de trabalhos forçados nas minas de carvão dos Montes Urais do Oeste da Rússia! Submetam-me ao mais hediondo dos castigos impostos a um ser humano: deixem-me confinado num quarto escuro, sem saída, com caixas de som embutidas nas paredes tocando 24h por dia, sete dias por semana, pelo período de dez anos, músicas de Zezé Di Camargo e Luciano! Façam pior: colem minhas pálpebras para que meus olhos não fechem e ponham-me, amarrado e imobilizado por uma camisa de força, diante de um aparelho de TV, cuja única atração seja o programa da Luciana Gimenez, repetido e repetido e repetido! Sim, mereço estas e todas as demais punições devidas a quem comete ato tão medonho e torpe!
A essa altura você já deve ter pensado: “Meu Deus, esse cara matou alguém!” Não. Meu ato pecaminoso foi, ao chegar a casa, deixar-me levar pela minha inércia espiritual e assistir a um capítulo de novela. Cheguei mais cedo do trabalho ontem. O corpo cansado e moído por um dia nada fácil foi pretexto e palco perfeitos para que minhas fraquezas aflorassem e me dominassem. A novela em questão é a nova das seis da Globo, “Desejo Proibido”. A cena que me chamou a atenção: uma mulher casada, atormentada pelo tal desejo que a empurra para outro homem que não o seu marido, ajoelhada aos prantos diante de uma rocha que nasce do chão em formato de “santa”, pede a esta que arranque de dentro dela esse sentimento impróprio. Na verdade há que se ter muita imaginação para ver naquele pedaço de rocha uma “santa”. É apenas uma pedra meio arredondada. Mas, fazer o quê? Quando se trata de idolatria o que não falta ao povo brasileiro é imaginação...
O foco aqui, no entanto, não é propriamente o “ajoelhar-se diante de uma imagem”, definição clássica de idolatria. Mas o mau direcionamento dado à fé. O aspecto principal dessa cena, e que conseqüentemente será a mensagem principal de toda a novela, é a idéia, tão em moda nos dias de hoje, de que a fé por si só é suficiente, não importando muito a quem, ou a que, ela seja dirigida. Muito dessa concepção brota do grande vazio que todo homem carrega no peito. Vazio este que no dizer do escritor russo Dostoievski, é do tamanho de Deus. Ou seja, sendo o homem a imagem e semelhança do Criador, traz dentro de si a necessidade básica de buscá-Lo, de relacionar-se com Ele de alguma forma. É disso que se aproveita o Diabo para, usando a única ferramenta de que precisa, o pecado arraigado na carne do homem, desviá-lo de adorar a quem de direito, Jesus, e fazê-lo jogar sua fé sobre qualquer coisa.
Nada mais distante da mensagem bíblica. A fé cristã é sempre direcionada a um alvo concreto: Jesus, autor e consumador da nossa fé e para quem olhamos enquanto corremos com perseverança a carreira que nos está proposta (Hb 12.1,2). A fé fora de Jesus é ôca e vazia, totalmente inútil e ineficaz. É incapaz de nos conectar com o Senhor e preencher aquele vazio que nos inunda a alma. Como chover na terra molhada, ou tocar Beethoven para uma tribo de aborígenes surdos, assim é a fé que não contempla Jesus, desnecessária, dispensável, prescindível. Para nada mais presta senão alargar o vazio e afastar mais o homem de Deus.
Não será necessário acompanhar toda a novela para descobrir o seu desenrolar. Todas as novelas são iguais e quem viu uma, viu todas. Posso exercer toda a minha arte divinatória e vaticinar sem erro: a “santa de pedra” não atenderá ao clamor daquela senhora atormentada. Esta, por sua vez, não conseguirá reprimir tão grande fogo de paixão que arde em seu ser e acabará por entregar-se ao pecado. E, no fim da novela, morrerá ou fugirá com o homem que é, para ela, a imagem do amor verdadeiro. O seu grande erro é que ela clama a quem não ouve. Fosse ela instruída na Palavra de Deus e faria como o salmista registrou no Salmo 34.6: “Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu; salvou-o de todas as suas angústias”.
Quando toda a vida ao nosso redor falha e o firmamento desaba sobre as nossas cabeças; quando todas as setas inflamadas do Inimigo parecem cortar a carne do nosso coração e o céu escurece, o mar se revolta, o chão se abre e nos suga tal como o bueiro engole o esgoto, não adianta lançar o clamor sobre “santas de pedra” ou coisas semelhantes. A fé deve ser no Salvador. Sem Ele, fora d’Ele, longe d’Ele, todo ato de credulidade não é mais que a chama tímida e pálida de uma vela posta sobre a mesa, não resistirá a mais suave brisa da noite.
A essa altura você já deve ter pensado: “Meu Deus, esse cara matou alguém!” Não. Meu ato pecaminoso foi, ao chegar a casa, deixar-me levar pela minha inércia espiritual e assistir a um capítulo de novela. Cheguei mais cedo do trabalho ontem. O corpo cansado e moído por um dia nada fácil foi pretexto e palco perfeitos para que minhas fraquezas aflorassem e me dominassem. A novela em questão é a nova das seis da Globo, “Desejo Proibido”. A cena que me chamou a atenção: uma mulher casada, atormentada pelo tal desejo que a empurra para outro homem que não o seu marido, ajoelhada aos prantos diante de uma rocha que nasce do chão em formato de “santa”, pede a esta que arranque de dentro dela esse sentimento impróprio. Na verdade há que se ter muita imaginação para ver naquele pedaço de rocha uma “santa”. É apenas uma pedra meio arredondada. Mas, fazer o quê? Quando se trata de idolatria o que não falta ao povo brasileiro é imaginação...
O foco aqui, no entanto, não é propriamente o “ajoelhar-se diante de uma imagem”, definição clássica de idolatria. Mas o mau direcionamento dado à fé. O aspecto principal dessa cena, e que conseqüentemente será a mensagem principal de toda a novela, é a idéia, tão em moda nos dias de hoje, de que a fé por si só é suficiente, não importando muito a quem, ou a que, ela seja dirigida. Muito dessa concepção brota do grande vazio que todo homem carrega no peito. Vazio este que no dizer do escritor russo Dostoievski, é do tamanho de Deus. Ou seja, sendo o homem a imagem e semelhança do Criador, traz dentro de si a necessidade básica de buscá-Lo, de relacionar-se com Ele de alguma forma. É disso que se aproveita o Diabo para, usando a única ferramenta de que precisa, o pecado arraigado na carne do homem, desviá-lo de adorar a quem de direito, Jesus, e fazê-lo jogar sua fé sobre qualquer coisa.
Nada mais distante da mensagem bíblica. A fé cristã é sempre direcionada a um alvo concreto: Jesus, autor e consumador da nossa fé e para quem olhamos enquanto corremos com perseverança a carreira que nos está proposta (Hb 12.1,2). A fé fora de Jesus é ôca e vazia, totalmente inútil e ineficaz. É incapaz de nos conectar com o Senhor e preencher aquele vazio que nos inunda a alma. Como chover na terra molhada, ou tocar Beethoven para uma tribo de aborígenes surdos, assim é a fé que não contempla Jesus, desnecessária, dispensável, prescindível. Para nada mais presta senão alargar o vazio e afastar mais o homem de Deus.
Não será necessário acompanhar toda a novela para descobrir o seu desenrolar. Todas as novelas são iguais e quem viu uma, viu todas. Posso exercer toda a minha arte divinatória e vaticinar sem erro: a “santa de pedra” não atenderá ao clamor daquela senhora atormentada. Esta, por sua vez, não conseguirá reprimir tão grande fogo de paixão que arde em seu ser e acabará por entregar-se ao pecado. E, no fim da novela, morrerá ou fugirá com o homem que é, para ela, a imagem do amor verdadeiro. O seu grande erro é que ela clama a quem não ouve. Fosse ela instruída na Palavra de Deus e faria como o salmista registrou no Salmo 34.6: “Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu; salvou-o de todas as suas angústias”.
Quando toda a vida ao nosso redor falha e o firmamento desaba sobre as nossas cabeças; quando todas as setas inflamadas do Inimigo parecem cortar a carne do nosso coração e o céu escurece, o mar se revolta, o chão se abre e nos suga tal como o bueiro engole o esgoto, não adianta lançar o clamor sobre “santas de pedra” ou coisas semelhantes. A fé deve ser no Salvador. Sem Ele, fora d’Ele, longe d’Ele, todo ato de credulidade não é mais que a chama tímida e pálida de uma vela posta sobre a mesa, não resistirá a mais suave brisa da noite.
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