Palavra do leitor
- 06 de dezembro de 2007
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Síndrome da perfeição
Você quer ser perfeito? Comece deixando a presunção!
Perfeito, pronto, acabado... Última estação do trem da vida. Quem não gostaria de chegar lá melhor do que entrou? Com a certeza de que cumpriu o seu propósito de vida, de sua existência? Galgar o último degrau rumo à eternidade com a convicção plena de que não está deixando nenhuma pendência moral, espiritual ou física! Mera utopia...
E para manterem vivos esses sonhos ingênuos de perfeição alguns inventam coisas. O mais comum, fora do cristianismo, é a reencarnação. O indivíduo vai se purificando através de inúmeras chances que teria de vir a esse mundo para errar menos, sofrer mais e acertar mais. Até que um dia chegaria aos tão sonhados 100%. Qualidade total. Erro zero.
No cristianismo temos também nossas invenções, onde as mais comuns são: a quebra de maldições e as ordenanças ou dogmas (conf. Cl 2.23). Na primeira você tira de suas costas toda a responsabilidade moral, na segunda você se sobrecarrega com toda ela. Por isso a citação de Lucas Pedro é extremamente pertinente, “Jesus não veio transformar pessoas más em pessoas boas”.
Jesus, Ele sabe das coisas! O que ele tem pra nos dizer sobre o assunto?
Cristo lança primeiramente seu desafio aos discípulos: “Sede vós, pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.48). Ter como alvo a perfeição não é, a princípio, nenhuma arrogância, afinal não passaria de uma atitude humilde de obediência ao Mestre. Mas o que Ele quer dizer com perfeito? O conceito de perfeição é tratado pelo menos cinco vezes por Jesus de forma explicita.
Abro aqui um parêntese: Eu, Rogério, venho recebendo críticas como sendo um relaxado ou inconseqüente. Então explico aqui em que me oriento nessa busca relaxada e inconseqüente rumo à perfeição. Seria inteligente que eu recorresse agora aos comentários dentre outros de John Stott e Bonhoeffer, porém quero ser o mais autêntico possível para satisfazer meus críticos. Fiquemos então desta vez, somente com o que a própria Bíblia diz.
No contexto mais imediato de Mateus cinco Jesus dá um puxãozinho de orelha nos publicanos, seus amigos (Mt 9.10): eles só amam quem os ama e isso não é nada de mais (se bem que muitos crentes já fariam muito se agissem pelo menos assim). Ser perfeito é então amar não somente quem nos ama. No contexto mais amplo da passagem vemos que o Senhor está tratando da lei e da interpretação vigente naqueles dias. Perfeito então é aquele que cumpre toda a lei, coisa que só Jesus conseguiu fazer. Não é mesmo?
E ele mostra também que por trás da letra da lei existe o espírito. Este sim é capaz de auxiliar a alma humana que pena sob a escravidão do pecado. Perfeito então é aquele que consegue, primeiramente, em seu interior no coração avançar nas virtudes propostas pela lei. As evidências exteriores viriam como conseqüências automáticas. Para Jesus a perfeição só se dá nesta direção: de dentro pra fora.
Será que Jesus não se importava com atos práticos e externos de perfeição? Vejamos o que então ele exige de prático. Porém já advirto: não é nada cômodo.
“Se queres ser perfeito...” (Mt 19.21). Aqui temos novamente a idéia de que só o cumprimento da lei passa longe dos padrões divinos de perfeição. Ali o Senhor desafia não somente aquele jovem rico, mas todos, que querem ser perfeitos. Quem quer ser perfeito? “Vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me”. Esqueça as outras picuinhas! O que você, em seu atual estado de vida fará nessa direção? Note que aqui aos pobres significa aos pobres. Não é a Deus, ou a uma igreja ou a uma instituição de caridade que Jesus nos ensina dar todas nossas posses: dá-o aos pobres. Concentre-se nisso!
Em Lucas 6.40 Jesus apresenta-se como modelo de perfeição a ser seguido. Assim como o pai é o modelo de perfeição amorosa em Mateus cinco. Ou seja, o que ele pediu ao jovem rico - abnegação de posses – e aos discípulos – amar qualquer um – Ele mesmo já estava praticando até as últimas conseqüências.
O tema perfeição e riquezas aparecem novamente em extremos opostos em Lucas 8.14: “são sufocados com os cuidados e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição”. Dispensa outros comentários...
Você ainda quer ser perfeito? Vamos lá então!
Finalmente em João 17.23 o Senhor fala da perfeição em unidade. Temos unidade com os cristãos ao nosso redor? Nem digo em nossa própria igreja - coisa que já é bem difícil. Mas pergunto se nossa comunidade de fé tem unidade com outras comunidades cristãs a sua volta? Não responda rapidamente. Lembre-se, Jesus deu novamente como padrão a unidade que Ele comunga com o Pai!
Muitos acham que têm unidade na igreja, pois apóiam o “seu” líder e odeiam o padre ou o pastor “concorrente”. Chamam Jesus de Senhor, mas não lhe obedecem. Acham que fazem caridade, pois catam coisas velhas e usadas para doar para um alguém no Natal...
Você ama de fato? Você é discípulo de Cristo? Você quer ser perfeito? Comece atacando suas presunções!
WWW.fraternus.de
Perfeito, pronto, acabado... Última estação do trem da vida. Quem não gostaria de chegar lá melhor do que entrou? Com a certeza de que cumpriu o seu propósito de vida, de sua existência? Galgar o último degrau rumo à eternidade com a convicção plena de que não está deixando nenhuma pendência moral, espiritual ou física! Mera utopia...
E para manterem vivos esses sonhos ingênuos de perfeição alguns inventam coisas. O mais comum, fora do cristianismo, é a reencarnação. O indivíduo vai se purificando através de inúmeras chances que teria de vir a esse mundo para errar menos, sofrer mais e acertar mais. Até que um dia chegaria aos tão sonhados 100%. Qualidade total. Erro zero.
No cristianismo temos também nossas invenções, onde as mais comuns são: a quebra de maldições e as ordenanças ou dogmas (conf. Cl 2.23). Na primeira você tira de suas costas toda a responsabilidade moral, na segunda você se sobrecarrega com toda ela. Por isso a citação de Lucas Pedro é extremamente pertinente, “Jesus não veio transformar pessoas más em pessoas boas”.
Jesus, Ele sabe das coisas! O que ele tem pra nos dizer sobre o assunto?
Cristo lança primeiramente seu desafio aos discípulos: “Sede vós, pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.48). Ter como alvo a perfeição não é, a princípio, nenhuma arrogância, afinal não passaria de uma atitude humilde de obediência ao Mestre. Mas o que Ele quer dizer com perfeito? O conceito de perfeição é tratado pelo menos cinco vezes por Jesus de forma explicita.
Abro aqui um parêntese: Eu, Rogério, venho recebendo críticas como sendo um relaxado ou inconseqüente. Então explico aqui em que me oriento nessa busca relaxada e inconseqüente rumo à perfeição. Seria inteligente que eu recorresse agora aos comentários dentre outros de John Stott e Bonhoeffer, porém quero ser o mais autêntico possível para satisfazer meus críticos. Fiquemos então desta vez, somente com o que a própria Bíblia diz.
No contexto mais imediato de Mateus cinco Jesus dá um puxãozinho de orelha nos publicanos, seus amigos (Mt 9.10): eles só amam quem os ama e isso não é nada de mais (se bem que muitos crentes já fariam muito se agissem pelo menos assim). Ser perfeito é então amar não somente quem nos ama. No contexto mais amplo da passagem vemos que o Senhor está tratando da lei e da interpretação vigente naqueles dias. Perfeito então é aquele que cumpre toda a lei, coisa que só Jesus conseguiu fazer. Não é mesmo?
E ele mostra também que por trás da letra da lei existe o espírito. Este sim é capaz de auxiliar a alma humana que pena sob a escravidão do pecado. Perfeito então é aquele que consegue, primeiramente, em seu interior no coração avançar nas virtudes propostas pela lei. As evidências exteriores viriam como conseqüências automáticas. Para Jesus a perfeição só se dá nesta direção: de dentro pra fora.
Será que Jesus não se importava com atos práticos e externos de perfeição? Vejamos o que então ele exige de prático. Porém já advirto: não é nada cômodo.
“Se queres ser perfeito...” (Mt 19.21). Aqui temos novamente a idéia de que só o cumprimento da lei passa longe dos padrões divinos de perfeição. Ali o Senhor desafia não somente aquele jovem rico, mas todos, que querem ser perfeitos. Quem quer ser perfeito? “Vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me”. Esqueça as outras picuinhas! O que você, em seu atual estado de vida fará nessa direção? Note que aqui aos pobres significa aos pobres. Não é a Deus, ou a uma igreja ou a uma instituição de caridade que Jesus nos ensina dar todas nossas posses: dá-o aos pobres. Concentre-se nisso!
Em Lucas 6.40 Jesus apresenta-se como modelo de perfeição a ser seguido. Assim como o pai é o modelo de perfeição amorosa em Mateus cinco. Ou seja, o que ele pediu ao jovem rico - abnegação de posses – e aos discípulos – amar qualquer um – Ele mesmo já estava praticando até as últimas conseqüências.
O tema perfeição e riquezas aparecem novamente em extremos opostos em Lucas 8.14: “são sufocados com os cuidados e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição”. Dispensa outros comentários...
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Finalmente em João 17.23 o Senhor fala da perfeição em unidade. Temos unidade com os cristãos ao nosso redor? Nem digo em nossa própria igreja - coisa que já é bem difícil. Mas pergunto se nossa comunidade de fé tem unidade com outras comunidades cristãs a sua volta? Não responda rapidamente. Lembre-se, Jesus deu novamente como padrão a unidade que Ele comunga com o Pai!
Muitos acham que têm unidade na igreja, pois apóiam o “seu” líder e odeiam o padre ou o pastor “concorrente”. Chamam Jesus de Senhor, mas não lhe obedecem. Acham que fazem caridade, pois catam coisas velhas e usadas para doar para um alguém no Natal...
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