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Palavra do leitor

Será que existe alteração nos textos bíblicos?

INTRODUÇÃO

Um assunto que permeia a mente de muitos cristãos, estudante e pesquisadores. As alterações nos textos bíblicos tem sido tema de debates ao longo dos tempos. No entanto, não foi sempre assim, durante muitos anos, a igreja católica considerada como a primeira igreja cristã, imperou como a única detentora e guardiã dos escritos sagrados e não admitia contestações, punindo severamente os que tentavam se sobressair nesse assunto. Embora, já desde os primórdios dos registros bíblicos, sempre houve, alterações através dos copistas nos escritos por diversos motivos. Nesse pequeno artigo, será comentado um pouco a respeito desse assunto de maneira sucinta, tentando abranger o início das variações nos escritos bíblicos.

A MUDANÇA ATRAVÉS DOS TEMPOS

O homem moderno está vivendo hoje, em um mundo de constante transformação social, mental e espiritual. Durante muitos anos a igreja, utilizando-se da bíblia como verdade absoluta, reinou e dominou com seus ensinos e dogmas, sem ser questionada por quem quer que seja. No entanto, os tempos mudaram, as pessoas evoluíram, as pesquisas avançaram e a igreja que antes era uma instituição inquestionável, passou a ser ameaçada até mesmo pelos seus próprios membros, tendo como maior exemplo desse tipo de questionamento, o movimento da reforma protestante que apesar de ter um fundo político, terminou com uma publicação de 95 teses por Martinho Lutero por volta do século XVI.
Hoje em dia, com o avanço da crítica textual, o alvo não é mais somente a igreja, mas a própria bíblia. Onde, além de se tentar determinar os textos originais, também supõe ver como o texto veio a ser modificado ao longo dos tempos, tanto por meio de enganos dos copistas, como por meio de modificações deliberadamente introduzidas por eles, muitas vezes até mesmo motivadas por disputas teológicas que eram muito comuns na época deles.

UM POUCO DE HISTÓRIA

Para se tenta entender de onde surgem essas possibilidades de alteração nos textos da bíblia, é preciso entender de onde surge esse tipo de religião que tenta registrar tudo em livros, conhecida por religião do livro. Segundo os historiadores, isso começou como uma característica peculiar do cristianismo greco-romano, prefigurado pelo judaísmo, a primeira “religião do livro” da civilização ocidental.
Tendo em vista a característica politeísta das religiões da época, onde não se exigiam conjuntos particulares de “retas doutrinas”, os livros não desempenhavam função de destaque em seu seio. Só o judaísmo insistia em leis, costumes e tradições ancestrais, e defendia que eles fossem registrados em livros sagrados, que gozavam, portanto, do status de escritura para o povo judeu.
No entanto, apesar do cristianismo primitivo ser considerado uma religião do livro, isso não significa que qualquer um poderia escreve ou ler um livro. Ao contrário, a grande maioria deles, assim como a maior parte da população do império, incluindo os judeus, era analfabeta. Estudos sobre o letramento demonstram que aquilo que hoje conhecemos por letramento universal, é um fenômeno moderno que só surgiu com o advento da Revolução Industrial.
Ou seja, foi apenas quando as nações observaram que poderiam se beneficiar da habilidade de leitura para os negócios, que passaram a investir tempo e dinheiro para assegurar que todos recebessem alfabetização básica. Como conseqüência dessa atitude tardia, até o período moderno, quase todas as sociedades apresentavam apenas uma pequena parcela da população capaz de ler e escrever

A VULNERABILIDADE NA TRANSMISSÃO DOS TEXTOS BÍBLICOS

No mundo antigo, a única maneira de copiar um livro era fazê-lo a mão, letra a letra, uma palavra por vez. Era um processo demorado, detalhista, e não havia alternativa. Diferente dos livros atuais em que é possível fazer milhares de cópias sem o texto sofrer qualquer tipo de variação, no mundo antigo não era assim. Em vista que o livro tinha que ser copiados a mão e um por vez, era impossível produzir livros em massa. Os poucos livros eram produzidos em cópias múltiplas, que diferiam entre si, porque os copistas inevitavelmente faziam alterações neles.
Segundo Ehrman (2015), a vulnerabilidade dos textos bíblicos estava exatamente aí, na forma de se copiar um manuscrito original. Dado que os livros não eram produzidos em massa e que não havia editoras ou livrarias, as coisas eram bem distintas. Geralmente, um autor escrevia um livro e, possivelmente, teria um grupo de amigos para lê-lo ou ouvi-lo lido em voz alta, para sofrer as primeiras críticas e conseqüentemente sofrer as primeiras alterações. Depois de concluído o autor mandava fazer algumas cópias e distribuía a uns poucos amigos.

CONCLUSÃO

O problema, é que se esses amigos quisessem presentear outros amigos ou membros da família com uma cópia desse mesmo livro, mandaria por conta própria reproduzir por meio de um copista profissional ou até mesmo por escravo letrado que poderia...(Darei continuidade no próximo artigo)
Manaus - AM
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