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Palavra do leitor

Será mesmo que há males que vêm para o bem?

Há um ditado popular, todos conhecemos, que diz exatamente que "há males que vêm para o bem" (sic); fico me perguntando "será mesmo?", e aí as pessoas aceitam passivamente, não lutam contra o mal, não tentam sequer se desvencilhar dele.

Prefiro refletir a Palavra de Deus, que, na pena do Apóstolo Paulo, diz para os cristãos de Roma: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8.28).

Creio, e reflito, que neste texto paulino há um contexto de que o Espírito Santo de Deus intercede por nós junto ao Pai, ou seja, embora estejamos sendo "vítimas" de algo mal [e do mau], não estamos desamparados.

Não sabemos "orar como convém" e, por isso, temos da parte de Deus quem o faça em nosso lugar; o próprio Deus, com o Seu Espírito, está atento quanto aos nossos dissabores e não nos deixa, não nos abandona, não nos desampara.

"Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis" (Romanos 8. 26).

É preciso, ouso dizer, "apenas" que estejamos em comunhão plena e constante com Deus e, no caso de aflições, de sofrimentos, de dificuldades, voltemos nossos pensamentos para Ele como que implorando ajuda, socorro e bem diz o salmista:

"Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. Tirou-me de um poço de perdição, dum tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos" (Salmo 40. 1-2).

Temos que esperar confiantemente, com esperança, muito mais que esperança, esperar com fé de que Deus é Fiel e não desampara os seus filhos na hora da provação; o Senhor Jesus afirmou:

"Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo" (João 16. 33).

É preciso também saber que em tudo Deus tem um propósito para as nossas vidas, nada acontece aos seus filhos sem que Ele esteja atento, reitero, e o mais importante em tudo isso é que Ele tem um bom propósito para nós.

O mundo vive hoje uma terrível "pandemia", Covid-19, muitos sofrem, vários vão a óbito, mas o número de pessoas curadas é enorme e poucos se apercebem disso.

Reclamamos, murmuramos por causa da doença, em virtude dos óbitos, mas não somos gratos a Deus pelos que, inclusive nós mesmos, fomos poupados, e pelos que foram sarados; poucos se lembram disso.

No final de cada ano, todos fazem planos para o novo ano, todos têm suas metas, seus objetivos; da minha parte, fiz um voto de me aproximar mais de Deus, viver em maior comunhão com Ele; por incrível que pareça, estou tendo mais oportunidades para tal, eis que a igreja, sejam quais forem as denominações, está promovendo, diariamente, "lives de oração", "salas de oração", cultos "on line"; está havendo a oportunidade de participarmos de uma live e, logo em seguida, sintonizarmos outras.

Os cristãos, igreja, em que pese distantes geograficamente, estão se aproximando mais uns dos outros, embora virtualmente; há um clima bem-aventurado de união nessas lives: união de propósitos, união de uma aproximação maior com Deus além da aproximação com os irmãos:

"Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos" (Salmo 133. 1); são os males contribuindo para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

Embora a salvação seja pela graça, mediante a fé no Senhor Jesus, não por obras para que ninguém se glorie (Efésios 2. 8-9), "a fé sem obras, por si só, é morta" (Tiago 2. 17) e até nisso está havendo união; cada noite/madrugada denominações evangélicas vão se alternando na entrega de alimentos [marmitas quentinhas] para as pessoas em situação de rua, seres humanos residentes debaixo dos viadutos; é verdade que já faziam antes, mas a destacar é que continuam apesar do risco de serem infectados por um deles mesmos ou por um dos assistidos.

Então, outro ponto forte, e que vai ficar, é a solidariedade, o amor cristão, o exercício dos dons de "misericórdia" e de "socorro", como eu já disse em um dos textos anteriores.

Claro está, também, que somos todos iguais:

- cultos, incultos, iletrados;
- brancos, negros, amarelos;
- ricos, pobres, pedintes;

pois Deus não faz acepção de pessoas: "...porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos" (Mateus 5.45).

Pense nisto!
São Paulo - SP
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