Ser é o Bastante

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Ler é sempre um prazer indescritível, principalmente quando o autor consegue nos tocar com o poder de suas palavras e reflexões. Assim é o livro do pastor Carlos Queiroz, cujo título acima resume muito bem a mensagem da obra e gostaria de, através deste texto, recomendar a leitura do mesmo. Li-o quase de uma “tacada” só durante uma viagem de fim de semana à minha terra natal, a bela e ensolarada Fortaleza. Aliás, a mesma origem desse pequeno, porém, grande homem de Deus. Não imaginava eu que, ao entrar naquele avião, faria também uma outra viagem, uma viagem ao meu interior proposta pelos capítulos que me seriam apresentados logo em seguida...

O pastor Carlinhos é daquelas pessoas que nos fala diretamente ao coração não somente pelas palavras verbalizadas, mas também pelo seu sorriso, gestos, pela simplicidade típica de um nordestino e, claro, pela capacidade e habilidade literárias com as quais o Senhor lhe abençoou. E esse livro (confesso que é o primeiro que li de sua obra), toca-nos de maneira especial, nos leva a refletir sobre algumas questões elucidadas por Jesus durante seu famoso Sermão do Monte relatado somente no evangelho sinótico de Mateus.

O autor nos leva a repensar nossas atitudes, nossos preconceitos, nossas prioridades. Propõe-nos uma ida ao “monte”, lugar onde muitas vezes Deus falou com seus servos e profetas, e fala-nos ainda hoje, e nos leva também a um mergulho às nossas entranhas onde estão guardadas nossas “digitais”, nosso “DNA”, para chegarmos à conclusão do que é dito nas Escrituras: somos infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus (Ap 3:17) – quando não estamos sob a guarida do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29). O próprio pastor Carlos confessa na apresentação do livro: “...lendo o sermão do monte, dei-me conta dos meus próprios montes e vales. Às vezes, entre um monte e outro, um vale árido, outras vezes fértil”.

Numa linguagem simples e ao mesmo tempo profunda, esse querido irmão de sangue alencarino não fica atrás de outros grandes escritores cristãos do quilate, por exemplo, de John Sttot. De maneira exortativa, porém, amorosa, clara e objetiva, ele nos apresenta um Jesus cheio de amor, compaixão e misericórdia, cujos ensinamentos nos convocam e nos permitem adentrar num estado de felicidade e comunhão com Deus e com o próximo. Um Jesus divino que pode perdoar pecados e um Jesus humano que entende de gente e que, com o poder de suas palavras, alcança o mais íntimo de nossas almas e nos apresenta a Verdade que liberta.

Numa sociedade marcada pela busca desenfreada do Ter e do Poder, onde não poucas vezes nos escondemos por trás de capas, títulos e até mesmo de uma religiosidade fria e superficial, agindo como os escribas e fariseus, esse livro nos convida a andar e viver na contramão de um mundo cuja “disposição mental reprovável” (Rm 1:28) nos faz valorizar a Lei em detrimento do ser humano, de preferência se esta for para julgar o próximo e nos absolver; cujos pensamentos nada mais são do que um antievangelho que só afasta o homem do Deus Eterno e Amoroso.

É isso. Espero com esse simples resumo incentivar você a desfrutar da leitura deste livro e assim, conhecer um pouco mais sobre Jesus e sobre nós mesmos e analisarmos se nossos caminhos estão convergindo com os do Mestre. Se nossos valores estão em consonância com os da Palavra de Deus. Afinal, Ser é o Bastante.

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Opinião do leitor