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Palavra do leitor

Ser como criança

Ó Senhor Deus, eu já não sou orgulhoso; deixei de olhar os outros com arrogância. Não vou atrás das coisas grandes e extraordinárias, que estão fora do meu alcance. Assim, como a criança desmamada fica quieta nos braços da mãe, assim eu estou satisfeito e tranquilo, e o meu coração está calmo dentro de mim. (Salmo 131:1-2)

Essa canção, como a maioria dos Salmos, foi escrita por Davi – o homem que foi o maior rei de Israel. É Davi que vem à mente quando você pensa em alguém “não envolvido em grandes assuntos” (conflitos de um reino, por exemplo)? Ou despreocupado com “coisas muito difíceis” (matar um gigante)? Não, para muitos, isso não tem a ver com Davi. Será?

Vamos dar uma rápida olhada em três coisas que se destacam nesse Salmo:

1) Atitude. O “coração” de Davi – a sua mente ou o seu espírito não era orgulhoso pelas obras que fizera. Considerando de onde viera e quem se tornara, ele procurou manter-se humilde de coração. Entretanto, ele não se depreciava, mas apenas tomava uma atitude de humildade.

2) Apetite. Os “olhos” de Davi – ou os seus sentidos não eram arrogantes. Ele não buscava satisfazer a si mesmo. Ele não tinha a aparência de arrogância. Ele sabia quem ele era, e que suas necessidades não eram atendidas para si mesmo. Ele não ficava inquieto para se alimentar como uma criança. Ele não “birrava” para possuir as coisas como alguns infanto-juvenis, mas controlava seus instintos, sejam eles pecaminosos ou não.

3) Aptidão. David colocava sobre “si” mesmo a responsabilidade de manter um estado de paz e tranquilidade. Não era nas circunstâncias, nem nas conquistas e nem mesmo em Deus que ele atribuía esse encargo. “Pelo contrário, eu fiz calar e sossegar a minha alma”, dizia ele.

Essas três iniciativas, tomadas em conjunto, mostram o que é realmente ter confiança. Isso nos ajuda a entender que confiar em Deus traz paz e tranquilidade. Jesus disse que devemos nos tornar como criança para entrar no Reino do Céu. Realmente, a verdadeira confiança é muito bem exemplificada na vida dos pequeninos.

A “conversa” de Davi não era uma conversa de orgulhoso; a sua maneira de “caminhar” não era arrogante e solitária, mas dependente de alguém, de um ser maior e bem mais forte. Isso não significava que Deus não lhe pudesse confiar algo importante, mas apenas que Davi era um homem livre de ambição desmedida, sendo então apto para possuir algo elevado ou se envolver em grandes assuntos.

Para não compor uma canção usando o seu próprio nome – o que poderia parecer arrogante – ele utilizou o exemplo de uma criança, porque uma “criança desmamada” sabe instintivamente demonstrar confiança e onde encontrar segurança. Então, por extensão e por meio do grande exemplo de Davi, “o homem segundo o coração de Deus”, temos o “caminho das pedras” para encontrar a paz e a tranquilidade.

Envolva hoje a si mesmo em uma questão simples e humilde – tal como uma conversa ou uma caminhada – e veja se você pode compor uma canção a respeito da sua alma, assim como fez Davi.
Brasília - DF
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