Seleção brasileira: o ópio do povo

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Karl Marx, no século XIX, afirmou ser a religião o ópio do povo. Não proponho, aqui, discutir a filosofia marxista. Cito Marx a título de introdução que serve de paralelo com a minha filosofia, a idéia que defendo nesse texto.

Pois bem, amigos leitores, acredito que o futebol é o ópio da grande massa do povo brasileiro. Sou brasileiro de paixão, meu coração é verde e amarelo e torço com toda a vibração quando a nossa seleção está em campo. No entanto, as nossas vitórias no campo não resolvem as nossas derrotas na área social, as nossas taças e medalhas douradas não ofuscam a miséria, a criminalidade, a violência, a corrupção e outros males que vemos nesse país. Não sei se você concordará comigo, mas acredito que a nossa seleção funciona para muita gente como a caipirinha capaz de levar quem dela se esbalda a fugir por um pouco da dura realidade.

Lá no estádio, em copa do mundo, com o Brasil jogando e ganhando, a torcida verde e amarela grita em coro: “eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”. São noventa minutos em regra embriagantes nos quais os torcedores se sentem muito felizes por ser brasileiros e esquecem dos problemas. A Copa do Mundo se torna a nossa grande esperança porque nela temos a oportunidade de ser, através do talento no futebol, superiores aos países do 1° mundo até. Mas diante das notícias e de muitas mazelas que somos obrigados a ver acontecendo nesse país, fica difícil gritar “sou brasileiro com muito orgulho”. É por isso que vencer a Copa do Mundo é mais que um interesse esportivo, mas também político e social. A alegria nacional, o explodir do sentimento patriótico que arrebata ricos e pobres, crianças e velhos, as ruas enfeitadas, toda esse comoção alivia a dor dos desfavorecidos e faz o povão se sentir em um país maravilhoso. No entanto, a seleção está passando por uma séria crise. E se a gente não ganha a próxima copa?

Meu sonho é que alcancemos mais estrelas não só na nossa camisa, mas na saúde, na educação, no desenvolvimento social e econômico etc. Meu sonho é que meu país não seja reconhecido nacional e internacionalmente apenas como o país do futebol, do carnaval e da mulher bonita, todavia como o país da ordem e do progresso, lema da nossa bandeira erguida, vestida e beijada pelos brasileiros durante os jogos. 

Que os jogadores façam o seu papel no campo e que os governantes bem como todos os cidadãos brasileiros cumpram o seu papel na sociedade para que tenhamos um país campeão.

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Opinião do leitor