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Palavra do leitor

Seja discípulo de quem veio trazer a espada, e não a pz!

Textos 10. 34 a 42 e João 01. 01 a 03

A pós modernidade tem reduzido tudo e todos a dimensão das sensações, das impressões subjetivas, de tudo visto e interpretado a partir de pontos marcados pelo relativismo. O que é certo, aqui, não, necessariamente, deve ser lá e toda e qualquer oposição, expressamente, passa a ser concebido como opressivo, como atrasado e como indiferente. Indo a fé descrita nas escrituras sagradas, tudo se move e movimenta pela palavra e isto remete a uma realidade de virtudes e de ser preservado de toda a promiscuidade de ideias, de valores, de padrões e de princípios equidistantes do chamado para compreendermos uns aos outros, segundo o ato da Cruz do Ressurrecto, o ato da reconciliação e da restauração.

Sem sombra de dúvida, há uma vivacidade presente na palavra e como aqueles dotados de habilidades com as mesmas, são fascinados e são temidos, são buscados e são rejeitados. Agora, o Verbo se fez Carne, Iahwev Deus formou, elaborou e moldou tudo e a todos e conferiu ao ser humano "Adão’’ a incumbência de identificar e distinguir, a constatação de que o domínio e o privilégio do ser humano se inicia com a palavra, com a verdade fundamental de proporcionar um aprendizado libertador e direcionado ao conhecimento. Eis o encontro do termo advindo do hebraico memra e do grego logos, a qual numa espécie de copula e no texto de João 01.01 a 03 somos contemplados com a constituição taxativa de ambos: "No princípio era Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, ele estava com Deus’’. Tanto memra quanto logos se fundem, se cooptam, se consolidam como qualidades do Deus Ser Humano Jesus Cristo, como algo subjacente, como algo que precede ao próprio cosmo, ao próprio universo, ao próprio ser humano, porque nada poderia ser realizado, sem as qualidades de memra e do logos promanados do Deus pessoal e singular. Destarte, o que precede a tudo e a todos, através da palavra que passa a se manifestar como princípio da inteligibilidade, da criatividade, da imaginação, da inovação e da preservação. Na presença da palavra, por meio de Jesus, o Cristo, a sabedoria, o conhecimento e o lúdico adentram nos enredos da história dos homens, da minha e da sua história. Negar seria uma tolice, o Deus da tradição judaico–cristã, desceu as ladeiras, veio como o Verbo que se fez carne, que se fez gente, que se fez lágrimas, que se fez sorriso, que se fez misericórdia, que se fez Kairos, que se fez a abertura para um novo tempo, para uma nova realidade. Vou adiante, como dito acima, vivenciamos a época das sensações e das impressões subjetivas e não da palavra a qual nos direciona ao conhecimento, a liberdade e a verdade que a tudo e todos precede. Em outras palavras, sem a palavra desvelada, não há de se falar de palavras de salvação, porque esse saber da realidade, da verdade superior vem até nós, mediante a palavra e não mediante uma enxurrada de profecias, de revelações e de promessas desvinculadas dessa palavra. Decerto, a palavra não segundo uma leitura vaga e vazia, de pessoas altivas que reduzem os púlpitos a discussões teológicas e a ilações sem qualquer serventia. Diametralmente oposto, essa palavra plena do poder do Kairos para todos, porque nos liberta de toda uma espiritualidade de aparências, tira-nos das cavernas das crendices e das liturgias mórbidas e resgata nossa identidade com o eterno, com o Aquele que Tudo Precede. A palavra exerce um efeito suprapessoal, com a capacidade de unificar realidades, mesmo diante de variadas idiossincrasias, estribados ou alinhados a um ponto em comum, como raiz, como coração–útero, como eixo dessa afirmação. A palavra serve como um amparo de estabilidade e consistência para não cair no passageiro, no transitório, para ir a direção de verdades duradouras e como isso se confronta com uma realidade presa, refém, agrilhoada aos estímulos de um vir-a-ser, da utilidade e nada mais. Sempre se torna de bom alvitre ressaltar, a palavra se estabelece como um arcabouço ou uma estrutura de formas e conteúdos voltados a nos levar a assumir tendências e assumir direções. A tendência e a direção, por referência paradigmática, de sermos portadores das bem-aventuranças, de uma fé com a percepção do eterno, em nós, da vida eterna, de um novo tempo, a começar, a partir dessa dimensão, mesmo que seja em lampejos, em réstias ou fagulhas, em fragmentos ou pedaços e com a capacidade de fazer com que a Graça superabunde. De observar, as colocações de Jesus de que não veio trazer a paz, mas a guerra, a espada. Presumidamente, suas palavras alinhadas a mobilizar valore e padrões que desaguam na caridade, na justiça, na misericórdia, na liberdade e na esperança que nos faz ir adiante, como elementos eficazes e eficientes para nos preservar da maldade,com a consideração de que olhar para o eterno, ajuda-nos a não estarmos cabisbaixos e adaptados ao descartar desse mundo.
São Paulo - SP
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