Palavra do leitor
- 30 de junho de 2009
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Se for assim, eu simpatizo com o capeta
Por volta de 1997, houve grande alvoroço na cidade de Uberlândia por causa de um projeto da Câmara Municipal que tentava aprovar um Plano Diretor para a cidade. A idéia era criar uma série de regulamentações que normatizassem construções, comércios e também IGREJAS.
Na época, as igrejas se uniram para fazer pressão nos vereadores, forçando o abandono das medidas que definiam regras para a liberação do alvará de funcionamento para templos evangélicos. Disseram nos cultos que era o "fim dos tempos". Que era Satanás que se levantava contra a igreja e outras bobagens igualmente sem tamanho.
Passados 10 anos, começo a refletir sobre o que a prefeitura tentou fazer. A regulamentação basicamente era sobre a obrigatoriedade de haver estacionamento em templos com certa capacidade e sobre isolamento acústico adequado.
A única coisa que passa pela minha cabeça é que, se estas coisas são realmente do diabo, então eu até simpatizo com o chifrudo. Ou será que sou apenas eu que sofro para estacionar na frente da igreja? Será que só eu estou realmente preocupado com o incômodo causado aos vizinhos? Hipocrisia é fingirmos que está tudo bem e que toda reclamação é proveniente do inferno. Será que nós não estamos trazendo o inferno para o local onde estamos?
Lendo alguns trechos da Carta a Diogneto, me surpreendi com a visão do autor no que se refere às características de um cristão nos primeiros séculos.
“Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes. Nem, em parte alguma, habitam cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma vida de natureza singular.” (Carta a Diogneto – aproximadamente 120 dC)
Dá vontade de chorar. Sinto vergonha de ser parte de um corpo que é o oposto do observado nesta carta citada acima. Hoje fazemos questão de nos distinguirmos dos demais por todos estes aspectos. Queremos ser aqueles que possuirão as terras (quanto mais, mais abençoados somos), criamos nossa própria língua evangélica e costumes para nos diferenciarmos das demais pessoas.
Fazemos questão de ter uma vida de natureza singular. E ainda achamos que isto é sinal de que Deus está a nosso favor. Creio que os que ouvirão um “apartai-vos de mim vós que praticais a iniquidade” estão bem mais próximos do que imaginamos.
Igualmente a Adão, buscamos jogar a culpa de tudo que não nos convém no diabo. Claro que eu sei que o diabo e seus anjos existem e blábláblá. Mas estou cansado de conviver com um evangelho mesquinho, interesseiro e que enche a boca de palavras pra gritar VENHA A NÓS O VOSSO REINO, porém omitindo a parte mais importante da oração, que é o SEJA FEITA A TUA VONTADE.
Tá na hora de começarem a entender que geração profética deveria, em tese, significar que não negociamos a verdade (ela precisa ser proclamada a qualquer custo), não buscamos nossos próprios interesses (este é o mais complicado, pois sabemos que isto nem sempre é verdade) e nós sempre devemos ser os primeiros a AGIR em favor do Reino.
Se você acha que dá pra continuar com essa vidinha hipócrita de sempre, fique à vontade. Eu não aguento mais.
Fonte: http://www.ariovaldo.com.br/?p=567
Na época, as igrejas se uniram para fazer pressão nos vereadores, forçando o abandono das medidas que definiam regras para a liberação do alvará de funcionamento para templos evangélicos. Disseram nos cultos que era o "fim dos tempos". Que era Satanás que se levantava contra a igreja e outras bobagens igualmente sem tamanho.
Passados 10 anos, começo a refletir sobre o que a prefeitura tentou fazer. A regulamentação basicamente era sobre a obrigatoriedade de haver estacionamento em templos com certa capacidade e sobre isolamento acústico adequado.
A única coisa que passa pela minha cabeça é que, se estas coisas são realmente do diabo, então eu até simpatizo com o chifrudo. Ou será que sou apenas eu que sofro para estacionar na frente da igreja? Será que só eu estou realmente preocupado com o incômodo causado aos vizinhos? Hipocrisia é fingirmos que está tudo bem e que toda reclamação é proveniente do inferno. Será que nós não estamos trazendo o inferno para o local onde estamos?
Lendo alguns trechos da Carta a Diogneto, me surpreendi com a visão do autor no que se refere às características de um cristão nos primeiros séculos.
“Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes. Nem, em parte alguma, habitam cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma vida de natureza singular.” (Carta a Diogneto – aproximadamente 120 dC)
Dá vontade de chorar. Sinto vergonha de ser parte de um corpo que é o oposto do observado nesta carta citada acima. Hoje fazemos questão de nos distinguirmos dos demais por todos estes aspectos. Queremos ser aqueles que possuirão as terras (quanto mais, mais abençoados somos), criamos nossa própria língua evangélica e costumes para nos diferenciarmos das demais pessoas.
Fazemos questão de ter uma vida de natureza singular. E ainda achamos que isto é sinal de que Deus está a nosso favor. Creio que os que ouvirão um “apartai-vos de mim vós que praticais a iniquidade” estão bem mais próximos do que imaginamos.
Igualmente a Adão, buscamos jogar a culpa de tudo que não nos convém no diabo. Claro que eu sei que o diabo e seus anjos existem e blábláblá. Mas estou cansado de conviver com um evangelho mesquinho, interesseiro e que enche a boca de palavras pra gritar VENHA A NÓS O VOSSO REINO, porém omitindo a parte mais importante da oração, que é o SEJA FEITA A TUA VONTADE.
Tá na hora de começarem a entender que geração profética deveria, em tese, significar que não negociamos a verdade (ela precisa ser proclamada a qualquer custo), não buscamos nossos próprios interesses (este é o mais complicado, pois sabemos que isto nem sempre é verdade) e nós sempre devemos ser os primeiros a AGIR em favor do Reino.
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Fonte: http://www.ariovaldo.com.br/?p=567
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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