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Palavra do leitor

Se assim é, então: faço parte do Deus tolo!

"A sua vida ou a minha vida não será avaliada pelo quanto que discursamos ou conquistamos, mas sim pelas escolhas feitas para refletimos no outro e vice-versa."

Texto de Oseias 1.2

O título do presente texto apresenta uma finalidade proposital, de cutucar mesmo e abordar a questão dos relacionamentos e não há como fugir desse encontro específico das escrituras, com relação a esse chamado. Nota-se o chamado de um Deus que adota a máscara de ser humano e vem até nós. Nessa linha de raciocínio, as colocações do teólogo William J. Everett conceitua o pecado ou esse estado de alienação como a manifestação de rejeição aos relacionamentos, porque tais estabelecem nossa dignidade e nosso respeito, como ao próximo.

De observar, o texto de Oseias 1.2 retrata o cenário de alguém que se apaixona, que se torna vulnerável, que deixa de lado, suas máscaras de defesa, que se expõe aos efeitos da dor, da perda, da decepção e das lágrimas. De certo, se tudo estivesse resumido a cumprir o papel de perpetuar a espécie e obter a satisfação sexual, o acasalar-se seria o maior dos momentos de nossa existência. Agora, isso não basta, não nos faz humano, não define nossa humanidade e não nos humaniza. Isso me faz lembrar a obra de Aldous Huxley, em O Admirável Mundo Novo, por onde as pessoas não têm sonhos e anseios, as crianças são feitas artificialmente, o sexo reduzido a meros momentos de prazer e mais nada. Ora, não seria mais cômodo, simplesmente, ser assim, como dito acima?

Presumidamente, o que nos faz humanos passa por nossa capacidade de amar, de se importar, de perceber o outro e vai além de uma reprodução, de uma excitação pontual, de não fazer do outro um meio ou objetivo e, inclusive, nós mesmos. O amor nos traz a condição de sermos importantes e termos importância ou de sermos o alguém de alguém ou de sermos um eu de outro eu, sem perder a individualidade e originalidade.

Sem sombra de dúvida, estamos num contexto marcado pelo receio de se expor e como isso tem definhado nossa interioridade. Valho-me das palavras do dr. Dean Ornish, a qual descreve o quanto nossa existência depende do poder de cura do amor, da intimidade e dos relacionamentos, não com todos, mas com os necessários (grifo pessoal). Cabe salientar, sem nenhuma melindrosidade, o ser humano necessita de escutar que é importante e especial, é singular e único, como também ser ensinado sobre a oportunidade de fazer a diferença na vida de alguém

Deveras, o profeta Oseias disserta o apelo de Deus, a qual busca, da parte do seu povo, um relacionamento legítimo, verdadeiro, sincero, e que haja importância e sentido. Dou mais uma pinçada, Oseias enfoca um Deus de amizade, de parceria, de companheirismo e se enquadra, com propriedade, na obra da romancista Patricia O Brien e da colunista do The Boston Globe, Ellen Goodman, Entendo o Que Você Quer Dizer. As autoras consideram a amizade não com uma finalidade biológica, econômica, evolucionária e, arrisco dizer, espiritual.

Em direção oposta, a amizade e o amigo nos permitem encarar as falhas, sem culpa e condenação, sem se ver como o centro e a causa de tudo, ajuda-nos a adentrarmos numa reformulação, num refazer, a começar se aceitar e a superar a insegurança. Evidentemente, trilhamos pelos enredos de um mundo líquido, receoso de ser alma, de ser coração, de ser pulsação, de ser transcendência, de ser doação, de ser lúdico, de ser paterno e materno, de ser profundo e livre, de ser amizade. Sempre é de bom parecer afirmar e reafirmar, as amizades são meios e oportunidades para sermos reconhecidos como pessoas especiais, importantes, únicas e singulares, de que somos lembrados por sermos quem somos e não por aquilo que nãos somos, mesmo que seja agradável e a consequência de viver nessa dimensão.

As amizades autênticas e genuínas nos proporcionam uma resposta boa, esperançosa, justa, alegre e misericordiosa de nós mesmos. Não por menos, o Deus relatado pelo profeta Oséias, demonstra se importar, sinceramente, com seu povo, com o ser humano, muito embora, ali, tivesse um evento de desapontamento, de distanciamento, de decepção (o povo tinha se perdido, tornado objeto e não imagem e semelhança de liberdade, de ser livre e libertação). Grosso modo, as amizades são meios para sermos importantes, na vida de outros e vice-versa, são refrigérios de saúde emocional, existencial e espiritual. Por isso, eis um dos motivos de ir a igreja, em vez de permanecer na poltrona da casa para conversar com Deus e, neste ponto, não abomino os desigrejados, agora, nossa humanidade e nossa fé floresce no encontro com outras pessoas e, negar seria uma temeridade, as boas novas nos chamam para a fé da amizade e dos amigos. Por fim, se é assim, então faço parte do Deus tolo, porque somos aqueles com quem nos importamos, com quem nos lembramos.
São Paulo - SP
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