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Palavra do leitor

Santo, eu?

Terminei o texto anterior dizendo: “O Senhor Jesus não veio para condenar-me [sou pecador! – Rm 3 23], mas para salvar-me e, num futuro que se aproxima levar-me para habitar com Ele, no seio [Casa] do Pai. Vem p’ra Casa você também!”

Nosso Deus diz através dos seus SANTOS “escreventes”: “Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1 16), e, ainda, “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5 48).

Nesta semana foi canonizado, reconhecido como santo, o Beato Padre José de Anchieta, que veio ao Brasil, quando do seu descobrimento, a partir do qual cuidou da catequese dos índios aqui residentes; foi um trabalho abençoado e extraordinário, embora muitos não considerem assim, face à questão da “aculturação”.

Há décadas iniciou-se, junto ao Vaticano, o processo para que ele pudesse ser reconhecido como santo; é o terceiro santo do Brasil, embora ele fosse português.

A demora se deu tendo em vista que a regra “canônica” é que a pessoa tenha realizado, no mínimo, dois milagres, tendo sido encontrado no caso de Anchieta apenas um.

Mas, o Papa Francisco que vem implantando muitas mudanças no Vaticano e na Igreja, e obtido a simpatia do povo, inclusive dos não católicos romanos [incluo-me nesse rol], com muita sabedoria encerrou o processo concedendo o “status” de santo a Anchieta.

A regra vaticana deve partir de diversos ângulos da vida do candidato à santidade, tais como: pureza, boas obras, milagres, etc.

Na verdade não sei, com exatidão, os itens que devem ser observados para a iniciação de um processo de canonização, ou seja, reconhecimento da condição de santo da Igreja.

Respeito as normas da Igreja Romana no sentido de cercar-se de todos os cuidados antes de beatificar e depois canonizar uma pessoa que separou a sua vida para o trabalho de Deus. A Igreja é o “corpo de Cristo”, biblicamente.

Então a Igreja instituição deve se cercar de todos os cuidados para não errar ao dar um título tão nobre/importante a uma pessoa, que será venerada/adorada por seus fiéis.

O (a) considerado (a) santo (a), nas Sagradas Escrituras, é a pessoa que se separou para o trabalho do nosso Deus e Pai, o criador do mundo e de tudo e todos que nele há.

Verifica-se, na Bíblia Sagrada, com clareza, que há diversas citações de pessoas comuns, mas dedicadas ao trabalho de Deus, que são chamadas de santas, apesar de sermos todos falhos, sujeitos a erros, a pecados; no texto anterior citei a carta do Apóstolo Paulo aos Romanos dizendo que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3 23).

Na própria Palavra Profética que anuncia a segunda vinda do Senhor Jesus em glória, há a referência de que Ele virá com os “seus santos” (1Ts 3 13), quais sejam aquelas pessoas convertidas a Ele que ao morrerem ou serem arrebatadas foram habitar no céu, junto a Ele nas moradas que o mesmo foi preparar para nós, os seus seguidores.

Não tem este texto a intenção de polemizar, ainda mais com a Igreja, mas percebo que o conceito de santo para o povo, de um modo geral, é o de que a pessoa deve ser pura, sem pecado, sem máculas.

Concordo em parte, mas A Bíblia afirma que “se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1Jo 1 8).

O próprio Papa Francisco, por mais de uma vez depois de ser alçado à posição de Papa, falou claramente: “eu sou pecador, orem por mim!”

Com essa declaração, entendo, s.m.j., que ele assumiu uma posição “singular” dentro da Igreja, uma postura que corresponde a desconsiderar o dogma da infalibilidade papal.

Biblicamente ele está correto, tendo em vista que a Palavra de Deus declara com todas as letras que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3 23), o que motivou Deus a “dar o seu próprio Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3 16).

Assim, qualquer pessoa que entrega, dedica, com amor, a sua vida para realizar o trabalho de evangelização, de cuidar dos órfãos e viúvas, das pessoas desamparadas pela vida, pelo século presente são, aos olhos de Deus, santas.

Assumir essa postura dentro da Igreja Romana, até bem pouco tempo, era candidatar-se à excomunhão; todavia, parece-me, que o Papa Francisco, com as reformas que pretende fazer, deve caminhar nessa direção. A conferir!

Para encerrar essa argumentação, espero que esclarecedora, a Palavra de Deus nos chama de santos, de sacerdotes reais, de povo de exclusiva propriedade de Deus para um objetivo definido, dentro da obra de Deus [é o que temos que fazer]:

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, A FIM DE proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1Pe 2 9-10).

Prossigamos, pois a jornada a caminho da santidade e da perfeição.
São Paulo - SP
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