Palavra do leitor
- 07 de outubro de 2024
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Rute e Noemi venderiam cursos para sogras e noras?
Uma breve pesquisa atestaria que entre noras e sogras poucos relacionamentos são harmoniosos, saudáveis, maduros e de parceria amistosa. Não apenas pelas famigeradas piadas populares, mas basta um giro na sessão de comentários do YouTube sobre esse tema milenar para enxergá-lo além de meros casos isolados.
Entre genros e sogras essa alta estatística negativa de conflitos tende a ser menor, se comprovado através da experiência de terapeutas familiares, entre os quais se encontram os que confirmariam ser mais comum laços afetuosos - quase maternais - muito mais entre genros e sogras do que entre estas e noras.
Apesar da existência de inúmeras sogras bondosas, culturalmente o termo "sogra" ganhou estigmas e conotações associadas a infortúnios indesejados por muitos cônjuges. Nesse contexto, duas personagens bíblicas inspiradoras podem aqui trazer lições espirituais profundas para a relação entre noras e sogras.
A primeira personagem bíblica destacada será Rute. Sem dúvida, essa moabita foi uma mulher de caráter raro e exemplo singular em amor verdadeiro, humildade, abnegação, sacrifício, lealdade e companheirismo.
Segundo o relato registrado no livro bíblico de Rute, em razão da fome que houve na terra, sua sogra Noemi e seu sogro Elimeleque foram morar em Moabe e lá permaneceram durante dez anos (Rt 1: 1-3).
Chegando à nação estrangeira, Malom e Quiliom, filhos de Noemi e Elimeleque, casaram-se com as moabitas Rute e Orfa, porém morrendo ambos com o pai deles (indicando sacrifício por suas esposas ou família), restaram como sobrevivente sua mãe Noemi e as duas noras, agora viúvas.
Nessa comovente história, Noemi é a que mais sofre, pois enquanto as outras perderam apenas seus esposos, ela perde marido e filhos, ampliando sua dor emocional e sentindo-se uma mulher desamparada e abatida (Rt 1:5).
Voltando Noemi da terra de Moabe com suas noras, agradece a amizade delas, mas insiste que fiquem na antiga nação onde nasceram e recomecem suas trajetórias de vida, pois cria que elas teriam a possibilidade de êxito nesse sentido - ao contrário dela, que se via sem perspectiva (Rt 1:8-13).
No entanto, apesar da emoção em despedida, após muita relutância das noras em abandoná-la, uma delas (Orfa) atende ao conselho de Noemi e retorna para sua antiga terra, porém Rute afirma que não a deixaria jamais e nem adiantaria insistir.
Disse Rute a Noemi: "Aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus [...] Faça-me o Senhor o que lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti"(Rt 1:16-17).
O amor incondicional demonstrado por Rute e sua declaração resoluta deixou Noemi sem poder de resistência. Seus argumentos foram quebrados. Ela tinha uma amiga mais que leal e determinada a estar sempre ao seu lado.
Embora Rute apresente admiráveis qualidades morais e valores espirituais inestimáveis, percebe-se que Noemi era uma sogra que sabia testemunhar de seu Deus para suas noras ao ponto de conquistar seus corações em respeito, admiração, amor e estima.
De fato, relacionamentos entre sogras e noras refletem a realidade da condição humana natural, isto é, seres imperfeitos e relações conflituosas muitas das vezes, onde pecadores com distintas personalidades e experiências estritamente individuais encontram o sério desafio da convivência.
Ainda que seja natural para uma sogra contemporânea e leitora dessa história bíblica racionalizar que Noemi era amada porque Rute e Orfa eram noras muito melhores do que as do seu círculo familiar, apesar de não sabermos detalhes implícitos e minuciosos na história, Noemi certamente também enfrentou suas dificuldades ao lidar inicialmente com as esposas de seus filhos. Afinal, elas não nasceram amigas, mas construíram uma amizade na convivência.
Se muitas noras são difíceis de se relacionar ou mesmo aturar, igualmente diversas sogras ao se conviver. Provavelmente a cultura e religião moabita impregnada na conduta de suas noras deve ter causado algum desconforto em Noemi em vários momentos - tal qual ocorreu a Rebeca com as esposas de seu filho Esaú (Gn 27:46) -, mas seu relacionamento com Deus deve ter sido a força e inspiração para ela escolher tratar bondosamente suas noras.
Ao decidir seguir a sogra Noemi, Rute já não era a outrora donzela sonhadora, mas sua humildade, dignidade e sensatez aliado ao seu gesto amoroso e de firme decisão, recebeu recompensa divina de forma que jamais imaginara: de viúva a bisavó do rei Davi, participando da genealogia do Messias como uma mulher exemplar para gerações posteriores.
A história de Rute e Noemi é um bálsamo de fé e esperança também aos que tiveram seus sonhos destruídos ou interrompidos, incluindo perda de ente queridos. Igualmente, representa o cuidado de Deus sobre os aflitos e Sua graça como ponte de amor nas convivências improváveis. Meu título foi clickbait, pois só Deus une sogras e noras em genuína sabedoria, paciência, amor e fé.
Entre genros e sogras essa alta estatística negativa de conflitos tende a ser menor, se comprovado através da experiência de terapeutas familiares, entre os quais se encontram os que confirmariam ser mais comum laços afetuosos - quase maternais - muito mais entre genros e sogras do que entre estas e noras.
Apesar da existência de inúmeras sogras bondosas, culturalmente o termo "sogra" ganhou estigmas e conotações associadas a infortúnios indesejados por muitos cônjuges. Nesse contexto, duas personagens bíblicas inspiradoras podem aqui trazer lições espirituais profundas para a relação entre noras e sogras.
A primeira personagem bíblica destacada será Rute. Sem dúvida, essa moabita foi uma mulher de caráter raro e exemplo singular em amor verdadeiro, humildade, abnegação, sacrifício, lealdade e companheirismo.
Segundo o relato registrado no livro bíblico de Rute, em razão da fome que houve na terra, sua sogra Noemi e seu sogro Elimeleque foram morar em Moabe e lá permaneceram durante dez anos (Rt 1: 1-3).
Chegando à nação estrangeira, Malom e Quiliom, filhos de Noemi e Elimeleque, casaram-se com as moabitas Rute e Orfa, porém morrendo ambos com o pai deles (indicando sacrifício por suas esposas ou família), restaram como sobrevivente sua mãe Noemi e as duas noras, agora viúvas.
Nessa comovente história, Noemi é a que mais sofre, pois enquanto as outras perderam apenas seus esposos, ela perde marido e filhos, ampliando sua dor emocional e sentindo-se uma mulher desamparada e abatida (Rt 1:5).
Voltando Noemi da terra de Moabe com suas noras, agradece a amizade delas, mas insiste que fiquem na antiga nação onde nasceram e recomecem suas trajetórias de vida, pois cria que elas teriam a possibilidade de êxito nesse sentido - ao contrário dela, que se via sem perspectiva (Rt 1:8-13).
No entanto, apesar da emoção em despedida, após muita relutância das noras em abandoná-la, uma delas (Orfa) atende ao conselho de Noemi e retorna para sua antiga terra, porém Rute afirma que não a deixaria jamais e nem adiantaria insistir.
Disse Rute a Noemi: "Aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus [...] Faça-me o Senhor o que lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti"(Rt 1:16-17).
O amor incondicional demonstrado por Rute e sua declaração resoluta deixou Noemi sem poder de resistência. Seus argumentos foram quebrados. Ela tinha uma amiga mais que leal e determinada a estar sempre ao seu lado.
Embora Rute apresente admiráveis qualidades morais e valores espirituais inestimáveis, percebe-se que Noemi era uma sogra que sabia testemunhar de seu Deus para suas noras ao ponto de conquistar seus corações em respeito, admiração, amor e estima.
De fato, relacionamentos entre sogras e noras refletem a realidade da condição humana natural, isto é, seres imperfeitos e relações conflituosas muitas das vezes, onde pecadores com distintas personalidades e experiências estritamente individuais encontram o sério desafio da convivência.
Ainda que seja natural para uma sogra contemporânea e leitora dessa história bíblica racionalizar que Noemi era amada porque Rute e Orfa eram noras muito melhores do que as do seu círculo familiar, apesar de não sabermos detalhes implícitos e minuciosos na história, Noemi certamente também enfrentou suas dificuldades ao lidar inicialmente com as esposas de seus filhos. Afinal, elas não nasceram amigas, mas construíram uma amizade na convivência.
Se muitas noras são difíceis de se relacionar ou mesmo aturar, igualmente diversas sogras ao se conviver. Provavelmente a cultura e religião moabita impregnada na conduta de suas noras deve ter causado algum desconforto em Noemi em vários momentos - tal qual ocorreu a Rebeca com as esposas de seu filho Esaú (Gn 27:46) -, mas seu relacionamento com Deus deve ter sido a força e inspiração para ela escolher tratar bondosamente suas noras.
Ao decidir seguir a sogra Noemi, Rute já não era a outrora donzela sonhadora, mas sua humildade, dignidade e sensatez aliado ao seu gesto amoroso e de firme decisão, recebeu recompensa divina de forma que jamais imaginara: de viúva a bisavó do rei Davi, participando da genealogia do Messias como uma mulher exemplar para gerações posteriores.
A história de Rute e Noemi é um bálsamo de fé e esperança também aos que tiveram seus sonhos destruídos ou interrompidos, incluindo perda de ente queridos. Igualmente, representa o cuidado de Deus sobre os aflitos e Sua graça como ponte de amor nas convivências improváveis. Meu título foi clickbait, pois só Deus une sogras e noras em genuína sabedoria, paciência, amor e fé.
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