Palavra do leitor
- 11 de abril de 2009
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Rumo ao Deus desconhecido
"Paulo, em pé no meio do Areópago, disse: Homens de Atenas, em tudo vos vejo muitíssimo religiosos. Percorrendo a cidade e considerando os monumentos do vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: A um Deus desconhecido. O que adorais sem o conhecer, eu vo-lo anuncio!" Atos 17.22, 23
Ouvi uma palestra muito edificante do Leonardo Boff (que até postei no meu blog) sobre tempo de transcendência e a parte final me tocou profundamente. Ele citou uma oração realizada por Friedrich Nietzsche (1844-1900), o mesmo da morte de Deus e concordo com o Leonardo Boff, quando afirma que ao dizer isso Nietzsche dizia que Deus precisava morrer nos nossos templos e dogmas, nossa ortodoxia precisava matar Deus, justamente para encontrarmos novamente Deus, na sua plenitude.
Vejo a argumentação de Nietzsche semelhante ao dilema encontrado no livro de Jó, pois o Deus que este conhecia, era o mesmo que lhe havia sido ensinado nos templos e nos preceitos dos "sábios", ou seja, haviam criado um Deus na sua cabeça que não correspondia com ao Deus que poderia se revelar de fato a ele. É confuso, justamente porque o que fala alto em nossas mentes, não é o mesmo Deus que grita por liberdade em nossos corações. Semelhantemente ao período da monarquia judaica, existiam duas teologias, a oficial, que era representada pelo templo e a corte e a dos profetas, que representava o povo e a voz de Javé, o Deus da montanha, que representa a liberdade e a fraternidade.
Jesus enfrentou esse problema, pois na sua mensagem ele decretou a morte de Deus, o do judaísmo, do templo e da corte e mostrou para o povo um Deus que era desconhecido, que é Emanuel, que está presente e próximo, que se manifesta na simplicidade e não na arrogância extravagante dos cultos. E entendendo o primeiro movimento cristão como essa manifestação simples de um Deus da simplicidade, mas que foi corrompido pelo poder e foi transformado num ser megalomaníaco. Realmente, precisamos nos tornar ateus cristãos, para reencontrar um novo caminho em direção a simplicidade desse Deus que é imanente em nossos corações, desse Deus que se tornou desconhecido de nossas igrejas e conceitos cristãos.
ORAÇÃO AO DEUS DESCONHECIDO
Antes de prosseguir em meu caminho
e lançar o meu olhar para frente uma vez mais,
elevo, só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração,
tenho dedicado altares festivos para que, em
Cada momento, Tua voz me pudesse chamar.
Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras:
“Ao Deus desconhecido”.
Sou, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos.
Sou, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.
Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo.
Eu quero Te conhecer, desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.
Tu, o incompreensível, mas meu semelhante,
quero Te conhecer, quero servir só a Ti.
Friedrich Nietzsche
(Traduzida do alemão por Leonardo Boff)
Que possamos caminhar para longe do Deus dos cristãos contemporâneos e nos aproximar do Deus desconhecido pregado pelo Cristo.
www.descansodaalma.blogspot.com
Ouvi uma palestra muito edificante do Leonardo Boff (que até postei no meu blog) sobre tempo de transcendência e a parte final me tocou profundamente. Ele citou uma oração realizada por Friedrich Nietzsche (1844-1900), o mesmo da morte de Deus e concordo com o Leonardo Boff, quando afirma que ao dizer isso Nietzsche dizia que Deus precisava morrer nos nossos templos e dogmas, nossa ortodoxia precisava matar Deus, justamente para encontrarmos novamente Deus, na sua plenitude.
Vejo a argumentação de Nietzsche semelhante ao dilema encontrado no livro de Jó, pois o Deus que este conhecia, era o mesmo que lhe havia sido ensinado nos templos e nos preceitos dos "sábios", ou seja, haviam criado um Deus na sua cabeça que não correspondia com ao Deus que poderia se revelar de fato a ele. É confuso, justamente porque o que fala alto em nossas mentes, não é o mesmo Deus que grita por liberdade em nossos corações. Semelhantemente ao período da monarquia judaica, existiam duas teologias, a oficial, que era representada pelo templo e a corte e a dos profetas, que representava o povo e a voz de Javé, o Deus da montanha, que representa a liberdade e a fraternidade.
Jesus enfrentou esse problema, pois na sua mensagem ele decretou a morte de Deus, o do judaísmo, do templo e da corte e mostrou para o povo um Deus que era desconhecido, que é Emanuel, que está presente e próximo, que se manifesta na simplicidade e não na arrogância extravagante dos cultos. E entendendo o primeiro movimento cristão como essa manifestação simples de um Deus da simplicidade, mas que foi corrompido pelo poder e foi transformado num ser megalomaníaco. Realmente, precisamos nos tornar ateus cristãos, para reencontrar um novo caminho em direção a simplicidade desse Deus que é imanente em nossos corações, desse Deus que se tornou desconhecido de nossas igrejas e conceitos cristãos.
ORAÇÃO AO DEUS DESCONHECIDO
Antes de prosseguir em meu caminho
e lançar o meu olhar para frente uma vez mais,
elevo, só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração,
tenho dedicado altares festivos para que, em
Cada momento, Tua voz me pudesse chamar.
Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras:
“Ao Deus desconhecido”.
Sou, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos.
Sou, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.
Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo.
Eu quero Te conhecer, desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.
Tu, o incompreensível, mas meu semelhante,
quero Te conhecer, quero servir só a Ti.
Friedrich Nietzsche
(Traduzida do alemão por Leonardo Boff)
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