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Palavra do leitor

Roda da vida

A "Roda da Vida" é um sistema de avaliação usado por profissionais que atuam na área do comportamento humano e desenvolvimento pessoal. Mas não falaremos dessa técnica ou ferramenta ilustrativa usadas por esses especialistas. A "roda da vida" que me referirei dirá respeito "às voltas que o mundo dá" (vicissitudes ou altos e baixos na vida de um indivíduo), mudando até efêmeros protagonismos (ou glórias) de um sujeito para situações de vexame e vergonha em outro momento de sua história.

Exemplificando, usarei situações que lembrei hoje -- relacionadas a duas curiosidades da Seleção Brasileira em Copas do Mundo. Vejamos a seguir se seriam detalhes pedagógicos interessantes, mesmo que não tão impressionantes...

Em 1994 fomos campeões invictos. Brasil contra a Itália. Técnico Carlos A. Parreira. Final sofrida. Prorrogação e decisão nos pênaltis. Trauma de Roberto Baggio, jogador italiano que tinha sido premiado como o melhor jogador do mundo um ano antes, mas ao bater o pênalti muito mal (chutou a bola em direção a lua), garantiu o tetra do Brasil.

Doze anos depois (2006), Parreira como Treinador, novamente. A exímia escalação da Seleção Brasileira (muitas "estrelas") trouxe demasiada expectativa, mesmo entre jornalistas. Mas foi decepcionante. Se em 1994 comemoramos e Itália chorou, em 2006 "o jogo virou". Brasil eliminado. Itália seria (foi) campeã.

Se em 2002 com Luís Felipe Scolari no comando, levamos o Penta contra a Alemanha de Oliver Khan, após 12 anos (2014), eles (alemães) voltaram e deram o troco (7x1) em nossa casa - sendo campeão do Mundo dias depois contra Argentina, deixando Felipão e Brasil desta vez humilhados.

Creio que a roda da vida tem muito a nos ensinar. Da mesma maneira que "o raio não cai duas vezes no mesmo lugar", a derrota não precisa ser algo definitivo - pode ser algo relativo e até positivo. Não precisamos (nem devemos) nos deslumbrar com a vitória nem chorar demais nas derrotas, pois existe sabedoria nos versos poéticos da canção romântica: "De repente as coisas mudam de lugar... E quem perdeu pode ganhar."

Após uma queda, devemos nos levantar, lutar e buscar protagonizar nossa própria existência, mas sem ilusões ou ridícula presunção de que temos o total controle da vida em nossas mãos. Neste mundo imperfeito, os resultados dos nossos esforços e planos podem ser probabilísticos, mas não absolutamente determinísticos, pois muitas vezes "a incerteza é a única coisa certa" se dependemos de coisas que fogem ao nosso controle, quase o tempo todo.

Vivemos sob o signo da instabilidade política, social, econômica, ambiental, etc. Somos surpreendidos quase sempre com eventos que nos deixam perplexos e mudos, pois embora muitas proezas da humanidade nos animem e inspirem, repetidas circunstâncias indesejáveis que não podemos prever nem conter, confronta nossa consciência com a realidade de que somos muito pequenos - grãos de areia ou mera gota comparado ao mar. No entanto, apesar de sermos pequenos, não fomos criados "robôs". Abro parêntesis. A liberdade de escolha de seres criados custou a morte do Criador numa cruz. Fecho parêntesis.

É preciso real lucidez para perceber que a vida é uma roda girando constantemente. Se você hoje está em situação privilegiada em termos de saúde, beleza, status, poder, riqueza etc., mantenha a humildade. A roda da vida gira depressa. Já vi ex-patrão em crise financeira precisando de ajuda de ex-funcionário para sobreviver, assim como gente esnobe (diante de quem um dia humilhou) amargamente se arrepender. Na política, alternância de poder desloca lados em oposição, promovendo euforia e zombaria entre eleitores "vencedores" e "vencidos".

Se manter a profunda dependência de Deus e alto nível de determinação diante dos planos não dispensa empenho e força de vontade, ao mesmo tempo as coisas que fogem ao nosso controle são mínimas para o Onipotente. Assim, independentemente de acontecimentos interpretados como sina, saga, fatalismo, História cíclica ou linear, façamos nossa parte e venhamos plenamente em Deus confiar.

Se a vida favorece relação de convívio por vezes disputada e a competição desleal convida-nos a passar por cima de todos para assegurar nosso "lugar ao sol", mantenhamos valores inegociáveis/imperecíveis. Mesmo invisíveis, emolduram um caráter com virtude, dignidade e princípios sem moralismos.

"Chorar com os que choram e se alegrar com quem está alegre", ensina a Bíblia. Mas na Final de (Copa) 1994, enquanto eu e meu amigo assistia aquela prorrogação acirrada, sua sincera e engraçada mãe orava: "Deus, dá a vitória a nós brasileiros, meu Pai". Bons tempos!

Seria sacrilégio interpretar Deus naquele dia como brasileiro, torcedor, patriota, nacionalista, etc., tudo, menos DEUS com um Amor bem mais que cosmopolita. Mas assim é a lógica futebolística: a paixão do torcedor até o verso bíblico subverte e inverte: chora de raiva de quem está alegre e ri à beça de quem chora. Esquecem que a vida é uma gigante roda. Não uma pequena bola.
Alagoinhas - BA
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