Palavra do leitor
- 20 de junho de 2022
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Religião positiva
Segundo estudos, a concepção filosófica de matriz positivista defende a superioridade da ciência sobre as demais formas de compreensão humana da realidade - filosofia, metafísica, teologia - por ser a "única" capaz de apresentar benefícios práticos e alcançar autenticidade cognitiva. Não concebe nada a priori, tampouco revelação divina, espiritual.
O positivismo filosófico não investiga causas primeiras, a metafísica dos fenômenos, e considera o conhecimento científico superior às demais formas do saber. Destarte, a religião tradicional, desqualificada por este, cede espaço ao cientificismo como "teologia" superior, e o culto à divindade curva-se ao dogmatismo da ciência.
O pragmatismo com matiz religiosa induz depositar nas ciências toda a fé em relação ao conhecimento, e interpretação do mundo, entendendo que "não há sobrenatural, - espírito, revelação - somente a natureza". Destarte, a ciência ocupa, para os positivistas, o lugar atribuído a Deus na religião.
Para o Positivismo, o pensamento humano experimentou três estágios, teológico, metafísico, e positivo. No primeiro, os humanos procuravam respostas para os dilemas da vida em "elementos sobrenaturais, e irracionais, como a atuação dos deuses, seres místicos, e poderes sobrenaturais".
No estado metafísico, a Filosofia "substitui" explicações teológicas por especulações, com base em argumentos lógicos e racionais, impulsionando a busca pelo conhecimento verdadeiro. Porém, no estágio positivo, a ciência baseada na observação rigorosamente metódica molda o conhecimento humano sobre a natureza, buscando nela respostas existenciais, ou seja: no materialismo, na irracionalidade.
O Positivismo como doutrina filosófica tem sua origem no Iluminismo francês, cujos filósofos tinham como objetivo unificar o conhecimento, "iluminar" o mundo através da ciência. O rigor e a ordem - controle total - eram imperativos nessas teorias, pois garantiam o pleno desenvolvimento humano.
A influência positiva foi tal que o Brasil adotou símbolos nacionais inspirados em elementos positivistas. Entre eles está a inscrição "Ordem e Progresso" da Bandeira Nacional. Deodoro da Fonseca trouxe para o Brasil o regime republicano inspirado no modelo francês, "igualdade, liberdade e fraternidade", que foi o slogan da revolução de 1789. Só que a igualdade tornou-se desigual, a liberdade converteu-se em escravidão, e a fraternidade se revelou bastarda, egoísta, indiferente; desumana.
Ademais, tão forte foi a antítese teológico filosófica, que houve separação entre ambas, e levou ao rompimento entre igreja e estado, visto que aquela está fundada na revelação divina, este, no Direito Positivo - racional cientismo - que exerce supremacia sobre o Natural.
No primeiro caso, o cisma se deu porque o humanismo não reconhece autoridade das escrituras, somente da razão humana, do logos grego, do mundo das ideias platônico, do primeiro motor aristotélico etc. Curiosamente, descortina-se aqui um positivismo com achismo de divindade, do tipo: "sereis como Deus", Gn 3;5.
O cientificismo positivo até deu "lugar" para Deus no Platonismo, porém impessoal, egoísta, indiferente, alheio à humanidade. Aristóteles também deu-lhe a "honra" de ser primeiro motor, que não se move. Os Helenos chamaram, a Grande Mente Universal. Porém, a menina dos olhos do Positivismo está na ciência, endeusada, que suplanta o direito natural àquilo que, estrategicamente denomina conhecimento.
Ironicamente, o francês Louis Pasteur, que era cético quanto ao positivismo disse: "Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, aproxima-nos". Eis o dilema do Direito Positivo contraposto ao Natural, o primeiro é determinado pelo estado, o último é universal, precede à existência. Aquele afasta o homem de Deus, este aproxima.
Não obstante o cisma, percebe-se o cristianismo positivado preocupado em adequar estatuto de igrejas ao estado, procurando sempre alinhar-se ao direito positivo - leis terrenas, secularidade - deixando claro sua submissão à "árvore" venenosa, que matou o espírito humano no Éden, com a pseudo ciência.
Isso revela devoção morta, deísmo fúnebre, racional, como resultado de cientismo insipiente, iniciático, a religião autônoma com deus esculpido pela razão, abstraído da revelação, um subterfúgio para camuflar o humano endeusado, positivado.
No contexto ressoa a advertência: "Tenham cuidado para que ninguém os escravize por meio de vãs e enganosas filosofias, fundadas na tradição humana, nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo", Cl 2;8.
É oportuno dizer que o verdadeiro cristianismo é negativismo que tem a seguinte base: "Se alguém quer vir após Mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me", Lc 9;23. Enfim, a ciência ainda não respondeu sequer, às grandes questões existenciais, todavia forjou um deus cibernético, articional, isto é: mescla de racional, com inteligência artificial; uma divindade cyborg, positivada, como absoluto. Sendo assim, de fato "Deus está morto"
O positivismo filosófico não investiga causas primeiras, a metafísica dos fenômenos, e considera o conhecimento científico superior às demais formas do saber. Destarte, a religião tradicional, desqualificada por este, cede espaço ao cientificismo como "teologia" superior, e o culto à divindade curva-se ao dogmatismo da ciência.
O pragmatismo com matiz religiosa induz depositar nas ciências toda a fé em relação ao conhecimento, e interpretação do mundo, entendendo que "não há sobrenatural, - espírito, revelação - somente a natureza". Destarte, a ciência ocupa, para os positivistas, o lugar atribuído a Deus na religião.
Para o Positivismo, o pensamento humano experimentou três estágios, teológico, metafísico, e positivo. No primeiro, os humanos procuravam respostas para os dilemas da vida em "elementos sobrenaturais, e irracionais, como a atuação dos deuses, seres místicos, e poderes sobrenaturais".
No estado metafísico, a Filosofia "substitui" explicações teológicas por especulações, com base em argumentos lógicos e racionais, impulsionando a busca pelo conhecimento verdadeiro. Porém, no estágio positivo, a ciência baseada na observação rigorosamente metódica molda o conhecimento humano sobre a natureza, buscando nela respostas existenciais, ou seja: no materialismo, na irracionalidade.
O Positivismo como doutrina filosófica tem sua origem no Iluminismo francês, cujos filósofos tinham como objetivo unificar o conhecimento, "iluminar" o mundo através da ciência. O rigor e a ordem - controle total - eram imperativos nessas teorias, pois garantiam o pleno desenvolvimento humano.
A influência positiva foi tal que o Brasil adotou símbolos nacionais inspirados em elementos positivistas. Entre eles está a inscrição "Ordem e Progresso" da Bandeira Nacional. Deodoro da Fonseca trouxe para o Brasil o regime republicano inspirado no modelo francês, "igualdade, liberdade e fraternidade", que foi o slogan da revolução de 1789. Só que a igualdade tornou-se desigual, a liberdade converteu-se em escravidão, e a fraternidade se revelou bastarda, egoísta, indiferente; desumana.
Ademais, tão forte foi a antítese teológico filosófica, que houve separação entre ambas, e levou ao rompimento entre igreja e estado, visto que aquela está fundada na revelação divina, este, no Direito Positivo - racional cientismo - que exerce supremacia sobre o Natural.
No primeiro caso, o cisma se deu porque o humanismo não reconhece autoridade das escrituras, somente da razão humana, do logos grego, do mundo das ideias platônico, do primeiro motor aristotélico etc. Curiosamente, descortina-se aqui um positivismo com achismo de divindade, do tipo: "sereis como Deus", Gn 3;5.
O cientificismo positivo até deu "lugar" para Deus no Platonismo, porém impessoal, egoísta, indiferente, alheio à humanidade. Aristóteles também deu-lhe a "honra" de ser primeiro motor, que não se move. Os Helenos chamaram, a Grande Mente Universal. Porém, a menina dos olhos do Positivismo está na ciência, endeusada, que suplanta o direito natural àquilo que, estrategicamente denomina conhecimento.
Ironicamente, o francês Louis Pasteur, que era cético quanto ao positivismo disse: "Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, aproxima-nos". Eis o dilema do Direito Positivo contraposto ao Natural, o primeiro é determinado pelo estado, o último é universal, precede à existência. Aquele afasta o homem de Deus, este aproxima.
Não obstante o cisma, percebe-se o cristianismo positivado preocupado em adequar estatuto de igrejas ao estado, procurando sempre alinhar-se ao direito positivo - leis terrenas, secularidade - deixando claro sua submissão à "árvore" venenosa, que matou o espírito humano no Éden, com a pseudo ciência.
Isso revela devoção morta, deísmo fúnebre, racional, como resultado de cientismo insipiente, iniciático, a religião autônoma com deus esculpido pela razão, abstraído da revelação, um subterfúgio para camuflar o humano endeusado, positivado.
No contexto ressoa a advertência: "Tenham cuidado para que ninguém os escravize por meio de vãs e enganosas filosofias, fundadas na tradição humana, nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo", Cl 2;8.
É oportuno dizer que o verdadeiro cristianismo é negativismo que tem a seguinte base: "Se alguém quer vir após Mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me", Lc 9;23. Enfim, a ciência ainda não respondeu sequer, às grandes questões existenciais, todavia forjou um deus cibernético, articional, isto é: mescla de racional, com inteligência artificial; uma divindade cyborg, positivada, como absoluto. Sendo assim, de fato "Deus está morto"
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