Palavra do leitor
- 11 de setembro de 2016
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Relativismo teológico: a teologia dos achismos
O relativismo é muito mais presente em nossas igrejas do que pensamos. Como cristãos temos a tendencia a acreditar que somos teologicamente conservadores, que nossas tradições são solidamente firmadas, que não possuímos quaisquer indícios de uma cachoeira de pensamentos contradizentes, porém, infelizmente, estamos enganados. Somos de certa forma mais relativistas do que pensamos.
Esta concepção filosófica, onde estas grandes narrativas da era moderna perdem o valor e onde a afirmação do indivíduo ganha status de verdade intimista, é perceptível dentro dos nossos edifícios religiosos. Na membresia cristã há aqueles que acreditam em uma Deus meio, “vovô hippie”, incapaz de mandar alguém para o terrível inferno. Existe também os que já enxergam em Deus apenas o caráter moralista, de um Deus impiedoso, montando uma lista severa daqueles dignos da condenação, pronto para queimar em fogo ardente os incrédulos. Alias, não podemos esquecer daqueles que acabam por misturar todos estes conceitos, montando uma figura pitoresca de Deus. Em quase sua totalidade, tais construções são muito mais pessoais, através da atitude de pincelar informações, misturando anseios do indivíduo com um conhecimento bíblico ralo.
Infelizmente esta “teologia sistemática” pessoalizada, acaba por quebrar a uniformidade do corpo cristão. Perdemos a visão holística da bíblia, adotando um pluralismo teológico, o qual muitas vezes atrapalha a plenitude de se viver uma visão de mundo amplamente bíblica e cristocêntrica. Nosso individualismo e narcisismo cria a teologia orgulhosa dos achismos. “Não concordo”, “não penso assim” e “nisto eu não acredito”, são as expressões mais escutadas em nossos templos, sendo a imensa maioria delas baseadas em uma construção pessoal, repleta de informações pinceladas, e vazia de conteúdo bíblico formal. Nossa visão de mundo ocidental é individualmente carrega pelo desconstrucionismo da era moderna, onde a tradição necessita ser destronada, para que a afirmação da autonomia pessoal seja validada.
Abrir mão de minha convicção, construída por minhas necessidades emocionais, em favor de uma visão bíblica completa, pode ser um caminho árduo. Será que realmente entendemos que a escritura, é uma inspiração divina, manifestada na história, em favor da comunidade chamada igreja? Somos mesmo capazes de enxergar que a bíblia é composta de um antigos testamento, revelado historicamente aos judeus e de um novo testamento, confiado a igreja e que ambos só podem ter coesão na centralidade de Cristo? Permaneceremos ainda, tentando construir uma teologia pessoal, alicerçada na ignorância, sem entendermos que a espiritualidade cristã não é apenas de todo coração e alma, mas também de todo entendimento bíblico? Nosso individualismo pode ser um tiro no pé em questões teológicas.
Uma apologética contra o relativismo cultural só será efetiva quando, como um corpo, baseado em uma visão de mundo integralmente bíblica e cristocêntrica, der lugar aos nossos achismos e necessidades de afirmação narcisista.
Esta concepção filosófica, onde estas grandes narrativas da era moderna perdem o valor e onde a afirmação do indivíduo ganha status de verdade intimista, é perceptível dentro dos nossos edifícios religiosos. Na membresia cristã há aqueles que acreditam em uma Deus meio, “vovô hippie”, incapaz de mandar alguém para o terrível inferno. Existe também os que já enxergam em Deus apenas o caráter moralista, de um Deus impiedoso, montando uma lista severa daqueles dignos da condenação, pronto para queimar em fogo ardente os incrédulos. Alias, não podemos esquecer daqueles que acabam por misturar todos estes conceitos, montando uma figura pitoresca de Deus. Em quase sua totalidade, tais construções são muito mais pessoais, através da atitude de pincelar informações, misturando anseios do indivíduo com um conhecimento bíblico ralo.
Infelizmente esta “teologia sistemática” pessoalizada, acaba por quebrar a uniformidade do corpo cristão. Perdemos a visão holística da bíblia, adotando um pluralismo teológico, o qual muitas vezes atrapalha a plenitude de se viver uma visão de mundo amplamente bíblica e cristocêntrica. Nosso individualismo e narcisismo cria a teologia orgulhosa dos achismos. “Não concordo”, “não penso assim” e “nisto eu não acredito”, são as expressões mais escutadas em nossos templos, sendo a imensa maioria delas baseadas em uma construção pessoal, repleta de informações pinceladas, e vazia de conteúdo bíblico formal. Nossa visão de mundo ocidental é individualmente carrega pelo desconstrucionismo da era moderna, onde a tradição necessita ser destronada, para que a afirmação da autonomia pessoal seja validada.
Abrir mão de minha convicção, construída por minhas necessidades emocionais, em favor de uma visão bíblica completa, pode ser um caminho árduo. Será que realmente entendemos que a escritura, é uma inspiração divina, manifestada na história, em favor da comunidade chamada igreja? Somos mesmo capazes de enxergar que a bíblia é composta de um antigos testamento, revelado historicamente aos judeus e de um novo testamento, confiado a igreja e que ambos só podem ter coesão na centralidade de Cristo? Permaneceremos ainda, tentando construir uma teologia pessoal, alicerçada na ignorância, sem entendermos que a espiritualidade cristã não é apenas de todo coração e alma, mas também de todo entendimento bíblico? Nosso individualismo pode ser um tiro no pé em questões teológicas.
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